Ferroviário de Maputo campeão nacional em basquetebol masculino
“Locomotivas” derrotaram homónimo da Beira.
O Ferroviário de Maputo sagrou-se, no sábado (13 Agosto), campeão nacional de basquetebol em seniores masculinos após vencer, no quinto jogo do “play-off” da final, o seu homónimo da Beira (69-56).
A força do bloqueio directo…
Qual ovo de Colombo, o pavilhão do Maxaquene registou ontem uma das maiores enchentes dos últimos anos. Pudera, o dia era de decisões e os quatro primeiros jogos (da série de cinco do “play-off” da final) haviam revelado tamanha incerteza no resultado quanto elevado nível de espetacularidade! Estavam lançados os dados para o decisivo embate. Artistas na quadra, fenómenos quais Aurélia Manave, Clarrisse Machanguana, Nuno Narcy, entre outros, nas bancadas de um pavilhão no qual brilharam em tempos de ouro do basquetebol moçambicano. Havia, de sobra, estrelas com as quais se inspirar!
Apostando em transições rápidas, circulação de bola e no talento do base-armador Jimmy Williams, o Ferroviário da Beira até entrou melhor no jogo, conseguindo, desta forma, um parcial de 7-0.
Correções dos erros defensivos prontamente feita por Milagre Macome (treinador do Ferroviário de Maputo), ordens para “secar” o norte-americano Jimmy Williams.
Com uma defesa homem a homem, o Ferroviário de Maputo passou desde então a criar muitas dificuldades aos “locomotivas” do Chiveve no processo de construção do seu jogo ofensivo. E, a passos, a evoluir na quadra.
Aí, Custódio Muchate, no apoio ao poste, Borjan Sekic, na armação do jogo e lançamentos triplos, revelaram-se extremamente importantes. No final do primeiro período, o parcial era de 15-14 a favor do conjunto orientado por Milagre Macome que procurava conquistar um título 15 anos depois!
Ofensivamente aberto, e a explorar bloqueios directos, os “locomotivas” de Maputo mudaram a marcha no marcador. Inutilizaram as armas do Ferroviário da Beira.
Ao forte sentido colectivo, acresce-se a classe e categoria de Borjan Sekic que tanto nas penetrações quanto no jogo exterior colocava o Ferroviário da Beira em sentido. Augusto “Gordo” Matos, para não variar, apareceu em momentos determinantes com alguns tiros e, a complementar a sinfonia, Luís “Lulu” de Barros fez das suas com fortes penetrações e elevações ao cesto.
Muito Borjan Sekic, pouco Ferroviário da Beira
Do outro lado, Ismael Nurmahumad não conseguia ser a solução ofensiva para fazer face ao momento de pouca inspiração do “policiado” Jimmy Williams. No final da primeira parte, o marcador indicava 39-18 a favor do Ferroviário de Maputo. “Maputo, Maputo, Maputo…” eram os cânticos ensurdecedores que saiam das bancadas do pavilhão do Maxaquene. A capital, ou melhor, o público rendia-se à performance de uma equipa que esta temporada (em que ganhara todas provas que antecederam o “nacional”) somente perdeu três jogos.
Em desvantagem, o Ferroviário da Beira procurou fazer pressão aos “locomotivas” da capital, tendo forçado a muitos “turnovers”.
Mas, mais forte colectivamente, o Ferroviário de Maputo encontrou soluções debaixo da tabela para manter a sua vantagem. Edson Monjane e Elton Ubisse deram muita luta quanto se fartaram! Ainda sobrou espaço para espetáculo…
15 anos depois, Macome conquista título
No final do terceiro período, o conjunto da capital vencia 53-39
À entrada do quarto e último período, a palavra de ordem de Nazir Salé foi intensificar a pressão e obrigar o Ferroviário de Maputo a muitas perdas de bola. Até resultou, em algum momento, mas depois… foi uma lição de basquetebol por parte de Borjan Sekic. Não houve pernas para travar o base do Ferroviário de Maputo que venceu, no final, por 69-56.
Três anos depois, o Ferroviário de Maputo recuperou o trono de campeão nacional.
A prova foi disputada em três fases, sendo a primeira num sistema de todos contra todos numa única volta, transitando para a etapa seguinte os quatro primeiros. A segunda coincidiu com as meias-finais, num play-off de três jogos. O Ferroviário de Maputo eliminou a Politécnica, por 2-0, e o Ferroviário da Beira fez o mesmo ao Desportivo. A terceira e última foi a final, disputada em cinco jogos.
Quinze anos depois, Milagre Macome, treinador do Ferroviário de Maputo, voltou a conquistar um título na sua carreira. Uma longa espera, diga-se! Mas que valeu! Os críticos, alguns ex-colegas, terão que engoli-lo! Sim, isso mesmo!
Fonte: http://opais.sapo.mz/
Um Comentário
Dave Adkins
Quero dizer no meu comentário sobre Ferroviário: “Adão Ribeiro treinou a equipa na
época de 1971/72”