Nome (completo): José Pedro Sousa Flores Cardoso.
“Alcunha” ou nome pelo qual és conhecido entre os amigos: “Zé Pedro”.
Data de nascimento: 26 de Setembro de 1945.
Natural de: Lourenço Marques – Moçambique.
Localização actual: Oeiras – Portugal.
Estado civil: Casado.
Altura: 1,74 m.
Peso: 80 kgs.
Profissão: T.S.L. (Técnico Superior de Lazer), resumindo Reformado.
Ideologia política: Não me revejo nos n/partidos políticos.
Crença religiosa: católica.
Localização da tua residência em Moçambique:
Avenida Massano de Amorim,
Polana, Lourenço Marques, e após o “marriage” na Av. General Bettencourt.
Como a minha “casa de solteiro” era mesmo em frente do Parque José Cabral,
e atrás da zona do Sommerchild, naquele tempo, quase deserta, eram nesse locais que brincávamos, fazíamos as nossas “caçadas” aos pobres dos passaritos, pombas, gala-galas, etc. Fazíamos também gincanas e corridas de motos.
Por outro lado, e normalmente de manhã como vivia muito perto do Clube Naval,
era aí que passávamos grande parte do tempo nas brincadeiras da época, mergulhos, pesca, etc.
Mais tarde, era na piscina do Hotel Polana,
na sua saudosa “boite”, que tantas e boas recordações ficaram.
Vivi como quase todos os naturais de Moçambique, a melhor infância do Mundo, com espaço, com muito desporto, muitas farras, muita malandrice, mas com o maior tesouro de todos: AMIGOS. Amizades que perduraram e perduram pela vida fora, pois eram sãs, desinteressadas e verdadeiras.
Percurso escolar:
- Ensino Primário: Escola Rebelo da Silva (1952 a 1955).
- Ensino Preparatório: Escola Industrial (1956 a 1957).
- Ensino Secundário: Escola Comercial (1958 a 1962). Terminei o Curso Geral de Comércio (Curso que permitia o acesso á carreira de Guarda Livros, actualmente Técnico de Contas).
Posteriormente, o meu pai quis que eu fosse continuar os estudos de Administração de Empresas para a Suiça. Não me agradou ir para tão longe, nem para o frio, e consegui mudar-lhe as ideias para um local mais perto. Não era aconselhável Johannesburg, pois era a época alta dos “duck tails”. Fui para Durban para o Technical College, e como o curso de “Management and Administration” em que me consegui inscrever era só nocturno e quase na totalidade para adultos e já a trabalhar, foi uma total desgraça (só fomos 3 dias á escola) e foi na “praia” e nos beach hotéis que me formei. Neste curso de praia, foram meus parceiros o Carlos Abreu e o Mário Mendes. Posteriormente o Niza Pessoa e o Mané Leão.
Chegados ao final do ano, e “sem” notas para apresentar, tive que arranjar uma desculpa e pedir para ir trabalhar.
Serviço Militar:
Fui como “voluntário” para a tropa, pois uma serie de malta amiga ia iniciar a recruta em Agosto de 1964, e o trabalho “cansava” imenso. Daí decidi oferecer-me como voluntário, e lá fui aceite. Assim lá fomos todos para Boane, onde efectuámos a nossa recruta base.
Terminada a mesma, e dadas as minhas habilitações académicas, fui destacado para a Companhia de Intendência fazer a especialidade de “ Contabilidade e Pagadoria”. Foi o 2º curso do género em Moçambique, e especificamente indicada para dar apoio os Conselhos Administrativos das unidades e Quarteis Generais, pois até essa altura eram apenas os Amanuenses, normalmente dactilógrafos, e sem qualquer experiência contabilística, que executavam essas funções. Fiquei em 3º lugar no Curso, mas baixei para 5º devido á nota final de Aprumo Militar!!! Mesmo assim, como havia 15 vagas para ficar colocado em Lourenço Marques, fiquei colocado no C.I.C.A. até Outubro de 1967.
Percurso profissional:
- Em Moçambique: Iniciei a minha actividade profissional em 1963 no Catoja, Saldanha & Cª Lda, empresa de ferragens e material de construção, em Lourenço Marques. Naquela altura, com o curso terminado e ainda por cima filho do “patrão”, pensei para com os meus botões que entraria logo para um lugar adequado ao meu curriculum, e no mínimo “Gerente”!!!. Pois foi, mas o “ Patrão” não pensou o mesmo que eu, e fui logo recambiado para “empregado de balcão”. Ali permaneci quase 2 anos, até ir para a tropa em Agosto de 1964. No regresso, passei por quase todas as funções existentes na empresa, por forma a ganhar conhecimento dos diversos desempenhos sectoriais, e só em 1975 subi a sub-gerente.
Recebi grandes exemplos e lições durante toda a minha vida, e ainda hoje as guardo como sagradas, transmitidas e ensinadas por esse GRANDE HOMEM que tive a felicidade de ter como PAI. Para ele e publicamente, a minha maior veneração e agradecimento.
Percurso desportivo:
Aonde e quando iniciaste a tua actividade desportiva? Iniciei a minha carreira desportiva no GRUPO DESPORTIVO LOURENÇO MARQUES, por volta de 1952, no Hóquei em Patins e igualmente na natação. O meu primeiro treinador de Patinagem e Hóquei em Patins, foi o grande Fernando Adrião (Pai), exemplo de dedicação, sabedoria e prazer em ensinar. Na natação foi o Prof. Morais.
Qual foi a tua principal modalidade? Como praticante federado foi o Hóquei em Patins.
Alguém (quem) te influenciou a escolher esta modalidade? Penso que foi uma opção minha, pois recebi num Natal um par de patins daqueles de se apertarem aos sapatos. Foi a loucura. Adorava patinar e meter a bola nos buracos das árvores. O meu 1º stick foi um cabo de vassoura ao qual preguei um bocado de madeira.
Depois essa paixão foi explorada e bem pelo pai Adrião, que conseguiu definitivamente meter o “bichinho do hóquei” cá dentro.
Em cima: Abílio Moreira, Carlos Pereira, Fernando Adrião, Luís Santos, Fernando Martins “Naná”, Zé Pedro Cardoso.
Em baixo: José Manuel Sousa (Spit mais novo), José Adrião, Fernando Santos.
Zé Pedro Cardoso e José Adrião, muito jovens começaram a patinar…
Qual foi o teu primeiro jogo ou prova oficial? Julgo que foi em infantis contra o Sindicato, mas sinceramente não tenho a certeza.
(Pavilhão do Malhangalene)
Com que numero na camisola jogavas? Primeiro com o nº 5, e depois com o nº 2 durante quase toda a minha carreira.
Treinador que mais te marcou ao longo da tua carreira e porquê? Fernando Adrião. Porque como era um executante de notável excelência, ensinava as suas próprias técnicas de execução, explicava os porquês das coisas, e inclusivamente as subtilezas das malandrices.
Descreve uma situação caricata que tenha ocorrido em campo ou numa prova: A mais caricata aconteceu no campo descoberto do “Carvalhos”, em que chovia tanto ou tão pouco que a bola não rolava. O vento e o frio enregelavam tudo. Nunca pensei que se autorizasse a realização dum jogo naquelas condições.
Nós tínhamos tido um almoço “ligeiro” de papas de sarrabulho em Braga, e ao final da tarde com aquelas condições climatéricas a que não estávamos de todo habituados, tivemos mesmo que jogar. Eu tinha tanto frio e estava completamente encharcado, que me parou a digestão. Então passei a 1ª parte a correr até á tabela lateral, vomitava e voltava. Foi um suplício.
Recorda alguns dos momentos mais marcantes e o mais frustrante na tua carreira desportiva: Graças a Deus tive muitos momentos marcantes, mas destaco principalmente estes:
- 1 – A conquista do meu 1º Campeonato Nacional de Hóquei em Patins – Seniores em 1969 em Luanda.
Época 1968/69 – Seniores
• Campeão Provincial Moçambique • Campeão Nacional
Em cima: Sousa (massagista), Miguel Roussou, Carlos Pereira, Amílcar Passos, Zé Pedro, Ernesto Meireles (treinador).
Em baixo: Bernardo, Fernando António, Ferreira e Luís Cabacinha.
Época 1968/69 – Seniores
(Entrega das faixas de Campeão Nacional)
Em cima: Ângelo Caldas (Parry) preparador físico; Filho Dr. Sampaio; Augusto Neves (massagista); Ernesto Meireles (treinador); Zé Pedro; Miguel Roussou; Bernardo; Amílcar Passos; Viegas (Seccionista).
Em baixo: Fernando António; Ferreira; Carlos Pereira e Luís Cabacinha.
- 2 – Em 1971 o Campeonato Nacional de Hóquei em Patins realizou-se em Lourenço Marques no Estádio do Sporting.
A emoção de entrar em campo, na nossa terra, perante o nosso público moçambicano, os nossos amigos, a nossa família, com o estádio sempre cheio ao máximo, com escola de samba a apoiar-nos comandada pelo famoso Tubarão, era uma sensação inexplicável e de arrepiar, motivando-nos para lutar até ao fim pelo nosso objectivo final, que era a conquista do 2º Campeonato para o Desportivo de Lourenço Marques e mais um para Moçambique. Conseguimos, e foi uma festa fantástica.
Pavilhão do Sporting L.M.. Sempre a “rebentar e ultrapassada a capacidade do Estádio de 6.000 lugares
Tubarão e a sua Escola de Samba…
Final do jogo e assinatura da ficha de jogo.
Estava carimbado o 2º Campeonato Nacional, e mais um “caneco” para o Desportivo e para Moçambique
Época 1971 – Seniores
• Campeão Provincial Moçambique • Campeão Nacional
Em cima: Carlos Ferrão (Director), Amílcar Passos, Carlos Pereira, Fernando Adrião (Treinador), Rui Ferreira (Director), Zé Pedro, Borges, Lino Freitas (Director), Viegas (Seccionista).
Em baixo: Bernardo, Maia; Machado (Massagista), Fernando António e Victor Hans.
- 3 – Conquista do 3º Campeonato Nacional de Hóquei em Patins, novamente em Luanda em 1973 e a chegada do Desportivo ao Aeroporto de Mavalane, em Lourenço Marques.
Que loucura. Havia milhares de pessoas á nossa espera, as varandas do aeroporto apinhadas de gente, de cartazes, centenas de carros, etc. Foi uma emoção muito grande.
Depois seguiu-se o trajecto pelas ruas da cidade, as buzinas, as bandeiras até ao Governo Geral de Moçambique, onde fomos recebidos pelo Sr. Governador Pimentel dos Santos. Foi uma coisa inesquecível.
As entrevistas do João de Sousa…
Fases dos jogos…
Final do jogo com o Benfica de Luanda e o 3º Campeonato Nacional estava no papo!
Ouvindo, ainda dentro do campo e através das Produções Golo, a imediata mensagem de felicitações do Sr. Governador Geral de Moçambique, Engº Pimentel dos Santos.
Imagem seguinte é histórica
A Taça de Campeões Nacionais, único título que faltava a Fernando Adrião (ao meu lado), que já tinha conquistado todos os títulos possíveis no Hóquei em Patins.
Época 1971 – Seniores
• Campeão Provincial Moçambique • Campeão Nacional
Em cima: Carlos Ferrão, Viegas, José Adrião, Fernando Adrião, Abílio Moreira, José Pedro, Miguel Roussou, Carlos Pereira, (dirigente), atleta Sporting, João Meireles.
Em baixo: José Pinto “Joel”, José Suspiro, Fernando António, Carlos Borges.
O regresso à nossa Terra… e que recepção!!!
- 4– Já em Portugal, a conquista da 1ª Taça C.E.R.S. para o nosso País, representando o Grupo Desportivo de Sesimbra em 1981.
Época 1981 – Seniores
Vencedores da Taça C.E.R.S.
Em cima: Cunha; Garrancho; Meireles (treinador); Zé Pedro; Carlos Pereira.
Em baixo: Afonso; Silveira; Fernando António; Guedes.
Novamente a recepção que tivemos.
Para além das pessoas que se dirigiram ao aeroporto pelos seus próprios meios, estavam presentes cerca de meia dúzia de autocarros com o pessoal de Sesimbra, para dar início á festa que se iria seguir.
Lá fomos num dos autocarros reservados para nós e nossas famílias até Santana. Daí para a frente, foi numa viatura descapotável dos Bombeiros, com a participação de marjoretes, da banda, daquela multidão, etc, etc.
Foi fantástica a sensação de sentir aquele povo sesimbrense todo na rua, a exteriorizarem toda a sua alegria, pois o nome daquela pequena vila piscatória passou a andar nas bocas do Mundo, na televisão, nos jornais, nas revistas, etc.
Para nós jogadores, foi a alegria e a recompensa do dever cumprido por tudo o que aquelas gentes, e aquela terra fez por nós. Pela sua franca amizade, pelo seu apoio incondicional á equipa que os representava, enfim, TUDO.
Ainda hoje tenho bem presente as amabilidades que sempre nos dispensaram. Bem hajam Sesimbrenses.
- 5 – O mais frustrante ocorreu no 1º jogo Barcelona-Desportivo, da Final da Taça dos Campeões Europeus de Clubes de Hóquei em Patins, em 1974 e em Barcelona.
O sonho de sermos Campeões Europeus estava ao nosso alcance. Só faltava bater o Campeão da Europa em título, tarefa muito difícil, mas não impossível de realizar dada a forma como a equipa estava a jogar. Mas, infelizmente, no melhor pano cai a nódoa, e o meu ídolo e para mim o melhor jogador de hóquei de sempre, não esteve bem dentro do campo, e em 5 minutos estávamos a perder por 5-0. Consciente disso, abandonou o campo, mas a desorganização já lá estava e perante um adversário daqueles tem custos, e perdemos 8-3.
Na 2º mão, já em Lisboa, tornava-se hercúlea a nossa tarefa. Ainda estivemos a vencer por 4-1, mas jogar 50 minutos a ter que correr atrás da bola contra uma equipa como o Barcelona, fez rebentar toda a equipa na parte final, e embora tivéssemos ganho 5-4, o título foi-se embora. Foi o momento mais triste da minha carreira.
Quais os clubes que representaste:
Em Moçambique: Grupo Desportivo de Lourenço Marques (GDLM)
Em Portugal: GEDE – Gabinete de Estudos e Desenvolvimento Económico e
Grupo Desportivo Sesimbra
Associação Académica da Amadora ( Veteranos)
- Seleções representadas:
Selecção de Lourenço Marques.
Selecção de Moçambique.
Selecção de Lisboa.
Selecção Nacional.
1ª Selecção de Moçambique após Independência (Capitão).
- Títulos conquistados:
(Representando o Grupo Desportivo Lourenço Marques)
Vários Torneios e Taças, a nível Provincial, Nacional e Internacional.
3 Títulos de Campeão Provincial de Moçambique 1969, 1971 e 1973.
Vencedor Torneio Homenagem a Fernando Cruzeiro em Luanda 1969.
3 Títulos de Campeão Nacional de Portugal – 1ª Divisão, em 1969 (Luanda), 1971 em Lourenço Marques e 1973 em Luanda.
Vice Campeão da Europa em 1974.
(Representando o Grupo Desportivo de Sesimbra)
Campeão Distrital – Zona Sul – 2ª Divisão, em 1977/78.
Campeão Nacional – 2ª Divisão em 1977/78.
Campeão da 1ª Edição da Taça C.E.R.S. (Europeia) em 1981.
(Representando a Académica da Amadora)
2 Campeonatos Nacionais de Veteranos.
Torneio Internazionale di Hockey su Pista – Categoria Veterani 1990 em Itália.
Os teus ídolos na tua modalidade de eleição? – Fernando Adrião, Francisco Velasco, Amadeu Bouçós, Alberto Moreira.
Quais os atletas de sempre que eleges nesta modalidade?
Moçambique: Fernando Adrião e Francisco Velasco.
Portugal: Livramento e Chana.
Europa/Mundo: Fernando Adrião.
Outras modalidades que tenhas praticado? – Judo (federado), e como qualquer bom moçambicano, todas as outras para divertir.
A modalidade que mais aprecias na qualidade de tele/espectador? – Adoro desporto, e vejo tudo. Mas o hóquei, a natação, o basquete, o futebol (não nacional) e a patinagem no gelo.
O teu clube do coração:
Em Moçambique? O grande Grupo Desportivo Lourenço Marques (GDLM).
Em Portugal? Nenhum
No estrangeiro? Tenho simpatia pelo Barcelona, e mais abaixo saberão porquê.
Escolhe três modalidades diferentes da tua, e elege o melhor atleta de sempre (nacional e mundial) em cada uma delas:
Basquetebol:
Nacional – Mário Albuquerque.
Mundial – Michael Jordan.
Futebol:
Nacional – Eusébio.
Mundial – Pélé.
Natação:
Nacional – Carlos Otão.
Mundial – Michael Phelps.
Qual a infra-estrutura desportiva (pavilhão, campo, piscina, pista, etc.) que mais te impressionou ao vivo, no estrangeiro e em Portugal? – Quando em 1972 viemos disputar a Taça dos Campeões Europeus, e vi as fantásticas instalações desportivas do Barcelona, fiquei impressionado, pois nunca tinha visto nada assim, e daí a minha simpatia pelo Barcelona.
Quais as maiores diferenças que encontraste (no campo desportivo, social e ambiental) após deixares Moçambique?
– No campo desportivo: As condições climatéricas (frio, chuva, geada) a que estávamos obrigados a jogar em campos descobertos, a consecutiva e habitual hostilidade dos adeptos dos clubes que visitávamos, com insultos constantes, arremesso de objectos, cigarros, moedas, cuspidelas, etc, faziam duplicar as dificuldades para vencer. E se ganhávamos, por vezes tínhamos problemas em sair do campo, e de abandonar as instalações, com os autocarros a serem alvo de pedradas, etc. Várias vezes só escoltados pela polícia…
– No campo social: Foram as capacidades de trabalho, a necessidade imperiosa de nos sustentarmos a nós e ás nossas famílias, a necessidade de sobrevivermos, os conhecimentos, e o espírito aberto que trazíamos do Ultramar, fizeram com que a maioria das pessoas tivesse singrado em situações por vezes muito complicadas. Não tenho dúvida nenhuma que fomos motores duma alteração significativa no tecido económico e social deste País.
– No campo ambiental: O clima.
Qual o teu hobby? – Desporto.
Destino de férias preferido? – Viajar seja para onde for, de preferência em cruzeiros.
Viagem de sonho que gostarias de realizar ou que já realizaste? – Graças a Deus, já realizei as que mais me fascinavam: O Alaska; Canal de Panamá e América do Sul contornando o Cabo Horn; Austrália, Nova Zelândia e Tasmânia; Ásia; Vários estados dos Estados Unidos da América (meu país de eleição para viajar), e alguns dos seus principais parques naturais, tais como Grand Cannyon; Bryce Cannyon; Yellowstone; Yosemite; Arches National Park, Rocky Mountain National Park, Canyonlands Nat. Park, Grand Teton Nat Park. A beleza e os diversos contrastes deste país é fora de série.
Uma cidade para viveres? – Algumas: Várias na Florida (USA), Sydney ou Perth (Austrália).
O teu canal de TV? – National Geographic, Odisseya.
Programas televisivos do teu agrado? – Dancing with the Stars.
A tua estação de rádio? – Star FM.
Um dos teus filmes preferidos? – África minha.
Qual o teu actor/actriz predilecto? – Meryl Streep.
O teu realizador de eleição? – Spielberg.
Qual o estilo de musica que aprecias? – Toda, excepto a chata e “ruídosa”.
Uma das tuas músicas favoritas de sempre? – My Way (Frank Sinatra), Wonderful World (Louis Armstrong).
O teu cançonetista ou banda favorita de sempre? – Beatles.
Um livro que tenhas lido e te recordes? – A série “ Millennium” de Stieg Larsson.
O teu prato predilecto? – Camarão de Moçambique grelhado com molho de manteiga e limão.
Elege um animal de estimação: Cão.
A tua cor preferida? – Verde.
As tuas qualidades: Tento sempre ser justo, ponderado, e pontual.
Os teus defeitos: Devo ter, mas não os noto.
Gosto de: Ter Amigos, para mim fundamental. Desporto. Viajar.
Não gosto de: Políticos portugueses. Aldrabões e oportunistas.
Acontecimento pessoal que mais te marcou? – A descolonização, a que alguns bandidos chamaram de exemplar, pois não lhes tocou a perda de qualquer bem, ao contrário de muitos outros que perderam tudo.
Acontecimento mundial que mais te marcou? – A chegada à Lua.
Um sonho ou desejo pessoal? – Não sofrer antes da “partida”.
Citações favoritas: A sorte dá muito trabalho.
Momento de humor:
Quando se é desportista e se tem de viajar, acontecem sempre judiarias entre colegas e episódios hilariantes. Que me perdoe lá no Céu o meu muito saudoso e querido amigo Carlos Pereira, mais conhecido por “Cirilo”, esta minha confidência: Em 1969, e portanto antes da “era” dos telemóveis, tinha a equipa de hóquei do Desportivo partido no vôo da TAP de Lço Marques/Luanda, quando me ocorreu, pregar uma partida ao Carlos Pereira. Isto já depois de termos dito ao n/colega António Bernardo, antes da partida, para colocar” algodão entre os lábios e os dentes, para não enjoar”. Foi de morte vê-lo colocar o algodão.
Transmito ao Miguel Roussou, sentado ao meu lado, que ia pedir à hospedeira que através do sistema de comunicação aos passageiros, dissesse a seguinte frase : “Atenção Sr. passageiro Carlos Pereira. Agradecia que se dirigisse á parte traseira do avião para atender uma chamada telefónica”. Lá fui falar com a hospedeira, e lá a convenci a entrar na festa, e fazer aquela pirataria ao Carlos. Voltei, sentei-me e passados alguns minutos, lá se ouve o tal pedido.
A reacção e a cara do Carlos, foram de total surpresa, espanto e dúvida. Aquela dúvida era mais forte do que ele, depois de ter assistido ao episódio do Bernardo. Olhou para nós, não viu nenhuma reacção, mas como já estava de pé atrás, não se dirigiu logo e sentou-se novamente.
Passados uns segundos, ela repete a frase e pede brevidade na deslocação. E aí, o Carlos levanta-se e lá vai. Ela entrega-lhe o telefone, e passasse a ouvir por todo o avião: “ Está lá. Está lá” e nada de resposta. Repete“ Está! Está lá!.” Vira-se para a hospedeira e diz: “Ninguém está a responder” E ela pede-lhe novamente para tentar, pois alguém queria falar com ele.
E lá volta o Carlos: “ Está lá. Está lá. Está” Já nessa altura, e com o avião todo a rir, chegou a malta ao pé dele e é quando ele percebe que tinha caído na esparrela.
Ficou encarnado como um tomate e cheio de vergonha ao dirigir-se para o seu lugar. A hospedeira pediu-lhe desculpa por ter entrado na brincadeira, e tudo acabou a rir. Enfim, foi muito giro. Muitos mais ficaram por contar, mas fica para a próxima.
Em jeito de conclusão:
Se te saísse o totoloto o que não dispensavas ter? – Ajudar quem precisasse, principalmente os idosos e as crianças.
Como imaginas Portugal num futuro próximo? Estás optimista? – Num futuro próximo, com os partidos existentes, com os políticos e a comunicação social que temos, e com a corrupção instalada, um túnel sem luz. Não se preocupam em dizer a verdade ao povo, pois “não é politicamente correcto”. Mentem todos com o maior descaramento, pois o que querem é o poder e ganhar eleições.
Sinceramente penso não estar, mas oxalá esteja, completamente enganado.
O que dizem os teus olhos? – Sempre o meu estado de espírito.
Dá a tua opinião sobre o www.BigSlam.pt :
Excelente trabalho, dedicação e carolice. Espero que o êxito nunca acabe.
Deixa aqui a tua mensagem para os leitores do BigSlam: – Quem puder que colabore e contribua para a manutenção e êxito do BigSlam.
O BigSlam agradece ao José Pedro Cardoso toda a sua disponibilidade e simpatia em responder a esta entrevista.
Bem Haja!
13 Comentários
FERNANDO CAPELA
Gostei cabo Zé.Aquele abraço.
Carlos Guilherme
Caro Zé Pedro:
Foste sempre um ídolo para mim. Desde a Escola Rebelo da Silva onde partilhámos a mesma turma da 2ª à 4ª classe até às jogatanas de matraquilhos e bilhar em tua casa, aos sábados, até aos teus triunfos no nosso Desportivo.
Só desejo que estejas bem com a saúde e com a família.
Bem hajas.
Grande abraço
Francisco Duque Martinho
Bonita entrevista Zé Pedro, onde se vê que apenas com muito trabalho terás conseguido tanta “sorte” !!!
Parabéns.
Grande abraço e tudo de bom.
Augusto Martins
Gostei de ler.
Voltar no tempo e no espaço a momentos e locais bem conhecidos de todos nós, os que viveram num paraíso irrepetível, é sempre maravilhoso e rejuvenescedor.
Com um grande abraço, desejo-te muita saúde e felicidade.
Tomané Alves
Grande Zé Pedro. Parabéns pela entrevista. Gostei imenso … em toda a linha, e ainda mais ainda pela particularidade da tua cor favorita. Condiz contigo! Grande abraço
Luis Ritto
Conheço bem o José Pedro Flores Cardoso, com quem estudei e brinquei quando era mufana.
É uma pessoa de que que gosto muito e tenho muito respeito e apreço.
Lamento que a vida nos tenha separado e levado para tão longe.
É a vida patrão!
Desejo-lhe as maiores felicidades e uma longa vida.
Um grande abraço amigo,
Luís Ritto
Fernando Nogueira e Silva
Um grande abraço Zé stick
ZéRodrigues
Como sempre , a humildade de Campeão , consolidando o desportivismo de Moç. .
Obrigado por partilhares e assim enalteceres o desporto.
Um abração apertado.
ZéRodrigues
Luiz Branco
Em nome do meu pai que já partiu e que por si tinha estima, um abraço.
Jogador do melhor que Moçambique teve.
Cuqui
Grande querido tio, muito respeito e amor. Sabes que eu te considero o Patriarca da nossa familia.Beijocas e abraços para ti e tia Néné.
Ana Laborde
Excelente entrevista, Zé Pedro.
Fez-me reviver os tempos da nossa bela infância em Moçambique e relevar um delegado que esta nos deixou bem entranhado, a Amizade.
Um grande beijo.
ze pedro
Queria agradecer ao Samuel o convite que me endereçou para fazer esta entrevista, os retoques fotográficos que lhe deu e que valorizaram imenso o artigo, e a todos os comentários recebidos. Para TODOS o muito e muito obrigado. Zé Pedro Flores Cardoso
Admin
Caro Zé Pedro, para nós é um privilégio termos acesso a esta excelente entrevista “Conheça Melhor” do BigSlam. Obrigado por teres partilhado connosco esses momentos inolvidáveis da tua vida desportiva e pessoal!
Parabéns grande capitão!