Nome: João Baptista de Sousa.
“Alcunha” ou nome pelo qual és conhecido entre os amigos: João de Sousa.
Data de nascimento: 16 de Junho de 1947.
Natural de: Lourenço Marques (hoje Maputo).
Localização actual: Matola (Maputo) – Moçambique.
Estado civil: Casado.
Altura: 1,68 m.
Peso: 60 kgs.
Profissão: Técnico de Comunicação Social.
Ideologia política: Não me meto nessas trapalhadas.
Crença religiosa: Católico.
Localização da tua residência em Moçambique:
Rua de Aveiro Nº 4 – Malhangalene.
Os meus amigos da época eram os irmãos Ferreira, que eram meus vizinhos. 3 deles chegaram a jogar basquetebol no Malhangalene. Havia outros cuja amizade se foi fomentando e que eram jogadores do Atlético de Lourenço Marques. Como sabem a primeira Sede e Campo de Jogos do Atlético situava-se na Rua do Porto. Ali conheci e fiz amizades com os irmãos Morgado (com o Acácio e com o Adriano cheguei a fazer dupla de arbitragem). Eram meus amigos e alguns deles colegas na Escola João Belo o José Correia Antunes (Zé da Broa), os irmãos Mia, o Xavier, o Djudju, o Calado (que jogou futebol no Benfica), o Carlitos (Cadeca) que jogou futebol no Desportivo e posteriormente foi jogador do Sporting Clube de Portugal e tantos outros, cujos nomes agora não me recordo.
Percurso escolar:
- Instrução primária foi feita na Escola João Belo de (1954 a 1958).
Escola João Belo, hoje Escola Filipe Samuel Magaia
- Ensino secundário no Liceu Salazar de (1958 a 1962).
Não me atrevo a mencionar aqui os nomes dos meus colegas da época, sob o risco de omitir o nome de alguns.
Serviço Militar:
Não cumpri serviço militar.
Percurso profissional:
A morte do meu pai obrigou-me a interromper os meus estudos. Tive de procurar um emprego para garantir o sustento da minha mãe (doméstica) e dos meus dois irmãos. Um deles (Mandinho) acabava de nascer. Foram momentos difíceis da mesma forma como difíceis foram as decisões que tivemos de tomar. Comecei por trabalhar como escriturário na Clínica de Lourenço Marques (propriedade da Dra. Ema Machado da Cruz). Trabalhava de dia e estudava à noite.
Passado um ano fui admitido nas Produções Golo onde iniciei a minha actividade (também) como escriturário. Só a 13 de Maio de 1966 comecei a falar ao microfone, num relato de futebol entre Ferroviário e Desportivo.
Em 1974, com a interrupção da actividade da Golo fui admitido como locutor no Rádio Clube de Moçambique (hoje Rádio Moçambique) onde trabalhei até ao dia 31 de Março de 2012, data da minha aposentação.
Embora aposentado, continuo a colaborar com a Rádio Moçambique, produzindo para esta estação emissora 3 programas semanais, de 60 minutos cada.
Aonde e quando iniciaste a tua actividade desportiva? Eu joguei basquetebol no Malhangalene, nos meados da década de 60. Iniciei-me nos juniores. Devo dizer que como jogador de basquetebol não fui nada de especial. Os meus treinadores foram o José Cunha, o Zé Graça e o Américo Ferreira da Silva.
Qual foi a tua principal modalidade? Foi o basquetebol.
Alguém (quem) te influenciou a escolher esta modalidade? Se bem me lembro fui influenciado por alguns amigos que jogavam basquetebol no Atlético.
Qual foi o teu primeiro jogo ou prova oficial? Foi um Malhangalene – Desportivo de Lourenço Marques em Juniores. Era um jogo que contava para o Campeonato Distrital de Basquetebol.
Com que numero na camisola jogavas? Jogava com o número 4.
Treinador que mais te marcou ao longo da tua carreira e porquê? Foram dois: O José Cunha, e o Américo Ferreira da Silva. O primeiro porque me deu as primeiras indicações sobre basquetebol. O segundo porque era um treinador exigente.
Descreve uma situação caricata que tenha ocorrido em campo ou numa prova: Não sei se uma equipa B ganhar a uma equipa A é ou não uma situação caricata. Recordo-me dum jogo de juniores entre o Malhangalene B e o Sporting A. Nós ganhámos por um ponto de diferença. E o treinador da equipe adversária (o Sporting) era o saudoso José Lopes, que no final da partida bafejava por tudo quanto era canto.
Quais os clubes que representaste (em Moçambique e fora de Moçambique)? Apenas o Malhangalene.
Os teus ídolos na tua modalidade de eleição? Mário Albuquerque… um verdadeiro senhor do basquetebol. Depois um norte-americano que veio jogar para o Desportivo, de seu nome Frank Martiniuk.
Mário Albuquerque (SCLM) e Frank Martiniuk (GDLM)
Quais os atletas de sempre que eleges nesta modalidade?
Em Moçambique: Mário Albuquerque, Mário Machado, Nelson Serra, Eduardo Branco, Carlos Alemão e Vítor Morgado.
Outras modalidades que tenhas praticado? Voleibol e Andebol ao tempo do Liceu Salazar.
A modalidade que mais aprecias na qualidade de tele/espectador? Não tenho uma modalidade preferida.
O teu clube do coração:
Em Moçambique? Malhangalene.
Em Portugal? Sport Lisboa e Benfica.
No estrangeiro? Real Madrid.
Escolhe três modalidades diferentes da tua, e elege o melhor atleta de sempre (nacional e mundial) em cada uma delas:
Atletismo: Daniel Firmino (Moçambique) e Alberto Juanturena (Cuba).
Automobilismo: Michael Schumaker.
Hóquei em Patins: Fernando Adrião.
Qual a infra-estrutura desportiva (pavilhão, campo, piscina, pista, etc.) que mais te impressionou ao vivo, no estrangeiro e em Portugal?
O Estádio do Schalke 04 da Alemanha
e o Estádio da Luz.
Qual o teu hobby? Ouvir música e ler.
Destino de férias preferido? Ainda não pensei nisso.
Viagem de sonho que gostarias de realizar ou que já realizaste? Gostaria de fazer uma viagem à China.
Uma cidade para viveres? Maputo, mau grado todos os problemas que ela tem. A nossa terra é sempre a nossa terra.
O teu canal de TV? Por defeito de profissão a minha primeira opção vai para programas de carácter informativo. Em Moçambique vejo com regularidade os TeleJornais e os debates que são promovidos pelos canais independentes, nomeadamente STV e TIM. Do exterior gosto de ver a BBC e a GLOBO. A par com a BBC, a “Globo” é uma verdadeira escola de jornalismo. Pelo rigor, pela isenção, pela qualidade
Programas televisivos do teu agrado? Gosto de ver o HARD TALK da BBC, o Programa do Jô da Globo e o National Geographic, nas suas mais variadas vertentes.
A tua estação de rádio? Devia ser a Rádio Moçambique, mas infelizmente não é. Por razões que se prendem com quebra de qualidade, quer na sua programação, quer nos seus comunicadores. Também não é nenhuma outra rádio moçambicana a minha preferida. Por razões óbvias. Prefiro ouvir a RDP, a RFI ou a BBC.
Um dos teus filmes preferidos? O Mágico de Oz.
Qual o teu actor/actriz predilecto? Marlon Brando e Audrey Hepburn.
O teu realizador de eleição? Alfred Hitchcock e Steven Spielberg.
Qual o estilo de musica que aprecias? Vários estilos, com alguma predominância para a música ligeira.
Uma das tuas músicas favoritas de sempre? Fly me to the moon.
O teu cançonetista ou banda favorita de sempre? Tony Bennett – The Beatles.
Um livro que tenhas lido e te recordes? Espinhos da Micaia de Eduardo Paixão e A Sombra dos Dias de Guilherme José de Melo.
O teu prato predilecto? Caril de Camarão (camarão de Moçambique, claro está).
Elege um animal de estimação: Papagaio.
A tua cor preferida? Azul.
As tuas qualidades: Quem lida comigo é que deve conhecer as minhas qualidades.
Os teus defeitos: Idem.
Gosto de: Honestidade e sinceridade.
Não gosto de: Desonestos, bajuladores.
Acontecimento pessoal que mais te marcou? Ter sido pai aos 47 anos de idade.
Claudio Michel (filho), Aissa (mulher) e João de Sousa – 16.06.2013
Acontecimento mundial que mais te marcou? Infelizmente… o 11 de Setembro de 2001.
Um sonho ou desejo pessoal? Continuar a viver com saúde. Sem saúde, nada feito.
Citações favoritas:
Não procure ser um homem com êxito, mas sim um homem com valores” – Albert Einstein.
Momento de humor: Gosto mais de ouvir do que contar anedotas.
Em jeito de conclusão:
Se te saísse o totoloto o que não dispensavas ter? Saúde.
Como imaginas Moçambique e Portugal num futuro próximo? Estás optimista? Espero que Moçambique se afaste o espetro da guerra e que em Portugal a reconversão económica possa de facto ser uma realidade. Os dois povos merecem.
O que dizem os teus olhos? Dizem-me que estou a fixar o ecrã do meu computador há muito tempo, e por isso é momento de fazer uma pausa, antes que fique com “os olhos em bico”.
Dá a tua opinião sobre o www.BigSlam.pt :
Refugio-me no slogan do próprio site: “O nosso ponto de encontro!”. Julgo que como sucedânea do mundoslam permite continuar a comunicarmo-nos e a lembrar coisas dum outro tempo, porque afinal “recordar é viver”.
Deixa aqui a tua mensagem para os leitores do BigSlam:
Uma mensagem de agradecimento e solidariedade por todos os internautas que por aqui viajam, trazendo à nossa memória as coisas que o tempo não vai (nem pode) apagar.
O BigSlam agradece ao João de Sousa toda a sua disponibilidade e simpatia em responder a esta entrevista.
Bem Haja!
Nota do BigSlam: João de Sousa é um colaborador assíduo do “Blogs” do BigSlam editando as suas crónicas todas as Quartas-feiras com o pseudónimo: “Xipalapala”!
Muitos têm perguntado o significado de “Xipalapala”. Aqui fica a explicação para quem não souber:
Substantivo feminino e singular derivado de “Xi-pala-pala”, termo incerto no idioma Ronga (também reconhecido como XiRonga) que é um dialecto do sudeste africano e da família Tswa-Ronga, especialmente audível nas regiões do sul de Moçambique e nordeste da África do Sul.
O vocábulo é designativo de uma corneta produtora de magnas sonoridades, sintetizada a partir de uma haste de um antílope cuja específica identificação é impala.
É muito comum em Moçambique, onde diversos povos nativos a utilizavam e ainda usam como meio de chamamento, de convocação para variados mas determinados fins; e.g., para juntar os líderes intelectuais e políticos em uma reunião importante onde cruciais assuntos eram e são debatidos ou, até mesmo, somente para unificar o povo em alguma celebração ocasional ou oficializada, alguma ocorrência espontânea ou preestabelecida.
O chefe da tribo fez soar a xipalapala, chamando todos os constituintes do grupo à sua presença.
Ele tem voz de xipalapala. Todo o bairro escuta suas profundas falas quando ele conversa na intimidade de sua casa com sua mulher.
Um Comentário
Luíz Oliveira
Andei com o João no Liceu Salazar,
Era extremamente comunicativo e amigo
LF