Briosa sempre eclética!
Durante muitos anos fiz parte de uma tertúlia de desportistas, de ex-desportistas e de teóricos que reuniam, semanalmente, para o inevitável jantar seguido de acalorado debate sobre o desporto nacional.
Não sendo uma tertúlia “fechada”, tudo ali se discutia, e como nem todo o grupo era do mesmo “clube”, os debates eram bem animados, mas sempre com o indispensável “fair play”!
Um dos temas preferidos (nem sempre do agrado de alguns…) era o denominado ecletismo desportivo que, por esses tempos, era uma verdadeira “bandeira”!
Já lá vão muitos anos desde essas agradáveis reuniões, estávamos ainda no tempo em que o profissionalismo dava os primeiros passos no futebol, naturalmente nos grandes clubes primeiro, a que se seguiram todos os outros numa cadencia impressionante!
E o profissionalismo, embora mais devagar, foi ganhando raízes nas denominadas “modalidades amadoras” que foram aderindo, cegamente, aos novos ventos sem cuidar da formação de jogadores que no futuro “aguentassem” a queda fatal de tantas colectividades que foram “grandes” nas amadoras…
Nesses tempos os grandes clubes, Benfica, Porto, Sporting, Belenenses, Académica, Boavista e outros mais disputavam o ceptro do “clube mais eclético”, que se avaliava a olho nu pelo numero de modalidades que mantinham, e também pelos títulos alcançados, para alem do Desporto rei… E mesmo o Belenenses chegou a ser o “quarto grande”!
Mas, para essa discreta tertúlia a Académica já era, nesse tempo, como ainda hoje é, claramente, o emblema que mais modalidades pratica no Desporto Nacional! Como tudo na vida, a tertúlia teve o seu fim, mas a Académica, certamente perdurará ao longo dos anos e continuará a ser uma verdadeira paixão para todos os que passam por Coimbra.