VERGONHA!
“O que finalmente mais sei sobre a moral e as obrigações devo ao futebol” (Albert Camus, filósofo francês)
Em citação de palavras minhas no meu último comentário ao post “As declarações do presidente da Federação Portuguesa de Futebol sobre o último Campeonato Mundial de Futebol” (27/08/2914) , escrevi: “Seguindo as rotas do desejo, da querença e da crença” declarou Paulo Bento: “QUEREMOS O 1. º LUGAR DO GRUPO”. E lancei o aviso: “Querer nem sempre é poder!”
Ao abrir as primeiras páginas dos jornais desportivos de hoje, deparei-me nas respectivas primeiras páginas com os seguintes títulos:
– “Record”: “Vergonha”.
– “A Bola”: “A maior vergonha de sempre da selecção”.
– “O Jogo”: “Miséria total”.
Todavia, Pepe, no fim do jogo Portugal Albânia, declarou: “Ainda acredito em Paulo Bento. É o nosso treinador, acredito nele. Está a fazer um bom trabalho”. E Nani, mais comedido em louvor a Paulo Bento, disse: “Não acho que o trabalho do treinador [Paulo Bento] esteja em causa, fomos superiores e foi pena termos sido surpreendidos”. Ou seja, voltámos ao tempo da minha juventude em que a Selecção Nacional ao perder copiosamente com outras selecções (estou a lembrar-me por exemplo da cabazada dos 10 a zero sofridos perante a selecção de terras de Sua Majestade) merecia o simples conforto de termos ganhado moralmente!
Os tempos são outros! O prestígio internacional da nossa selecção, a diferença de quase amadorismo de então relativamente às verbas escandalosas auferidas pelos jogadores actuais, a exigência de quem se desloca ao estrangeiro para apoiar a nossa selecção, os bilhetes caros de quem por cá se fica para assistir aos jogos da Selecção das Quinas, tudo isto somado (e outras coisas que ficaram por dizer) não se deve ficar pelo acenar de lenços brancos no Estádio de Aveiro.
E se, como se costuma dizer, a culpa não pode morrer solteira, com o despedimento (encapotado por funções diferentes de menor relevo) da equipa médica da selecção (como quem despede uma mulher-a-dias paga à hora e sem contrato de trabalho!) que serviu de inocente bode expiatório da culpa de terceiros, chegou a altura de exigir responsabilidades directas ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
Mais: “A maior vergonha de sempre da selecção” (“A Bola”) passou da esfera privada para passar à esfera pública solicitando do senhor secretário de Estado do Desporto que se pronuncie sobre estes factos e diga publicamente quais as medidas estatais que, porventura, estejam a ser tomadas para fazer com que a Selecção Nacional torne a honrar a Bandeira de Portugal.
A importância do respectivo cargo e a sua responsabilidade não se podem ficar por assistir nos camarotes dos estádios nacionais ou de todo o mundo ao desenrolar de pugnas desportivas coroando de louros as cabeças vitoriosas e remetendo-se ao silêncio nas horas amargas da nossa vergonha colectiva!
Rui Baptista – 08.09.2014
2 Comentários
Rui
Deviam todos estar calados porque estiveram ao lado de quem lutou com todas as armas, (i)legais e ilegais, (in)correctas e incorrectas, (des)honestas e desonestas para descredibilizar Carlos Queiróz que tinha feito um trabalho nunca antes tentado nas selecções. Carlos Queiróz nunca pertenceu ao mundo do futebol português, era doutorado e foi que deu títulos ao futebol português. Era um alvo a abater e todos estavam contra ele por dever patritótico (ele nunca treinou certos clubes, aí está). Agora vêm todos carrancudos querer tramar Paulo Bento que foi aceite pelos mesmos que atacaram CQ, sem reservas. Quantas vezes foi o organismo Anti-doping chatear PB, como fizeram a CQ? Pois, comam do que semearam! E saboreiem bem e tudinho.
Jorge Martins
Realmente e uma vergonha, mas temos que enfrentar a realidade. Nao temos avancados que finalizem jogadas. Ficamos sempre a espera do milagreiro Helder Postiga, da inspiracao do Ronado em jogos de Portugal, (poucos), ou que a bola bata sem querer no Hugo Almeida e entre na baliza contraria!!!!! Na alta competicao, nao se pode esperar por milagres! mas por acaso ele apareceu ontem em Aveiro mas para a Albania, infelizmente!!!
O caso do Eber, sera outro para se analisar. Nao e jogador de selecao, muito fragil, e inconsistente.
Conclusao: nao nos podemos queixar! Bem recentemente foi o Professor Carlos Queiros o grande culpado, e agora e o pobre do Paulo Bento!!
Precisamos de “evitar” o campeonato do Mundo na Russia (quem e que estara interessado a la ir????), e preparar uma seleccao completamente nova, com atacantes com “A” grande!! ,porque senao, teremos que sempre estar a espera do CR7 e do Helder Postiga.
Forca Portugal. Como sempre qualificaremos para as finais no ultimo jogo de qualificacao.