16 Comentários

  1. 11

    César Sobral

    Caro João Costa,

    Não estou aqui para comentar/criticar seja quem for.
    Só dei a minha opinião.
    Acho que você está a ver fantasmas onde eles não existem. Mas se sentiu ofendido peço desculpa, mas não retiro uma vírgula ao que penso ou sempre pensei acerca deste assunto. Só que como Matos Gomes fez, (calar-se ), outros milhares fizeram o mesmo. Aqui e nas colónias. E os que não se calavam iam parar todos ao mesmos lugares. Aljube, Peniche ou Tarrafal ou eram degredados para SaoTomé . Foi necessário esperar que a “corda” rebentasse.

    PS – Não acredito que Salazar tivesse sido um joguete nas mãos de quem quer que fosse.

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  2. 10

    Leonardo C. da Mata

    Por tudo isto, os únicos erros do Dr. Salazar foram única e simplesmente obrigar a carta de chamada e não ter, em devido tempo, dar autonomia seguida duma independência.

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  3. 9

    Antonio Mota

    João. Grande guerra, só houve uma, a de 14-18. Mundiais, sim. Houve duas. 14-18 e 38-45. Aquele abraço.

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    1. 9.1

      João Costa

      Tens razão António! No meu comentário a palavra “GRANDE” está a mais. Obrigado por esta correcção. Um grande abraço.

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    2. 9.2

      Rogério Gens

      Fui verificar o que diz porque “segunda grande guerra” parece-me comum. Há inúmeras referências no google a “segunda grande guerra”, algumas de meios de comunicação com certa respoonsabilidade como seja a DW e a Euronews. Não sei o que os historiadores pensam mas deve haver opiniões para todos os gostos.
      https://www.google.com/search?q=%22segunda+grande+guerra%22&rlz=1C1AVFC_enLU938LU938&oq=%22segunda+grande+guerra%22&aqs=chrome..69i57j0l2j0i22i30l7.14911j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

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      1. 9.2.1

        João Costa

        Fui ao site, e realmente também aparece como 2ª grande guerra. Para não haver dúvidas, referi que era a de 39/45.
        Obrigado por mais esta achega Rogério.

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  4. 8

    César Sobral

    Isso foi o que nos quiseram interiorizar (por exemplo na Escola na Mocidade Portuguesa, ou na Legião) e pelos vistos houve quem acreditasse. Nunca nos falavam dos nossos pecados, das nossas derrotas, exceto daquelas em que era impossível fazê-lo por incontornáveis que eram.
    A História SÓ pode ser uma. Aquela que se passou de facto. Não uma feita como nós gostaríamos.
    E aquela que se passou em Moçambique eu também a conheço muito bem. Sou moçambicano e filho de moçambicanos. Vi muita coisa que não consigo esquecer e que a maioria nem fala nelas.
    Diz que Salazar era patriótico. Mas isso não foi suficiente para ter curiosidade em conhecer as terras que governava.
    “No continente europeu havíamos conquistado a independência…”, mas não queríamos permiti-lo a quem almejava o mesmo.
    E o tal Salazar que teve Tempo e Poder para resolver a situação não quis dar ouvidos a ninguém e manteve-nos “orgulhosamente sós”, até aparecer alguém que sem Tempo nem Poder teve de resolver tudo sem um único trunfo na mão.
    Aconselho-o a ler um artigo sobre Carlos Matos Gomes que combateu nas três frentes (Guiné, Angola e Moçambique) na última VISÂO que saiu na quinta-feira dia 18 /03/ 2021.
    Entre várias coisas diz ,”…tínhamos 250.000 homens nas Forças Armadas. Mal instruídos, mal equipados…já nem superioridade aérea tínhamos…”.
    E era assim que queríamos fazer uma descolonização diferente ?
    Quem dava as cartas já não eramos nós…

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    1. 8.1

      João Costa

      Caro César
      Quero dizer-lhe que, “…o tal Salazar….” que refere no seu comentário, para mim, não passou de um “joguete expiatório” nas mãos dos militares, da alta finança e dos seus apoiantes!
      Como possivelmente não entendeu o que leu, recomendo-lhe uma 2.ª leitura. Porque no texto apenas cito factos históricos e dou a minha opinião, e pergunto a sua! Em lado nenhum eu digo que “Salazar era patriótico”. Nem sequer pergunto donde são naturais os que aqui fazem comentários, e se conhecem bem o que se passou nos seus países…. Assim como o que refere no seu comentário!
      Mas se entendeu o que leu, e por opções políticas lhe quer mudar o sentido, é porque o texto não lhe agrada. E então utiliza o velho método: “Quando a mensagem não agrada critica-se o mensageiro”. – Esse método eu também conheço:
      Foi utilizado com algum sucesso na 2.ª grande guerra 39/45 quer pelos países Aliados, quer pelos do Eixo. E depois também esteve muito em voga no tempo da guerra fria para a ex-União Soviética atacar o Ocidente, e vice-versa. Em Portugal apareceu nos anos 60, na rádio, com o programa: “Rádio Moscovo não fala verdade”! E ainda hoje é muito utilizado por políticos, jornalistas e outros, para criarem “casos”!
      Como refere a Mocidade Portuguesa! Quero dizer-lhe que, tal como centenas de milhar de jovens, também participei! Assim como na guerra do ultramar. Mas digo-lhe que não me sinto traumatizado nem inferiorizado em relação aos que não participaram! Pelo contrário, dessas actividades guardo memórias que ainda hoje recordo com saudade.
      Quanto ao artigo da revista Visão da autoria do militar de carreira, Carlos Matos Gomes! Eu gostava que ele, e outros, tivessem denunciado na altura. Agora perdeu a oportunidade. E nem tudo o que ele diz é novidade para nenhum de nós, do serviço militar obrigatório! Mas também discordo de algumas coisas que ele diz.
      Peço desculpa por erros de forma que este comentário possa ter. Foi escrito à “pressa”!
      Muito obrigado pelo seu comentário. E apareça sempre aqui no “nosso ponto de encontro”.

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      1. 8.1.1

        Antonio Mota

        João. Grande guerra, só houve uma, a de 14-18. Mundiais, sim. Houve duas. 14-18 e 38-45. Aquele abraço.

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  5. 7

    Manuel Martins Terra

    Naturalmente que este assunto merece uma série reflexão, e uma análise mais profunda, que encheria muito mais espaço que aquele que deveremos aqui ocupar. Portugal, estava numa situação delicada, já depois de ter perdido Goa, Damão e Diu, que mais nos fragilizou no contexto internacional. Paralelamente, a Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha, já tinham iniciado o processo de descolonização das suas colônias,algo que nos deixava numa situação desconfortável e isolados. Estava escrito que contra os ventos da História, nada mais haveria a fazer, do que iniciar contatos políticos que conduzissem a uma possível autodeterminação. Dificilmente poderíamos ser diferentes dos outros. Por sua vez, Oliveira Salazar, não conhecia os territórios ultramarinos e que se saiba nunca por lá viajou. Estando Portugal a viver num estado de ditadura, tudo se tornava mais complicado para cativar aliados que pudessem mediar as negociações. Creio que foi numa visita a Lisboa em 1960, que Eduardo Mondlane, então funcionário superior da ONU, se avistou com Salazar, propondo em nome dos três movimentos nacionalistas(PAIGC, MPLA e FRELIMO) um plano imediato para travar a Guerra Colonial, que estava eminente, e que contava já com o apoio condicional da então URSS. O orgulho de Salazar, retirou-lhe a clarividência e infelizmente eclodia o conflito, em 1961 em Angola, 1963 em Moçambique e em 1964, na Guiné Bissau. Uma guerra que duraria 13 anos e com milhares de jovens de ambos os lados da barricada a perderem a vida e outros mutilados, numa idade jovem e quando mais mereciam ser felizes. O que veio depois foi uma vergonhosa descolonização, com os nossos governantes rendidos à teia soviética, assim como os líderes africanos fidelizados às regras do jogo estipuladas por uma potência que nada tinha de democrática, que apenas inspirava os partidos na vertente militar, ordenando que os portugueses tivessem que abandonar(em) o(s) território(s) e enquanto isso iam-lhe explorando os seus recursos. Para trás, Eduardo Mondlane, indesejável foi morto ao explodir-lhe uma carta nas mãos, ele aliado dos EUA, e Amílcar Cabral, um moderado, abatido pelas costas na Guiné- Konakry. Como todos temos memória, sabemos o que aconteceu a Agostinho Neto e a Samora Machel, quando descobriram que estavam a ser ludibriados, pelos seus velhos aliados. O primeiro morreu no decorrer de uma operação cirúrgica em Moscovo(estranho) e o segundo integrado numa comitiva estatal que regressava da Zâmbia, num Tupolev, tripulado por comandantes russos e que acabaria por se despenhar junto à fronteira com a África do Sul,(estranho) não havendo sobreviventes. Já com a fatídica guerra civil instalada em Moçambique, foi necessário que a queda do Muro de Berlim, ditasse o colapso da União Soviética e dos seus acólitos, facto que abriu a porta à mudança política no continente africano. Todavia os recursos nos territórios mais ricos, despertou na mudança do novo milênio, o aparecimento da Republica Popular da China, a cobrar a ajuda bélica durante a GC,e um risco para uma possível democracia do continente, tanto mais que a RPC, não é uma democracia que se recomende, influenciando os regimes políticos africanos. Há quem afirme agora que os Estados Unidos da América, vão fazer agora uma forte investida tentando retirar protagonismo aos seus concorrentes. Agora meu caro amigo João, estou como tu e também me interrogo como seria a auto determinação, quando se sabia o que brotava de muitos líderes, porque infelizmente deram-se a conhecer. Hoje, 46 anos depois da independência,Moçambique e o martirizado povo moçambicano, continuam a sentir na pele os efeitos dos conflitos, como consequência do falhanço dos seus governantes. Pena é João, que todos nós que amamos aquela terra e nela apostamos, dando o nosso melhor para o seu engrandecimento, tivéssemos de ser “encaixotados” e despejados em Portugal, para mal dos nossos pecados. Mais haveria para dizer, mas vou ficar por aqui.

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  6. 6

    Manuel da Silva

    Salazar, pessoa de espírito profundamente patriótico e cristão, nutria uma simpatia especial pelas partes da História de Portugal fundamentadas nos ideais da Nação e do Sagrado. Salazar explicava em 1914:
    “A história portuguesa é D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique, vendo surgir dentre a confusão do combate a imagem sagrada de Cristo. […] A alma portuguesa é Nuno Álvares, o terror dos castelhanos – em Aljubarrota e em Valverde; é a capelinha de Belém; é D. Filipa de Lencastre – a maior mãe da história – abençoando no seu leito de morte, antes da partida para Ceuta, os filhos queridos que sobre os muros da cidade haviam de ser armados cavaleiros! A alma portuguesa é o Infante Santo rezando ininterruptamente, de joelhos nas lajes do seu cárcere em Fez; é D. Henrique nos rochedos de Sagres, interrogando a mudez temerosa do oceano indecifrável. […] é a «ala dos namorados, coroando de louros a fronte sobre que haviam de pousar beijos de amor as jovens mães dos portugueses! A alma portuguesa é ainda D. Filipa de Vilhena, entregando aos filhos as espadas que o Pai honrara, dizendo – trespassado com elas o próprio coração – ou vencedores com a Pátria livre ou mortos com a escrava Pátria; […] é D. João IV mandando defender a Imaculada Conceição de Maria. A história portuguesa é esta! A alma portuguesa é isto: Deus, Pátria, Família! – Religião, Glória, Amor!”.
    Seria este tenaz espírito luso de fé, de luta, de esperança e de ânsia de descoberta e conquista que caracterizariam o espírito do povo português, acrescido de uma enorme capacidade evangelizadora e civilizadora que se havia mostrado durante os últimos séculos pelo mundo afora. No continente europeu havíamos conquistado a independência e lá fora fomos esculpindo o Império Colonial Português, o mais longo da era moderna.

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  7. 5

    José Carlos

    Salazar não descolonizou porque:
    a) considerava que as províncias ultramarinas eram ” nossas” ( muito discutível)
    b) os africanos não estavam preparados para a independência ( igualmente muito discutível)
    c) UPA, PAIGC, MPLA, FRELIMO etc eram grupos financiados pelo imperialismo comunista e não eram merecedores de qualquer confiança ( verdade absoluta, como o tempo veio a demonstrar)

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  8. 4

    Abreu Vicente

    Goa Damão e Diu foram tomados à força e isso encorajou outras colónias a enveredarem pelo caminho da violência para conquistar a independência. Em 1961 a FRELIMO não existia,foi fundada em 1962 pelo Dr. Eduardo Mondlane porque viu que só desencadeando uma luta violenta contra o regime é que conseguiria os seus objetivos porque o Dr. Salazar não quis dar-lhe ouvidos, era ele ainda funcionário da ONU e tinha como intermediário o seu amigo Dr. Adriano Moreira. Foi uma pena. E a FRELIMO ficou violenta até hoje, não respeita os princípios de um estado de direito democrático.

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  9. 3

    Eduardo Jeremias Coimbra Ferreir

    Caros Amigos/as
    Eu também estive em Angola (serviço Militar) 1963/1966. na Zona dos Dembos “nambuangongo,Quipedro etc,,, e vi a pobreza do nosso estado,se formos á nossa história,
    verificamos que “a nossa Monarquia ” já não tinha “mão” em ninguém,senão vejamos o Brasil,
    o que aconteceu ,o nosso Rei já era um”clown” tal como foi o DR, Salazar ,ninguém foi capaz de evoluir com o tempo , e fomos sempre o País miserável da Europa.
    -Não fomos para as Grandes guerras (não nos atualizamos, nas Republicas desde 1910 ,era uma reinação ,governos de dias,o que viam os portugueses ,nada só confusão,nós estavamos condenados a acontecer o que aconteceu.
    -os que eram bons desapareceram. Infelizmente muito Português pereceu porque muitos
    só pensaram neles.Fico por aqui mas tudo que disseram “em acima” é tudo verdade e quem sofreu na carne e não só

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  10. 2

    Carlos Hidalgo Pinto

    José Maria Mendes R. Norton de Matos foi Governador Geral de Angola, tendo dado um grande contributo para o seu desenvolvimento. Entre 1921 e 1923, foi Alto Comissário da República dessa então colónia e em 1924 foi embaixador em Londres. Levou a cabo sempre uma política de defesa dos interesses portugueses, face às ameaças de outras potências coloniais, caso da Inglaterra, França e a Alemanha. Em 1948 participou nas eleições presidenciais.
    No livro ” Africa Nossa” propôs um povoamento adequando dos territórios ultramarinos, portanto em termos quantitativos, com o objectivo de acelerar o desenvolvimento. Decorrente desse processo, iria ter lugar uma maior assimilação dos habitantes desses territórios. Nesta perspectiva colonial, tanto o processo de assimilação, como um eventual processo de aculturação dos povos desses mesmos territórios, iriam de acontecer de uma forma mais rápida. Assim, talvez se pudesse evitar a radicalização dos posteriormente, criados movimentos de libertação nacional. Tal como aconteceu com o Brasil, esses territórios iriam tornar-se independentes. Só que a transição para a plena autonomia desses territórios, seria algo pacífica.

    Após os processos de descolonização das outras potencias coloniais terem terminado, o país continuou com a relação metrópole e colónias. Enquanto nos outros países vigoravam regimes de democracia liberal, Portugal mantinha um regime autoritário e enveredou por uma solução de conflito com os acima referidos movimentos de libertação. Isto numa época em que praticamente, todas as potências coloniais já tinham descolonizado.

    A manutenção anacrónica do conflito armado, devido a se ter enveredado por uma politica colonial de povoamento inadequado, tornou-se numa missão impossível. É que já não era possível a manutenção de um regime político autoritário, baseado numa relação metrópole e colónias. Tal era considerado pelas democracias liberais, como sendo uma concorrência desleal.

    O meu avô combateu no Norte de Moçambique na I Guerra Mundial, tendo sido um dos Heróis de Quionga. Posteriormente, dois dos seus netos foram compulsivamente, enviados para a guerra colonial, tendo um deles combatido na mesma zona onde o avô tinha sido ferido.

    O contexto da “Guerra Fria” desaconselhava, tanto o início, como a continuação desse conflito.

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  11. 1

    ABM

    João, Exmos,

    Este tópico dava panos para mangas e não é possível promover uma discussão sensata neste formato.

    Ficar-me-ei por dizer que, a partir de 1945, o que iria acontecer no futuro estava mais do que traçado e que Portugal (aqui refiro-me ao regime, bem ou mal, apoiado pela população, que de qualquer maneira nunca teve voto na matéria em 500 anos de aventuras além-mar) optou por ser contra esta evolução, com todo um leque de justificações.

    Portanto, entre 1945 e 1974, a coisa foi apertando até que Portugal era o último império colonial (excepto, claro, a China, a URSS e os EUA, que mantêm os seus impérios e com quem ninguém se atreve a meter por maioria de razão).

    Duas notas adicionais, sobre os nomes referidos em cima:

    1. Na quase catastrófica independência da Índia/Paquistão em 15 de Agosto de 1947, aos dois nomes mencionados, deve-se adicionar o de Muhamad Ali Jinnah, que, seguindo os passos de Sir Syed Ahmad Khan, promoveu com sucesso a partição da colónia britânica da Índia e a formação do Paquistão (com maioria muçulmana, mais tarde desdobrado em dois, com o surgimento do Bangladesh após mais uma terrível guerra civil);

    2. Penso – muito hipoteticamente- que se Portugal tivesse abraçado e negociado com o Dr. Mondlane até meados dos anos 60, que Moçambique poderia ter passado por uma transição menos radical que a que veio a suceder. Talvez. Não sei. Mas a partir de meados dos anos 60 a Frelimo foi tomada pelos radicias que se conhecem e aí ele não só deixou de ter margem de manobra, como passou a ser refém desses radicais e dos países que os suportavam. E a partir de 1968 o seu discurso já estava alinhados com as posturas radicais que se conhecem. Dito isto, há que admitir que, para negociar a situação de Moçambique, ter-se-ia que se negociar simultaneamente as autonomias dos restantes territórios, cujas realidades eram completamente diferentes das de Moçambique. Perante o cenário salazarista de “ou eu ou o caos”, todos foram empurrando com a barriga. Enfim, o resto já se sabe como foi. Os que, como muitos de nós que integram esta comunidade dos brancos moçambicanizados que pagaram uma factura particularmente elevada pelo que se fez e não se fez, pelo que fizemos e não fizemos, devem procurar entender toda esta evolução e interpretá-la de forma desassombrada e lógica.

    ABM

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