HAJA VERDADE!
A verdade mais tarde ou mais cedo aparece para se fazer justiça.
Antes de a publicar farei algumas considerações. O Abdul Ismail quando foi selecionado já não era atleta do Sporting Clube de Lourenço Marques, mas sim corria individualmente como consta do Comunicado da Federação Moçambicana de Atletismo comunicado esse o nº1/75.
Treinou comigo nos últimos meses antes do Torneio Internacional Moçambique-Tanzânia. Possuía uma apreciável técnica como barreirísta, técnica essa ministrada pelo treinador checoslovaco Otokan Crsany residente no Porto. Isto de colher fruta madura não custa nada, custa é fazê-la amadurecer…
Sugeri ao Ismail uma “incursão” aos 400 metros planos. Franziu a testa, mas lá aceitou o desafio e ganhou com o apreciável tempo de 51,7 Segundos para um estreante nesta dura prova.
No meeting com a Tanzânia, após a prova dos 110 metros Barreiras, o técnico tanzaniano chegou-se ao pé dele e disse-lhe: “ Espero vê-lo nos Jogos Olímpicos a fazer 13,9 segundos”. Como é que me lembro destas coisas apesar da minha “ avançada idade”!
Diz o Sr. Revez que ele é que foi o Selecionador. Veremos mais adiante. A foto onde ele está nesse meeting estava como adjunto, como se constará seguidamente.
O Comunicado 1/75 da Federação Moçambicana de Atletismo, como se poderá ler, diz que o Selecionador/Treinador Nacional é o Sr. António Mateus Ferreira Matos e como adjuntos o Sr. Orlando Costa e Sr. Luís Revez.
Aqui há a considerar duas hipóteses ou o Sr. Luis Revez está desmemoriado ou está deliberadamente a mentir para me desacreditar!
Acredito que tenha sido nomeado para o tal cargo, DEPOIS de mim, uma vez que terminado o encontro rumei para casa, agarrei na minha mala e fui apanhar o avião para Lisboa, onde permaneci até Março de 1976, altura em que regressei a Moçambique.
Pouco depois formou-se a Escola de Educação Física de Moçambique e fui convidado para dar a disciplina de Atletismo. Esta escola funcionava nas antigas instalações da Instrução Pública sita na Avª Couceiro da Costa, perto do então Museu Álvaro de Castro. Em finais de Maio pedi a minha dispensa porque eu e minha esposa tínhamos decidido vir viver para Portugal. No dia 27 de Junho de 1976 embarcámos dizendo adeus a Moçambique.
Segundo o Comunicado 1/75 da FMA assinado pelo Sr. Eugénio Lourenço Madeira e devidamente carimbado diz tudo. Ponto final paragrafo.
- Mantenho o que disse do Stélio Craveirinha e Abdul Ismail.
António Mateus Ferreira Matos – Janeiro 2015
Comunicado 1/75 da Federação Moçambicana de Atletismo
Nota do BigSlam: Resposta de António Matos aos comentários proferidos por Luiz Revez, sobre o artigo publicado neste blog com o título: Atletismo: António Matos “Tau” – “Nambauane” de Victor Pinho
Um Comentário
Braga Borges
Penso que por essa altura, um dos sprinter´s mais representativos do Sporting de L.M. era o Costa André.