Marcelo na Escola Portuguesa de Moçambique
O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua recente visita oficial de quatro dias a Moçambique, esteve no dia 17/3/2022 na Escola Portuguesa de Moçambique, em Maputo, onde presidiu à Sessão Solene do encerramento das celebrações dos vinte e dois anos da Escola, à atribuição dos prémios Miguel Torga e Baltazar Rebelo de Sousa, e onde proferiu um notável discurso que, quanto a mim, justifica ser conhecido.
Considero que esta Escola é uma das melhores iniciativas portuguesas em Moçambique. Para além das instalações edificadas, destaco o seu valoroso contributo ao ensino escolar (de qualidade) e à formação dos jovens (moçambicanos e portugueses) para o futuro, prestigiando assim Portugal e valorizando Moçambique.
As relações Portugal – Moçambique, que se desejam vantajosas para ambos, frutificantes e duradouras, têm que se basear no interesse e confiança mútuos, resultantes de acções concretas e conjuntas, e que vão além da retórica e das meras intenções.
Nas palavras do Presidente Marcelo, no seu discurso,
Escola Portuguesa em Moçambique é diferente das Escolas portuguesas noutras partes do mundo, porque é uma Escola portuguesa e ao mesmo tempo é uma Escola moçambicana.”
Miguel Torga (1907-1995), pseudónimo literário de Adolfo Correia Rocha, que dá o nome a um dos prémios atribuídos, era licenciado em medicina pela Universidade de Coimbra, foi fundamentalmente poeta, além de contista, romancista e memorialista, sendo considerado um dos mais importantes autores contemporâneos portugueses. Tem vasta obra publicada. Foi o primeiro contemplado com o Prémio Camões.
Baltazar Leite Rebelo de Sousa (1921-2002), patrono do outro prémio atribuído, foi médico, político e professor, era pai do actual Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e teve muitas condecorações. Foi Governador-Geral de Moçambique entre 1968 e 1970 e, eventualmente, o melhor governante daquela ex-colónia portuguesa.
Nas palavras do Presidente Marcelo, no seu discurso acima referido,
Ele gostou de Moçambique. E gostou tanto que, depois da independência, foi convidado a vir cá várias vezes porque tinha ficado uma ligação afectiva para além daquilo que era a diferença dos tempos.”
Quanto aos Prémios, foram atribuídos três prémios Miguel Torga e um prémio Baltazar Rebelo de Sousa. De uma das edições on-line da Escola Portuguesa de Moçambique, transcrevo (texto) e reproduzo (fotos):
“Quatro alunos da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) receberam, no dia 17 de março, prémios pela sua excelência no aproveitamento escolar na disciplina de Português, durante a Sessão Solene do encerramento das celebrações dos 22 anos da existência da Escola, presidida pelo Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Trata-se de galardões em homenagem ao poeta Miguel Torga e ao político e médico Baltazar Rebelo de Sousa – pai do Dirigente, que, no período colonial, foi governador-geral de Moçambique, entre 1968 e 1970.”
Foram galardoados com os prémios Miguel Torga, os alunos Nalik Gomes Jaintilal, do 6.º ano, Ana Machado Reis, do 9.º, e Ishara Gonçalo Loureiro, do 12.º, representada pela sua mãe, que receberam os seus certificados das mãos do Embaixador de Portugal, António Costa Moura, do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Francisco André, e da presidente da Comissão Administrativa Provisória da EPM-CELP, Luísa Antunes, respetivamente.
O Prémio Baltazar Rebelo de Sousa foi atribuído a Ana Carolina Peral, melhor aluna do 11ºano do ano letivo 2020/2021, cujo valor é referente ao montante total das propinas de frequência do 12º ano. O certificado foi entregue pelo representante do patrono, Marcelo Rebelo de Sousa que, durante o seu discurso, destacou o papel da escola na formação humana. “Todos têm o direito de sonhar com um futuro melhor, a ser vivido, se possível, em qualquer ponto do mundo. Este é o objetivo desta escola. Formar crianças e jovens que mais tarde possam, em qualquer ponto do mundo, mostrar que são um dos melhores””.
“É muito importante que muitas e muitos fiquem em Moçambique, a fazer Moçambique cada vez mais rico, mais justo, mais próspero, virado para o futuro. Outras e outros em Portugal, a fazer o mesmo que se pretende para Moçambique. E muitas e muitos outros sabe-se lá onde, ao longo da vida”, acrescentou.
Dirigindo-se aos estudantes, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu na sua mensagem recorrente de que “ninguém é uma ilha”, declarando: “Hoje formamos um só mundo, não há vários mundos, estamos todos unidos. O que se passa na outra ponta do mundo entra na televisão na nossa casa”.
“Se forem excecionais enquanto pessoas, já cumpriram a vossa missão”, disse-lhes.”
Ainda sobre o discurso do Presidente Marcelo, e para terminar, devo opinar que todos o deveriam ouvir, principalmente os(as) aluno(as), professores(as), encarregados(as) de educação, e também os(as) governantes e políticos(as), portugueses(as) e moçambicanos(as).
Clicar no vídeo abaixo para ver a cerimónia de atribuição dos prémios e para ouvir o discurso:
Fontes: Edições eletrónicas de Wikipédia e da Escola Portuguesa de Moçambique.
Pierre Vilbró – Abril 2022
3 Comentários
Orlando Oliveira
O que este palhaço foi fazer a Moçambique? Passear à custa do Estado?
Manuel Martins Terra
Uma escola modelo que se distingue pela sua qualidade de ensino, onde a lingua de Camões, reforça de forma intrisica a ligação entre dois povos irmãos. Uma palavra de apreço, para o excelente trabalho desenvolvido pelo seu conselho diretivo e docente.
Manuel Martins Terra
Uma escola modelo que se destingue pela sua qualidade de ensino, onde a lingua de Camões , reforça cada vez a mais a ligação intrisica entre dois povos irmãos. Uma palavra de apreço para o seu conselho diretivo e todo o corpo docento, pelo excelente trabalho que têm vindo a desenvolver.