1.º Bilhete de Identidade emitido em Portugal
O 1º Bilhete de Identidade emitido em Portugal…
O documento tinha fotografia e impressão digital. Mas não só: Possuía também informações de talhadas sobre os traços físicos .
Um dos primeiros portugueses a tirar o BI foi o 1º Presidente da República, Manuel de Arriaga.
O documento, que data de 1914, e que hoje pertence ao espólio do Museu da Presidência da República, tinha três páginas. Indicava que o líder republicano vivia no Palácio de Belém, tinha uma cicatriz na cabeça, do lado direito, cabelo e barba de cor branca.
Estas informações eram ainda complementadas com duas fotografias, uma de perfil e outra de frente, que ocupavam a parte central da caderneta amarelada.
Por baixo das imagens, está a data em que foram tiradas: 1911.
Desde que foi criado oficialmente e até 2007 (ano em que começou a ser substituído pelo cartão de cidadão), o bilhete de identidade sofreu várias mudanças. De um cartão com três páginas cheio de detalhes sobre a aparência física, passou a documento plastificado com menos informação, mas mais difícil de ser copiado.
Em 1952, por exemplo, chegou mesmo a haver uma versão diferente para as pessoas que viviam nas então províncias ultramarinas: em vez de só se recolher a impressão digital do dedo indicador, punham-se as dos 10 dedos .
Nos primeiros tempos, o B I não servia para verificar oficialmente a identidade dos cidadãos. Só em 1919 a lei estabeleceu que o documento podia servir como prova. Se, por exemplo, alguém duvidasse do nome verdadeiro de uma pessoa, era preciso levar duas testemunhas que atestassem no Registo Civil a veracidade da informação. Nessa época, o BI português tinha uma validade de cinco anos e era um dos mais modernos da Europa.
4 Comentários
Augusto Martins
Parabéns por este maravilhoso trabalho.
Muito obrigado, por este documento que vai ficar gravado entre as minhas relíquias, para que as minhas actuais e futuras gerações possam ter uma ideia de como as coisas vão evoluindo ao longo dos tempos.
Grande abraço, de agradecimento.
josé carlos alves da silva
como diz o Silvi Manu só o Samuel nos surpreende com estas lindas descobertas. Não sabia quem tinha tirado o 1º BI, ando sempre a aprender, até morrer. Para nossa Amiga Clotilde, a côr da pele diz no BI que é BRANCA. O Dr Manuel Arriaga, era advogado, lembro-me bem da rua com o mesmo nome em LM e Quelimane. Obg, abraços e bjs para todos e todas.
Dulce Gouveia
Tenho uma vaga ideia de que nas Províncias Ultramarinas o BI era de côr azul clarinho, mas não tenho a certeza……
Manuel Martins Terra
Graticante observar todo o percurso do documento de identificação, que no início dos tempos da implantação da República, mais parecia um diario de anotações pessoais e que progressivamente se foi modernizando. Hoje, apresenta-se já na sua versão digital e futuramente serão conhecidas outras aplicações, que certamente o tornarão um cartão de cidadão cada vez mais útil. Ainda tenho guardado comigo, o meu primeiro bilhete de identidade, tirado em 1964, no cartorio do Registo Civil, instalado no Prédio Funchal(hoje Pestana Hotel), que constava de uma pequena caderneta azul, com quatro folhas escritas com caneta de aparo, constando de uma fotografia tipo passe, impressão digital , e ainda anotações pessoais e outras considerações achadas úteis. Era um documento exigido, para a realização do exame da conclusão do ensino primário, e posteriormente os exames de admissão para o ensino técnico e ensino liceal. Assim, vão os tempos que felizmente podemos recordar.