Morreu jornalista “moçambicano” Guilherme de Melo
O jornalista e escritor Guilherme de Melo morreu este sábado aos 82 anos no hospital de São José, em Lisboa, onde estava internado há três semanas devido a um cancro, disse à agência Lusa o afilhado Guilherme de Sousa.
Nascido em Lourenço Marques no dia 20 de janeiro de 1931, Guilherme de Melo iniciou a sua carreira de jornalista em Moçambique e terminou-a no ‘Diário de Notícias’, para onde foi trabalhar depois de se ter mudado para Lisboa, em outubro de 1974.
‘A Estranha Aventura: contos’ (1961)
é o primeiro da dezena e meia de livros que escreveu, entre os quais se encontram igualmente ‘Menino Candulo, Senhor Comandante’ (1974),
‘Os Leões Não Dormem Esta Noite’ (1989),
‘Gaivota: um olhar (por dentro) da homossexualidade’ (2002) e ‘Crónicas de Bons Costumes’ (2004).
Recorde-se que o jornalista e escritor foi um dos primeiros homens a assumir publicamente a sua homossexualidade. Um dos seus grandes amigos era Carlos Castros, cronista assassinado em Nova Iorque por Renato Seabra.
Guilherme de Melo estava reformado “há mais de 10 anos” e “já não escrevia há muito tempo”, adiantou Guilherme de Sousa.
NOTA: O seu corpo vai estar hoje (dia 1 de Julho) na Basílica da Estrela a partir das 17H00 e o funeral sairá amanhã ás 10 horas para o cemitério Alto S. João, onde será cremado. Haverá missa ás 8H30 de corpo presente antes do corpo sair para o cemitério.
2 Comentários
José Rodrigues
Um grande senhor da escrita e jornalismo da nossa terra, que nos deixa…
Quem não se lembra do livro “Os Leões não dormem esta noite” , tributo a Gungunhana e ” A Sombra dos Dias” em que com desassombro assume a sua homosexualidade.
Senhor de uma mestria narrativa, sabia filmar como ninguém a alma e os sentimentos humanos.
Até sempre Guilherme de Melo e que descanse em Paz.
Wanda Serra
Que a sua alma descanse em Paz