Visita à Casa do Gaiato de Maputo e Aldeia Ndviduane!
(Reportagem que publiquei em Abril de 2005 no anterior site – MundoSlam, para divulgar e vos dar a conhecer melhor esta magnífica obra…)
2ª PARTE
Depois de visitarmos o Posto de Saúde e Maternidade, quisemos saber quais as formas encontradas, para a subsistência da Aldeia em termos alimentares.
O passo mais importante e o primeiro que foi dado, foi a abertura de um furo de modo a fornecer água potável a todo o Bairro.
Agro-Pecuária:
- Agricultura – Perto da Aldeia existem duas pequenas barragens, onde funcionam Associações de agricultores, fazendo pequenas “machambas”.
O ano passado cada Associação preparou trinta hectares para cultura de sequeiro, onde foram distribuídas sementes de milho, feijão, amendoim (o maior problema foi a seca). Foram também distribuídas estacas de mandioca, ramas de batata-doce, socas de bananeiras.
Onde havia garantia de água criaram-se pequenas hortas de apoio às famílias.
- Pecuária – Há uns anos atrás a Aldeia recebeu quatro juntas (machos e fêmeas) para gado de tracção. Hoje com maior número de cabeças de gado, é possível criar entre as famílias o fomento pecuário.
Alimentação:
A crianças da escola – Com a seca a população e de uma forma especial as crianças passaram fome. Foi desenvolvido um apoio com uma refeição dentro do horário escolar a todos os estudantes. Muitos deles caminhavam vários quilómetros e este apoio motivou a frequência à escola.
Apoio a famílias mais necessitadas – Desenvolveram-se várias actividades de plantio de árvores, rega, limpezas, preparação de “machambas” e como apoio, receberam alimentação básica para as famílias.
Encontrámos, ainda nesta Aldeia, uma cozinha comunitária (Cozinha das Mães), bastante utilizada pela população.
Meio ambiente:
O último investimento feito na Aldeia pelo José da Costa, foi a construção de latrinas (50 no total) e fossa séptica que, neste momento, constituem um verdadeiro desafio de sensibilização da população para a necessidade de certos hábitos de higiene básicos, como a evacuação em locais adequados (para que as doenças não proliferem) e o banho regular. Esta sensibilização está a cargo dos professores da escola.
A população do Bairro José Domingues da Costa e as aldeias em redor têm participado com muito entusiasmo em todas as actividades. Hoje, é um bairro com vida onde as pessoas sentem um grande apoio na área da Educação, Saúde, Agro-Pecuária e Meio ambiente.
A novo empreendimento e que já está em curso é a construção do Centro Infantil com Berçário (creche).
Esta obra engloba:
Sala para pré-escolar (3); Sala de professores; Sala de reuniões; Refeitório; Cozinha; Despensa; Armazém; Berçário; Banheiro WC; Banheiro com 4 sanitas.
Fase da construção: Acabamentos (rebocos); Carpintaria (portas e janelas); Estrutura e telhado; Piso; Material de canalização; Pintura.
Os trabalhadores (pedreiros) da obra num período de descanso.
Antes de nos despedirmos ainda deu para a Soraia fazer umas brincadeiras com as crianças…
E claro, sendo um homem do basquetebol, não podia faltar o treino da ordem… (semear…para mais tarde colher)!!!
A população do Bairro José Domingues da Costa e as aldeias em redor têm participado com muito entusiasmo em todas as actividades. Hoje, é um bairro com vida onde as pessoas sentem um grande apoio na área da Educação, Saúde, Agro-Pecuária e Meio ambiente.
Depois de termos visitado o núcleo central da Aldeia, pois a mesmas estende-se ao longo de dois quilómetros… despedimo-nos daquele povo simples e humilde que para ser feliz pouco ou nada exige.
Alguns aspectos (fotos) do quotidiano do bairro:
Um celeiro.
Esplanada com abrigo para o Sol.
Cozinha comunitária.
Plantação de bananeiras.
A lavandaria ao fundo.
Crianças de tenra idade transportando água para suas casas…
Um sorriso de confiança num futuro melhor…
Antes de deixarmos o Bairro, um último adeus “Hambanini”!
Despedimo-nos com um nó na garganta….
E que a vida vos sorria…
Os próximos desafios deste projecto passam pela construção de um novo furo (um já começa a ser pouco para a quantidade de pessoas que dependem dele), um gerador e um moedor (para moer o trigo).
Quem quiser colaborar será sempre bem-vindo!
Agradecimento:
Um sincero “Kanimambo” de todos aqueles que fazem parte do Bairro José Domingues da Costa e de outros que directa ou indirectamente beneficiam do apoio, nas diversas actividades desenvolvidas. Ao Sr. José da Costa, à sua família e a todos os colaboradores (Gerência da Benetton da Figueira da Foz, Sr. Carlos Lima entre outros), queremos manifestar o nosso agradecimento.
Casa do Gaiato de Maputo (Massaca).
Fizemos a viagem de regresso (debaixo de um calor sufocante, ou não estivéssemos nós em África…) até à Casa do Gaiato de Maputo em Massaca, onde chegámos por volta das 15 horas da tarde (já com a barriga a dar horas…).
À nossa espera estava a responsável pela Instituição, Irmã Quitéria (na ausência do Padre José Maria), uma mulher cheia de vitalidade, brasileira de origem e já com vasta experiência nesta área.
Foi-nos servido o almoço na sala de refeições da Casa.
Depois, fomos conhecer de perto a realidade desta maravilhosa obra.
Um pouco de história:
Em Moçambique antes da independência, de 1967 a 1975, a Casa do Gaiato encontrava-se numa fazenda junto de Marracuene, na Província de Maputo, onde hoje está instalada a Escola da Polícia.
No ano de 1989 a Casa do Gaiato – Obra da Rua foi chamada a Moçambique pelo Sr. Cardeal Dom Alexandre a pedido do Sr. Presidente da República para ajudar na solução do problema das crianças abandonadas.
Tendo sido definido o lugar para instalação da Casa do Gaiato, o seu retorno só foi possível em 1991.
Encontra-se hoje nos Pequenos Libombos numa fazenda que pertencia à LOMACO com aproximadamente 700 hectares.
A manutenção da Casa do Gaiato depende de doações e actividades específicas que são desenvolvidas com os próprios rapazes.
Simples descrição:
Casa Mãe 1
Constituída por:
Refeitório, Copas, Cozinha, despensas, Garagem, Caves (câmaras conservação e congelação, sala para hortícolas e frutas), Administração (escritórios).
Casa Mãe 2
Constituída por:
Bloco 1 (Casa dos mais pequenos, dos 3 aos 5 anos).
Bloco 2 (Posto Médico – Salas de consultas, estomatologia, enfermarias).
Bloco 3 (Lavandaria – Salas de lavagem, costura).
Dormitórios (5) – Composição de cada um:
Camaratas (3) com espaço para 9 camas cada e um quarto para os rapazes mais velhos (responsáveis pela casa).
(O pormenor dos sapatos arrumados à entrada num arrumo)
Quarto (1) para pessoa adulta.
Sala (1) de estudo e convívio.
Área de lavabos (1) – Sanitas, urinóis, banheiros.
(Reparem no pormenor das escovas de dentes na parede)
Escola (É aberta a crianças, jovens e adultos das aldeias mais próximas)
Bloco 1 (Pré-escolar; EP 1).
Bloco 2 (EP2; Ensino Secundário).
Bloco 3 (Área para recreação; Cantina; Salão para actividades culturais).
Oficinas – Sapataria; Electricidade; Artefactos de cimento; Carpintaria e Marcenaria; Mecânica; Serralharia civil; Canalização.
Agro-Pecuária – Agrário; Pomar; Vacaria (leiteiro e de corte); Pequena espécie (gado caprino, ovino); Criação (galinhas, coelhos, patos, perus); Aviário (produção semanal de 300 frangos para corte); Pocilga.
Capela – Simples mas de uma beleza invulgar…
… a parte interior da Capela é linda e com uma vista magnífica.
Irmã Quitéria e Soraia posam junto à Capela.
Foi um dia extenuante e de muitas emoções… altamente gratificante.
Depois de uma experiência destas, o sentido de vida realça-nos determinados valores até então adormecidos…Para alcançar a Felicidade, o essencial está aqui…todo o resto é supérfluo.
Um Abraço ao futuro!
Como é do vosso conhecimento, tudo isto está em risco em virtude da falta de apoios.
Uma ajuda por pequena que possa parecer, pode fazer toda a diferença na vida destas crianças e famílias….Não deixe de participar e divulgar, a sua ajuda é realmente necessária!! Obrigado!
É muito simples contribuir: Depósito ou transferência bancária para as seguintes contas:
Se vive fora de Moçambique: conta Millennium nr. 0033 0000 45433872875 05 – AMIGOS CASA GAIATO MAPUTO.
Se reside em Moçambique: conta nr. 0008 0000 06004592105 68 – Swift CGDIMZMA, do Banco Comercial de Investimentos, em nome da OBRA DA RUA.
Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.
Portanto todas as gotas que fazemos no dia-a-dia contarão para o objetivo final… só depende de nós!
VAMOS TODOS AJUDAR!!!
Khanimambo!