Hoje comemora-se o 39º aniversário da independência de Moçambique
No discurso pronunciado hoje no dia nacional de Moçambique, o último do seu segundo e derradeiro mandato, Armando Guebuza referiu-se a “muitos sucessos” em 39 anos de independência, realçando “a unidade nacional e os fundamentos de uma paz assente no diálogo”.
Moçambique vive o seu pior momento desde o Acordo Geral de Paz, assinado em 1992, entre Governo e Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), com o maior partido de oposição a desencadear ações militares quase diariamente na principal estrada do país, enquanto o Exército reforça posições na região da serra da Gorongosa, província de Sofala, onde se presume estar refugiado o líder do movimento, Afonso Dhlakama, que ameaça dividir o país em dois.
Na base das divergências está a reivindicação da Renamo de paridade nas forças armadas e a exigência do Governo de desarmamento do partido de oposição, o que conduziu a um impasse negocial.
“A unidade, a paz e o desenvolvimento são constantemente fortalecidos pelo diálogo entre os moçambicanos e têm vindo a desempenhar um papel preponderante e catalisador das nossas conquistas individuais e coletivas, que em muito valorizam a nossa bandeira multicolor e projetam-nos como a pátria de heróis”, observou Guebuza, apelando para a consolidação destes fundamentos para “o aumento e diversificação” das conquistas de Moçambique.
O Presidente moçambicano destacou também, no seu discurso, o combate à pobreza, relacionando-o com a luta pela independência.“Quando o moçambicano compara o antes e o depois da independência, conclui que valeu a pena lutarmos e persistirmos na luta pela nossa independência nacional”, declarou Guebuza, prometendo que Moçambique vencerá este “flagelo” como ultrapassou “a dominação estrangeira”.
“Como no passado, quando proclamávamos que a independência era o nosso direito inalienável, hoje sublinhamos que o direito de não ser pobre é nosso direito inalienável”, afirmou.
Moçambique tem previstas eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) para 15 de outubro.