Taça dos Campeões Africanos em Basquetebol – Recepção calorosa às “rainhas” de África!
SÓ faltou mesmo a coroa para presentear as novas “rainhas” do basquetebol africano. De resto, as novas “meninas de ouro” tiveram uma recepção pomposa à sua chegada, ao princípio da tarde de ontem, no Aeroporto Internacional de Maputo.
Maputo, Quinta-Feira, 1 de Novembro de 2012:: Notícias
De bandeiras em punho e trajados a rigor com as camisetes que diziam “Liga Muçulmana, campeã africana”, dezenas de adeptos aguardavam avidamente pela chegada das campeãs africanas e “explodiram” de alegria e emoção quando Valerdina Mahonga, a capitã da equipa, ergueu o gracioso troféu banhado de ouro.
Os flashs das máquinas fotográficas e dos celulares começaram a disparar, até os que se encontravam no Aeroporto Internacional de Maputo por outras razões não quiseram perder a oportunidade de fotografar as “meninas de ouro”.
No meio desse momento emotivo, não faltaram os habituais abraços calorosos. Houve algumas atletas que não se contiveram e deixaram-se banhar de lágrimas. Não era para menos, o momento era de festa, que se alargou pelas artérias da cidade de Maputo. Transportados num carro alegórico, atletas, dirigentes, entre outras figuras ligadas ao clube, quiseram partilhar com os citadinos da capital do país este momento de felicidade do desporto nacional. O percurso pela cidade durou pouco mais de meia hora com passagens por algumas das principais avenidas: Eduardo Mondlane, Julius Nyerere e 25 de Setembro. A passeata teve o seu epílogo na Praça da Independência, local simbólico da Unidade Nacional. Unidos e de mãos dadas, as campeãs africanas deram prosseguimento aos festejos.
Pode-se dizer que na tarde de ontem viveu-se apenas a primeira fase das comemorações da festa que se atenderão, em breve, a uma homenagem às atletas e técnicos com devida pompa e circunstância.
Concretizar de um sonho – Rafik Sidat, presidente da Liga Muçulmana.
RAFIK Sidat, presidente da Liga Muçulmana, contou como reagiu ao triunfo. “Todo o dia de domingo, após saber que éramos campeões, foi de tensão. Quando terminou o jogo vibrei de alegria. Foi uma noite em que praticamente não dormi, só queria que amanhecesse para que pudesse festejar e falar com as pessoas e dizer que somos campeões africanos”.
Afirmou que conquistar a Taça dos Campeões Africanos é o concretizar de um sonho. “Quando abraçámos o básquete (há dois anos) sabíamos que a nível interno não teríamos adversários à altura. O objectivo era o título africano, por isso vinha conversando com a equipa técnica e as jogadoras e sempre frisei que o objectivo era sermos campeões africanos pelo que é o concretizar de um sonho”.
Acrescentou que, apesar de estar em Maputo, viveu intensamente a final. “No dia da final estive sempre em contacto com a equipa técnica e atletas. Procurei sensibilizar as jogadoras que o facto de termos ganho o Inter de Luanda em Maputo não queria dizer que íamos ganhar outra vez. Tínhamos de ter cuidado com a arbitragem. Sabemos que os angolanos têm alguns truques. Por isso mesmo durante o jogo estava sempre em contacto com a Renata (preparadora física)”.
Perspectivando o futuro, o dirigente deixou claro que uma das apostas reside na formação. “Sabemos que o basquetebol é uma modalidade que dá títulos ao nosso país. Nós já temos um protocolo assinado com a Escola Secundária da Matola. Já reabilitámos o campo e os balneários, agora vamos atacar a formação porque sabemos que estas atletas não vão durar para sempre”.
Questionado sobre o facto de o nome da Liga Muçulmana ter sido trocado pelo da Liga Desportiva, o presidente desvalorizou esta situação. “É um falso problema. Se forem ao site da FIBA vão ver que está escrito Liga Muçulmana de Maputo. Nós não estamos preocupados com isso, é algo que está ultrapassado”.
Continuar a trabalhar e a estudar mais horas – afirma Nazir Salé, treinadorO FACTO de ter conquistado três títulos africanos, dois pelo Desportivo e agora pela Liga Muçulmana, Nazir Salé não se coloca, pelos vistos, nas “nuvens”, pois, segundo ele, estes feitos só lhe obrigam a trabalhar mais. “Posso dizer que estes títulos praticamente constituem o passado. É algo que não me envaidece, antes pelo contrário, vão fazer com que tenha mais horas de trabalho, mais horas de estudo, para continuar a fazer mais e melhor”.
Nazir Salé afirma que esta conquista não surpreende de todo, na medida em que tinha um grupo bastante forte e repleto de jogadoras ganhadoras. “Reunimos mais jogadoras nesta prova em relação às que disputaram as provas internas e isto tornou-nos mais fortes”.
Obrigadas a jogar ao mais alto nível –afirma Valerdina Mahonga, capitã.“ÍAMOS para todos os jogos a saber que todas as equipas enfrentavam-nos como de uma final se tratasse”, afirmou Valerdina Mahonga, anunciando um dos segredos para a conquista da Taça dos Campeões.
Valerdina Mahonha, que já havia experimentado a sensação de ser campeã africana por duas vezes ao serviço do Desportivo, acrescentou que o facto de os adversários enfrentarem a Liga com um elevado espírito de empenho e entrega, fez com que tivessem de jogar no limite. “Jogámos sempre ao mais alto nível. A cada jogo o nosso pensamento centrava-se no compromisso seguinte, até era difícil apanhar sono dado o grau de exigência”.
A concluir, a base disse que este triunfo não podia saber melhor, pois estava satisfeita com a prestação de todo o grupo e ainda pelo facto de fazer parte de mais uma equipa com o estatuto de campeã africana.
Cinquenta mil para cada atleta
A CONQUISTA da Taça dos Campeões Africanos trouxe ganhos extras para as atletas. Se o facto de terem conquistado o troféu mais cobiçado do continente a nível de clubes já era motivo de alegria, os índices motivacionais certamente que se aumentarão com o prémio de 50 mil meticais que a direcção dispobilizará para cada uma das basquetebolistas.
Rafique Sidat, presidente da Liga Muçulmana, anunciou que a direcção tinha prometido 30 mil meticais pela passagem da primeira fase e caso se sagrassem campeãs o prémio seria de 50 mil.
Felicitações do Ministro
Foi com júbilo e vivo interesse que acompanhámos a consagração da Liga Desportiva Muçulmana de Maputo como campeã africana de clubes em basquetebol feminino, inscrevendo assim, em letras douradas, o seu nome e o nome da República de Moçambique na restrita e prestigiante galeria dos vencedores desta importante competição africana da bola-ao-cesto.
Diariamente, chegavam-nos da Costa do Marfim, local da competição, informações que enchiam o nosso peito de orgulho, testemunhando a vossa entrega e abnegação em cada jogo, em cada minuto e em cada segundo; a fé e a crença na vitória; o alto sentido de superação que demonstraram na defesa e representação do vosso clube, assim como dos 22 milhões de almas moçambicanas que, também com orgulho e muita esperança, acompanharam a vossa excelente carreira.
Se, através do desporto também se combate a pobreza, vocês, Liga Desportiva Muçulmana de Maputo, souberam cumprir com êxito a vossa parte nesta gigantesca luta, colocando o país e a sua bandeira, mais uma vez, num patamar elevadíssimo no Continente Africano, um exemplo incomensurável de patriotismo e de auto-estima que souberam dar aos outros jovens, e não só.
O Povo Moçambicano, do Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo, reconhece o vosso esforço e a grande atitude profissional que demonstraram em todos os momentos da prova.
Os nossos parabéns às gloriosas campeãs africanas de basquetebol!
Fonte: África basquetebol