7 Comentários

  1. 7

    Manuel Petisca

    Tenho uma história passada com o meu amigo Alberto da Costa Pereira, “O Futebol tem destas coisas”-

    Conheci pessoalmente o Costa Pereira, quando no fim da sua carreira regressou a Moçambique, Nampula onde residiam os pais, que tinham uma machamba ali nas imediações.

    Uns dias após a sua chegada, os amantes da Bola fizeram-lhe uma visita à casa, dos pais, onde o Alberto se encontrava, foram cerca de 20 carros com 80 pessoas, aproximadamente,que se deslocaram à machamba para lhe darem um abraço de boas vindas e até para o conhecerem pessoalmente, como foi o meu caso. E o Alberto, reconhecidamente, agradeceu, esta inesperada visita, com a qual ficou completamente feliz.

    Entretanto o Alberto ficou por ali em Nampula, como era de esperar, e à medida que os dias foram passando, o Alberto foi desenvolvendo amizades com todo o Mundo, e claro teria que arranjar um emprego, pois o pé de meia que tinha ia sumindo. Creio que estava como Representante das Tintas Dyrup para o Norte de Moçamique, com um vencimento que, naturalmente, nada tinha a ver com o que estava habituado a ganhar aqui no Benfica, e a vida passou a ser um pouco mais difícil, em termos económicos, para fazer face às exigências do mercado financeiro.

    Aqui agora nasce aquela frase “O Futebol tem destas coisas” O Alberto já se tornara também meu amigo, não só por causa da bola, mas também por motivos profissionais, dado o relacionamento das Tintas Dyrup com o Banco onde eu trabalhava.

    Certo dia o Alberto convidou-me para almoçar, o que aconteceu na Marisqueira do Paulo, depois de alguma conversação, comecei a notar que alguma coisa não estava bem, Passados alguns minutos o Alberto enche-se de coragem e disse: Ó Manel desculpa lá mas eu estou aí aflito com uma situação e precisava de 50 contos, é possível o Banco financiar-me? e eu em resposta ri pare ele ao que o Alberto reagiu, porque estás a rir, eu estou a falar a sério, e eu,.estou a rir porque não falei com o Gerente, mas tenho a certeza que podes contar com os 50 contos, com o pagamento 12,500$00 de 90 em 90 dias, durante 12 meses. Eu estava a chefiar a Secção de Letras e fazia parte do Concelho de Crédito, por tal motivo não tinha dúvidas nenhumas , que a proposta era aprovada. Para finalizar o almoço fizemos um brinde com o respectivo JACK DANIEL’S da ordem e o Alberto foi ao balcão para pagar o almoço, e o empregado disse-lhe já está pago. “O Futebol tem destas coisas”

    Ainda contactei com ele alguns anos em Nampula, até ser transferido para Lourenço Marques. Depois só voltei a estar com ele aqui em Lisboa, várias vezes, a última foi em Entre Campos, que o achei bastante em baixo, perguntei se estava bem, disse-me que sim, aconteceu pouco tempo antes do seu falecimento. Lá estive na sua última viagem e no seu último adeus. Que descanse em paz eterna.

    Manuel Nunes Petisca.

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  2. 6

    Manuel da Silva

    Parabéns ao João e ao Samuel! Pois dão muita alegria aqui no BigSlam ao relembrar e dar nota de acontecimentos notáveis! Abraços para vós e Feliz Natal! Desejo-vos que acordem sempre com muita força para relembrar o que vai ficando para trás nas nossas memórias colectivas!

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  3. 5

    Fernando Silva e Sousa

    Tinha eu cerca de 10 anos e morava em frente à Porta de Armas do Quartel da Intendência, na Rua de Nevala, em Lourenço Marques. E ia com frequência `Cantina Militar, buscar produtos de mercearia para consumo na casa dos meus Pais. Naaltura o Costa Pereira cumpria o seu Serviço Militar e estava destacado na dita Cantina Militar, como caixeiro e, muitas vezes, ele aviou as nossas compras. Lembro-me bem de um dia lá chegar e todos os colegas e superiores o cumprimentarem afectuosamente e – adivinhem – o motivo era ele ter sido contratado pelo SPORT LISBOA E BENFICA, para vir a integrar a sua equipa principal! NUNCA MAIS EU ESQUECI ! Sim, vou fazer 79 Anos !

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  4. 4

    César Azevedo Rodrigues

    Presenciei muitas partidas do Ferroviário, no principio dos anos 50. Era um ótimo guarda redes e tambem basquetebolista. Era ele , o Veiga e o Campelo do lado do Ferroviário e o Pedro Santos, o Lage, o Rebelo, o Coluna e o Armando do lado do Desportivo. Eram autênticos jogos de craques. Vi tambem ele jogar contra a seleção da Hungria no Estádio Nacional em Lisboa em 1956. Foi memorável. A Hungria de Puskas, Kubala, Kocksis e Czibor era um super time e o Carlos Gomes tinha deixado entrar 2 golos no primeiro tempo. No segundo tempo o treinador colocou o Costa Pereira . Simplesmente fechou o golo com defesas fantásticas apesar do bombardeio constante dos hungaros. O Vasques conseguiu fazer dois golos em contra ataques e empatamos o jogo em 2-2. Foi considerado o melhor guarda redes da Europa pela UEFA em 1962 quando o Benfica ganhou a segunda taça dos campeões europeus em Amestardão batendo o Real Madrid de Di Stefano, Puskas, Gento, Santa Maria e Raymond Kopa por 5-3. Imitava muito bem o Salazar a discursar o que o fêz várias vezes em espetáculos de teatro no cine teatro Gil Vicente. Como o publico aplaudia pela imitação ser perfeita, um dia a PIDE pediu ao meu pai que não deixasse o Costa Pereira fazer mais aquelas representações

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  5. 3

    Osvaldo Reis de Almeida

    Vi-o jogar no ferroviário de Nampula em 1950 se não me engano. Era muito bom nos cruzamentos de bolas para a pequena área. Depois vi-o em LM. O clube ferroviário tinha umas ventoinhas de tecto no salão antes do bar. Ele na brincadeira deu um salto para mostrar o seu poder de elevação e segurou na ponta de uma das pás que acabou por partir.

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  6. 2

    Alexandre Franco

    Só me resta aplaudir mais um excelente trabalho do meu amigo e ex-companheiro de trabalho em dupla que formámos nas Produções GOLO, com relatos de jogos de futebol, de hóquei em patins e de basquetebol. Falar de Alberto Costa Pereira é coisa a que não me atrevo, afirmando apenas que me lembro de o ver jogar basquetebol pelo Ferroviário, mas eu era um miúdo. Já do Octávio de Sá a história é diferente. Fomos amigos e ainda hoje sou amigo do seu irmão Marcelo de Sá, também ele um grande guarda-redes. Quem é que não se lembra daquele famoso Benfica-Sporting que o Benfica ganhou por 4-3, depois de uma série de frangos por parte do Costa Pereira (guarda-redes do Benfica) e Octávio de Sá, guarda-redes do Sporting.
    Enquanto o Costa Pereira tinha tudo quanto era necessário para ser o fabuloso guarda-redes que foi, o Octávio não tinha estomago para o exigente futebol profissional de Portugal, pelo que regressou a Moçambique prematuramente, para oferecer ao Sporting Clube de Lourenço Marques toda a sua classe. Julgo que até poderei afirmar que hoje já não há guarda-redes com a classe que estes dois tinham. Tanto o Costa Pereira como o Octávio de Sá eram daqueles em que depois de toda a defesa batida ainda era preciso bater o guarda-redes, quer ele se chamasse Costa Pereira (Benfica) ou Octávio Sá (Sporting.
    Mas Moçambique teve outros guarda-redes de grande qualidade. Estou a lembrar-me do Toni Brassard (1º de Maio… e não só), o Milicas (Sporting), o Mandioca (Desportivo), o Arménio (Alto-Maé e Desportivo…) o Jerónimo (Desportivo), o Carlos, do Ferroviário… e tantos outros.

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  7. 1

    Carlos Hidalgo Pinto

    O jornalista João Sousa faz aqui uma interessante descrição do guarda-redes Costa Pereira. Entretanto, um familiar meu já me tinha contado que ele jogou futebol e basquetebol no Ferroviário de L.M. Parece que, de início, Costa pereira era avançado centro e foi o treinador Severiano Correia que o convenceu a ir para a baliza, pois já o tinha visto a jogar basquetebol, onde revelava qualidades que, mais tarde, lhe serviram para ser um dos melhores guarda redes portugueses.

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