Apresentação do livro «História da AAM»
O livro História da AAM – Associação Académica de Moçambique (1964-1975) será apresentado em Portugal a 31 de outubro, às 17 horas, na Sala de Conferências do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), em Lisboa.
Estará patente, na ocasião, uma mostra documental sobre a Associação Académica de Moçambique, com documentos da PIDE/DGS e da Universidade de Lourenço Marques referenciados e existentes no ANTT.
A obra, editada pela Calendário de Letras, é da autoria de Carlos Lopes Pereira e Luís Mayor Gonzalez, antigos estudantes universitários em Moçambique e ex-ativistas da AAM.
Uma semana antes de Lisboa, a 24 de outubro, a História da AAM – Associação Académica de Moçambique (1964-1975) será apresentada em Maputo, na Universidade Eduardo Mondlane.
Trata-se de um trabalho de investigação histórica sobre a associação dos estudantes dos Estudos Gerais Universitários de Moçambique, criados em 1963/64, mais tarde (1968/69) Universidade de Lourenço Marques e, a partir de 1976, já no Moçambique independente, Universidade Eduardo Mondlane.
Ao longo de pouco mais de uma década, de 1964 a 1975, coincidindo com os últimos anos do colonialismo português, a AAM trabalhou no seio da massa universitária em diversas áreas (de convívio, desportiva, pedagógica, cultural), tendo sido alvo de repressão das autoridades coloniais – censura e proibição de publicações estudantis, incorporação compulsiva de quatro dirigentes na tropa, fecho da Associação, interrogatórios na PIDE/DGS, fixação de residência a sete quadros associativos, 30 processos disciplinares, ameaças a estudantes e assistentes universitários, etc..
«Os ativistas do movimento associativo estudantil moçambicano começam por reivindicar a autonomia da Universidade, liberdade de expressão e de informação para os seus estudantes e um ensino de qualidade e virado para a realidade moçambicana». Muitos desses jovens, reprimidos pelas autoridades académicas, governamentais, policiais e militares do colonialismo-fascismo português, «rapidamente se transformam de contestatários em rebeldes, em democratas, em patriotas, em lutadores corajosos da causa da independência moçambicana».
O livro História da AAM – Associação Académica e Moçambique (1964-1975) será distribuído em Portugal e em Moçambique.
Se queres encomendar o livro, clica na imagem seguinte:
Veja uma série de fotografias da época, publicadas no blog The Delagoa Bay, do António Botelho de Melo.
Por ABM (28 de Outubro de 2010)
Um exmo. Leitor fez-me chegar estas fotografias, tiradas em meados do ano 1974, de manifestações dos estudantes da Universidade de Lourenço Marques. Para além do lúdico de eventualmente algum exmo. Leitor se rever ou os amigos e inimigos naqueles tempos de enorme transição, têm a particularidade de transmitir parte da efervescência que se viveu em certos meios da então ainda capital colonial.
Para além do que parece uma bandeira da China comunista, o resto parece indicar que estavam a exigir uma maior autonomia na gestão da universidade.
Eu na altura nadava e jogava ao berlinde e por isso pouco sei sobre o assunto. Nem sabia que havia assim tantos estudantes universitários naqueles tempos.
Uns niquinhos de informação:
1. O presidente da Associação Académica era um miúdo chamado Ivo Garrido.
2. Havia lá um outro miúdo chamado Mia Couto, em medicina. Mas não gostava e mudou para biologia.
As fotografias serão da autoria do consagrado João Funcho, que na altura geriu a Associação Académica de Fotografia na então ULM, mas não tive forma de o confirmar.
AAULM 1974 – 01
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Se participaste ou viveste de perto este movimento dos AAULM (1974), deixa o teu testemunho aqui no BigSlam!
Um Comentário
João Nogueira da Costa
Na foto nº 7, que só a descobri aqui no ano passado, aparece o meu irmão António (1951-1979), mais conhecido por Meque, ladeado por mim e pela então namorada, a Ticha (Beatriz Ferreira, médica cardiologista em Maputo).