Circuito de Manutenção António Repinga, virou parque de estacionamento…!
O CIRCUITO de Manutenção Física António Repinga virou um autêntico parque de estacionamento de viaturas de trabalhadores de várias instituições que funcionam na baixa da cidade de Maputo.
Aquele lugar que é de referência a nível nacional no capítulo de manutenção física está, penosamente, a desaparecer, para o desespero dos desportistas e outras pessoas que no fim do dia normalmente demandam o espaço para exercícios físicos.
Ali, logo nas traseiras do Ministério da Juventude e Desportos e nas proximidades do Gabinete do Primeiro-Ministro, Agostinho de Rosário, um desportista por excelência, proliferam viaturas de todas as marcas e modelos, escasseia incluindo o espaço para os transeuntes.
O espaço já há anos que anda abandonado.
Os balneários do Circuito de Manutenção Física António Repinga, foram transformados em residências por indivíduos sem tecto.
Nele já foram organizados eventos que em nada tem a ver com o desporto, casos de espectáculos musicais e outras actividades afins.
O estacionamento de carros no Repinga, para além de ofuscar a beleza do espaço, assim como perturbar aos utentes, degrada o relvado e contribui para a diminuição de espaços verdes naquele recinto.
O Conselho Municipal de Maputo, proprietário do espaço, já apareceu em várias ocasiões a prometer obras de melhoramento ao local, o que até agora ainda não se efectivou.
Várias vozes surgiram criticando o estado de abandono a que Repinga está votado, mas ninguém moveu palha. Repinga continua numa situação lastimável. O lugar não dignifica a António Repinga, um dos melhores corredores que o país viu nascer.
A invasão de Repinga pelos carros resulta, de certa forma, de alguma ingenuidade do Município de Maputo, que ao atribuir licenças para a construção de edifícios (Repinga está numa zona nova da capital) não exige aos seus proprietários para que ergam parques de estacionamento para as viaturas dos respectivos trabalhadores.
Isso faz com que os que têm viaturas particulares estacionem em qualquer lugar, incluindo nos espaços reservados ao desporto, como Repinga, para além, claro, dos passeios, que também são autênticos parques de estacionamento.
O “desaparecimento” de Repinga acontece numa altura em que o país, sobretudo a cidade de Maputo, debate-se com os problemas das chamadas “doenças de desenvolvimento”, ou seja, as enfermidades provocadas pelos novos hábitos alimentares e a não prática de exercícios físicos. São os casos de diabetes, doenças cardiovasculares, cancro, tensão arterial, entre outras.
Muitos que sofrem destas doenças hoje na cidade de Maputo no passado tinham como evitá-las através de exercícios físicos, pois tinham vários recintos para a prática do desporto, locais que hoje estão a desaparecer.
Falámos dos campos da Marinha de Guerra, hoje Maputo Shopping Center/Hotel Afrin, do campo do Desportivo onde hoje ergue-se um imponente edifício, bem como pela incerteza reinante quanto à continuidade do campo do Maxaquene. Nos bairros sub-urbanos já nem se fala, boa pate dos memoráveis campos são hoje mercados, armazéns, igrejas ou bombas de combustível.
Mas a questão que fica no meio de todo este cenário sombrio é a seguinte: quem autorizou estas viaturas que vemos na imagem a serem estacionadas no Repinga? A que troco?
Fonte: Jornal Notícias online – http://www.jornalnoticias.co.mz/