UMA DATA NA HISTÓRIA – 15 de Março de 1939… Freitas Branco.
Conheci Freitas Branco nos campos do desporto. Do basquetebol e do futebol. E também do hóquei em patins e andebol. Relatei vários jogos tendo Freitas Branco como interveniente. A amizade criada nos meandros desportivos ganhou outro sentido quando, a seu convite, me deslocava a casa dele para conversas e patuscadas.
No remanso do seu lar, fora do ambiente escaldante dos estádios, tendo por companhia os deliciosos pratos que só ele sabia preparar, degustávamos e fazíamos verdadeiras “mesas redondas” sobre desporto com discussões por vezes acaloradas.
Amigos mas também desportistas de diferentes modalidades, juntavam-se à mesma mesa, sempre que houvesse motivo para isso, várias glórias da arbitragem nacional, como por exemplo José Ferreira (Garrincha), Issufo Costa, Arnaldo Salvado, os irmãos António e Vítor Alves, Gil Milando, Armando Segulha ou ainda Sérgio Khanji, Vítor Canaveira e outros basquetistas como por exemplo Vítor Morgado e Belmiro Simango, para falar apenas destes.
José Manuel Agrela de Freitas Branco, de seu nome completo, popularmente conhecido por Freitas Branco, o dirigente, treinador, o árbitro FIFA, nasceu no dia 15 de Março de 1939. Se fosse vivo completaria hoje os seus 82 anos de idade.
Fonte: Arquivo do BigSlam – Texto de João de Sousa
3 Comentários
José Fonseca
Convivi com o Sargento Freitas Branco no Sabondo-Tete. Saudades.
chyttollo boy
Grande Freitas Branco. Quando apitava jogos das camadas inferiores, aos meninos maus e mal criados ele nao mostrava cartoes, mas chamava-os e puxava as orelhas ou dava “gotwanas” (carolos). No Estadio da Machava asiistia-se a duelos a parte entre ele e Miguel dos Santos e outros defesas “racha-lenhas”…
Manuel Martins Terra
Recordo-me bem de José Freitas Branco, creio que era sargento do exercito em Moçambique, e que em Lourenço Marques, foi árbitro de Futebol, Basquetebol e Hóquei em Patins, tendo ainda sido treinador de futebol do SLM e Benfica. Na arte do apito, o José Freitas Branco, com aquele ar bonacheirão que o caraterizava, levava sempre a água ao seu moinho. Consta-se que numa partida do campeonato da AFLM, aquando da chamada dos capitães de equipa para a habitual escolha de campo, lançou uma moeda de 20 escudos ao ar e na queda no pelado, apenas observou a quem competiria a primeira escolha. De seguida, propositadamente virou as costas a sorrir e a esfregar as mãos, enquanto decorria a refrega pela posse da mesma, que dava para custear a despesa de um bom bitoque. Na bancada, era um fartote de riso. Depois de saber quem foi o sortudo, dava-lhe os parabéns. Só não sei, se aquela brincadeira era repetitiva. Só mesmo coisas de Freitas Branco, um homem de forte personalidade e grande sentido de humor. Que repouse em paz, e que Deus o tenha do seu lado.