Lembranças…
Era menino, e lembro-me com saudade
Os tempos vividos que jamais voltarão.
As alegrias que passei na minha mocidade
Tão presentes na minha memória estão.
A tristeza em mim era por ti partilhada;
A dificuldade era por nós vencida.
O amor e a dignidade sempre espalhada,
Com respeito por ti, minha terra querida.
O teu solo virgem e fértil para o cultivo,
Por todos cultivados, davam o alimento.
Nas sanzalas, os cantares compassados ao vivo;
Pilava-se o milho e a farinha que era o sustento.
Fui criado com todos os carinhos.
Nas escolas, colégios, a todos eram ensinados.
Os princípios irmanados eram o caminho;
O ensino e a educação sempre observados.
Neste ambiente assim criado,
Fizeste de mim um homem decente,
Trabalhador para todos desejado,
Ajudando sempre o mais carente.
Mas o destino assim nos separou;
Contra a minha vontade, te deixei,
Terra linda que a saudade deixou,
Com tanto amor que sempre te dei.
Vivemos tantos anos separados,
Com grande dor na alma carente;
Como chama ardente e isolados,
Pensando em ti apaixonadamente.
Autor: Orlando Rodrigues Valente
11 Comentários
Delfim loureiro
QUE MARAVILHA.
João Santos Costa
Mais um lindo poema com que o Orlando nos brinda a recordar a passagem pelo nosso Moçambique.
Muitos parabéns.
Maria José Vilhena
Estes poemas do Sr Orlando Valente, fazem-me regressar novamente a Mocambiquei, já lá vão 36 anos. São todos lindos
Obrigada Grande Poeta!
Fernando Alves
O pior de tudo é que aquilo que lá deixamos já não existe.
Manuel Martins Terra
Mais um belo poema, em que a magia das palavras trazem-nos à memória tempos que nos recordam espaços da adolescência e um percurso de vida marcados por uma ligação afetiva com aquela terra, de campos verdejantes e savanas de onde se extraiam os produtos da terra, com amor e carinho. Lembra-nos o percurso escolar, onde nos era ministrada a educação e o valor do respeito, que nos ajudavam a crescer e a assumir responsabilidades, mas que os ventos da história impulsionados por mentes odiosas nos obrigaram a verter lágrimas na hora do indesejado adeus. O tempo passa e não para, mas o amor aquele paraíso será para sempre eterno. Parabéns Orlando Valente por mais este poema, que tanto nos diz. Um abraço, e vamos esperando por mais.
Marilia Manuela Ventura Nunes Marques
Muito lindo e realista!
Nino ughetto
Como sempre consegues escrever o que todos nos Moçambicanos pensamos… Muito bem e obrigado pelas lagrimas que m e fazes vir aos olhos. Um abraço
LUIS BATALAU
BELO. PARABÉNS
Joca
Revivi a minha infância, poema para interiorizar e recordar
Carlos Mateus
Foi exatamente assim. As memórias da minha juventude desta terra que tenho no coração. Obrigado por me conseguir ler a alma.
Antonio Mendes
Muito bonito. Parabéns!