Lembranças…
Era menino, e lembro-me com saudade
Os tempos vividos que jamais voltarão.
As alegrias que passei na minha mocidade
Tão presentes na minha memória estão.
A tristeza em mim era por ti partilhada;
A dificuldade era por nós vencida.
O amor e a dignidade sempre espalhada,
Com respeito por ti, minha terra querida.
O teu solo virgem e fértil para o cultivo,
Por todos cultivados, davam o alimento.
Nas sanzalas, os cantares compassados ao vivo;
Pilava-se o milho e a farinha que era o sustento.
Fui criado com todos os carinhos.
Nas escolas, colégios, a todos eram ensinados.
Os princípios irmanados eram o caminho;
O ensino e a educação sempre observados.
Neste ambiente assim criado,
Fizeste de mim um homem decente,
Trabalhador para todos desejado,
Ajudando sempre o mais carente.
Mas o destino assim nos separou;
Contra a minha vontade, te deixei,
Terra linda que a saudade deixou,
Com tanto amor que sempre te dei.
Vivemos tantos anos separados,
Com grande dor na alma carente;
Como chama ardente e isolados,
Pensando em ti apaixonadamente.
Autor: Orlando Rodrigues Valente
12 Comentários
Pauta Monteiro
Lindo obrigada por me lembrar um bocadinho da nossa linda terra. Que saudades.
Delfim loureiro
QUE MARAVILHA.
João Santos Costa
Mais um lindo poema com que o Orlando nos brinda a recordar a passagem pelo nosso Moçambique.
Muitos parabéns.
Maria José Vilhena
Estes poemas do Sr Orlando Valente, fazem-me regressar novamente a Mocambiquei, já lá vão 36 anos. São todos lindos
Obrigada Grande Poeta!
Fernando Alves
O pior de tudo é que aquilo que lá deixamos já não existe.
Manuel Martins Terra
Mais um belo poema, em que a magia das palavras trazem-nos à memória tempos que nos recordam espaços da adolescência e um percurso de vida marcados por uma ligação afetiva com aquela terra, de campos verdejantes e savanas de onde se extraiam os produtos da terra, com amor e carinho. Lembra-nos o percurso escolar, onde nos era ministrada a educação e o valor do respeito, que nos ajudavam a crescer e a assumir responsabilidades, mas que os ventos da história impulsionados por mentes odiosas nos obrigaram a verter lágrimas na hora do indesejado adeus. O tempo passa e não para, mas o amor aquele paraíso será para sempre eterno. Parabéns Orlando Valente por mais este poema, que tanto nos diz. Um abraço, e vamos esperando por mais.
Marilia Manuela Ventura Nunes Marques
Muito lindo e realista!
Nino ughetto
Como sempre consegues escrever o que todos nos Moçambicanos pensamos… Muito bem e obrigado pelas lagrimas que m e fazes vir aos olhos. Um abraço
LUIS BATALAU
BELO. PARABÉNS
Joca
Revivi a minha infância, poema para interiorizar e recordar
Carlos Mateus
Foi exatamente assim. As memórias da minha juventude desta terra que tenho no coração. Obrigado por me conseguir ler a alma.
Antonio Mendes
Muito bonito. Parabéns!