Ultima hora: Grupo armado ataca Mocímboa da Praia e iça bandeira em quartel
Hoje de madrugada (segunda-feira), um grupo de insurgentes tomou de assalto a vila de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, e içou a sua bandeira, confirmou a Polícia. O ataque começou depois das 04h00 e prolongou-se até ao sol nascer. Até à publicação desta matéria, as Forças de Defesa e Segurança combatiam os insurgentes.
O porta-voz dos Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Orlando Mudumane, disse a jornalistas que “hoje, às 04h30, malfeitores atacaram a vila sede de Mocímboa da Praia. Atacaram o quartel das Forças de Defesa e Segurança e içaram a bandeira deles na vila”.
Segundo testemunhas, o ataque começou no bairro Pamunda e esta manhã espalhou-se por toda a vila. Os malfeitores cercaram praticamente o local.
Orlando Modumane contou, por sua vez, que os malfeitores montaram barricadas nas principais entradas da vila. “Neste momento, estão (os insurgentes) em fogo cruzado com as Forças de Defesa e Segurança que procuram recuperar Mocímboa da Praía”.
“Ouvi os primeiros tiros quando me preparava para ir à mesquita e não deu tempo para me refugiar nas matas. Até agora eu e a minha família estamos fechados dentro de casa”, confirmou um residente da vila de Mocímboa da Praia.
Outras fontes ouvidas pelo “O País” asseguraram que alguns insurgentes entraram via marítima e ocuparam o bairro de Milamba, onde circulam com supostas bandeiras do grupo.
“Eles chegaram de madrugada” fazendo-se transportar em “barco e começaram a disparar. Depois passaram (os malfeitores) da minha casa a rezar” empunhando as “bandeiras pretas escritas em Árabe, em direcção ao centro da vila”, revelou um cidadão que descreveu a situação como crítica.
Ainda não há informações detalhadas sobre o ataque, mas “O País” apurou que as Forças de Defesa e Segurança continuam no terreno a combater os insurgentes, alguns dos quais fugiram recorrendo aos barcos que os transportou até à vila de Mocímboa da Praia.
Os ataques armados, em Cabo Delgado, começaram na vila de Mocímboa da Praia, a 5 de Outubro de 2017.
Fonte: O País
Situação gravíssima em Moçambique
Por Nuno Rogeiro
Aparentemente, Moçímboa da Praia (Cabo Delgado), uma vila capital de distrito com 20 mil habitantes, foi ocupada pelo Daesh, que libertou todos os presos do cárcere central e cerca o quartel das FADM.
Bandeiras negras em vários sítios.
Porto tomado, com desvio de toda a navegação.
Cenas indescritíveis de caos e pânico.
Uma vergonha para a humanidade e para o incompetente governo de Maputo.
9 Comentários
Nelson Barata
Cara Luso-Moçambicana Sra. Da. Virgínia Alves
Como poderá calcular, eu também sou Moçambicano de coração, embora , infelizmente, só tenha passado os 1ºs 17anos da minha vida naquelas paragens, pelo que me leva em dobro no conhecimento da terra, e como a Sra. também outros Moçambicanos que conheço que deram e, gostariam de ter dado mais ainda do que deram, aquele país.
Da parte dos meus pais muito lá ficou. Ou seja, o suficiente para não termos cá chegado com uma mão atrás e outra à frente.
Daquilo que pretendi demonstrar e que, conforme a sua retórica refere, perceberá que não é dos Moçambicanos como a Sra. de que estou a falar, mas, infelizmente, daqueles outros nossos, que, por falta empenho/comodismo/inércia política ao tempo vigente, se recusaram formar elites autóctones que pudessem assegurar a transição política pacífica em Moçambique.
Na minha rábula não pode descortinar a Sra. qualquer tipo de racismo, tanto mais que, nas minhas férias grandes, quando por várias vezes visitei quer o Norte, quer o Leste, quer o Oeste do país, eram os mascotes negros “mufanas” que o Exército resguardava da orfandade, por terem perdido os pais em acções quer do lado da Frelimo, quer do nosso, com quem eu brincava. Isto porque, infelizmente, fui sempre filho único, e fi-lo durante o tempo da minha infância e de pré adolescência, embora tivesse em LM os outros meus amigos de credos e raças diversas como a Sra.
Efectivamente, os que acompanharam o processo político anterior e que “a posteriori” se travestiram de verdadeiros progressistas ao tempo da Independência como alguns que refere, foram os que beneficiaram do marasmo e da falta de conhecimento político dos restantes (nós) que, não se aperceberam que os Imperialismos iriam acabar, e, no salve-se quem puder, que foi, embora já houvessem variadíssimos exemplos, um dos quais passado connosco,penso que em 1958.
Exemplos: Índia; Venezuela; Bolívia; Costa do Marfim; Senegal; Chade; Mali; Centro Africana; Congo; Tanzânia; Quénia; Somália, etc.etc. Outros maus exemplos; Zimbábue; possivelmente, daqui a uns 10 anos África do Sul.
Portanto, creia que percebo aquilo que sente, mas, o que eu pretendia e pretendo ainda referir é que para mal dos seus pecados a R.P.M. e outros países que tais, terão sempre que recorrer a ajudas externas, em períodos de catástrofes e, como na história de Pedro e do Lobo, chegará uma altura em que ninguém irá socorrê-los a não ser que, beneficie muito com isso, tal a falta de transparência/corrupção das “chamadas democracias!!! Africanas”.
Os m/cumprimentos.
Floriano de Sousa e Silva
Floriano de Sousa e Silva
florianosilva1@gmail.com
O bom povo de Moçambique não merece o que se está a passar e lamento profundamente que tal esteja a acontecer. Depois da guerra fratricida com a Renamo, na disputa do poder, venham agora os grupos islâmicos mais uma vez lançar o medo e a insegurança nas populações.
Penso que é urgente uma intervenção das forças de segurança da ONU, que deve enviar imediatamente os capacetes azuis e uma equipa de investigação para localizar, isolar e destruir o centro das operações terroristas.
Floriano de Sousa e Silva
florianosilva1@gmail.com
Nelson Barata
Parece que a História/Passado que todos dizem ser irreversível, afinal, se repete.
Ora, vendo bem e assentando num paralelismo com 46 de anos, o que se verificava era o seguinte:
A aristocracia Colonial/Elite que governava o Estado de Moçambique a 15000 Kms de distância e por decreto, enviava o Governador do Estado Novo mais o seu séquito manejar a seu bel-prazer a sociedade/elitista dominante, que se resguardava na capital do Estado, onde tudo eram rosas,a 2500kms da fronteira norte, fazendo do resto do território de quando em vez e por um período escasso de tempo, a sua colónia de férias.
Alguns de nós,que nos apelidamos de verdadeiros Moçambicanos conhecemos melhor a África do Sul, eu graças a Deus e ao exército Português e ao Desporto, nos meus 17 anos de vida em Moçambique, conheci bem mais do que aquilo que me pretendiam mostrar, e, por isso, acabei por perceber que uma criança em Nacaroa, em Memba, no Monapo, no Lumbo, em Metangula, Nova Freixo, no vale de Miteda, nunca teve as mesmas oportunidades que nós citadinos da Beira, Nampula, e L. M., daí a causa forçada dos Movimentos Libertários quer dos Africanos quer doutros continentes, que visavam substituir as elites Coloniais pelas elites indígenas.
Assim aconteceu connosco, acontece ainda aos Franceses em África que substituíram, veladamente, o colonialismo bacoco pelos travestidos acordos de cooperação, e a todos os outros imperialismos.
Disso se aproveitou agora a Oligarquia Chinesa, que soube aproveitar os sofríveis e corruptos governos das agora elites autóctones que nós, entenda-se pessimamente, nos recusámos formar.
Para o governo Moçambicano, o que aconteceu em Mocímboa da Praia, ontem e acontecerá nos tempos mais próximos por ironia do destino, porque o território a cobrir é enorme, porque o exército é fraco, ineficaz, desregulado, mal armado, sem cadeia forte de comando, porá a nú aquilo que já aconteceu noutras ocasiões, a nível de catástrofes, sejam elas de que espécie forem.
Amanhã, que é como quem diz, após a tomada do poder pelo Daesh de uma zona de Moçambique com um nóvel interesse económico a explorar, caírão de para-quedas rios de interesses e militares de potências estrangeiras dispostos mais uma vez a “ajudar” a agora República Popular de Moçambique, e lá vamos cantando e rindo… perdoem-me a expressão.
Nelson Barata
Virginia Alves
Caro Nelson Barata.
Também eu vivi os meus 37 primeiros anos de vida em Moçambique. na minha terra, porque dela sou natural, nela aprendi as primeiras letras e nela acabei o meu curso superior, casei e tive os meus filhos.
Tenho voltado com muita frequência, para rever os meus amigos todos, brancos, mistos, indianos e pretos (negros, não, porque não são escravos nem consigo conectar-los com o mal, vejamos: nódoa negra, vida negra, peste negra etc…mas quem não sabe o étimo de uma palavra, acontece a má interpretação) e sou recebida de braços abertos como eu os recebo quando vêm a Portugal. Falem em classes sociais, não me falem em racismo. “Não aguenta patão”
Devemos lembrar-nos de algo: a célula familiar dos africanos de raça preta , como talvez alguns se esquecem é que o pai era o caçador, a mãe fazia a machamba e o filho era o pastor… e só nos locais onde os régulos conseguiam convencer o Kokuana da aldeia e quem fazia xicuembo da necessidade da mudança se ia fazendo a aculturação, não era a força que se podia fazer a mudança das populações.
Certo que os senhores que vinham da metrópole e nos consideravam cidadãos de 2ª e 3ª, cafrealizados, olhavam muitas vezes para todos nós como uns semi selvagens, mas o certo também, é que quando voltavam à Europa já vinham meio cafrealizados e de bolsos bem recheados.
O único governador que vi sê-lo na verdade, desde Gabriel Teixeira (que sempre que podia fazia os seus passeios a cavalo com fins menos explícitos) até a Pimentel dos Santos (de má memória) foi o Dr. Rebelo de Sousa.
Eu Vivia Em Lourenço Marques, tinha conhecimento do que se passava e não estava no paraíso, esquecendo o que a 2500Km se passava. Mas a vida tinha de continuar e os medrosos tinham vindo embora.
Eu vivia em Lourenço Marques, mas por profissão percorri todo o território, à excepção de Tete. Vivia-se em respeito e com receio, mas não com matanças cíclicas como desde que os 350 frelimistas heróis impreperados e corruptos tomaram o poder (número fornecido pelo ministro da saúde Sr. Dr. Helder Martins, no primeiro congresso de Saúde em Quelimane). Estiveram sossegados durante o mandato de Samora, que até era bom homem, mas muito mal assessorado por um tal Marcelino dos Santos, Jacinto Veloso, Sergio Vieira, Oscar Monteiro. Estes hoje estão ricos, Depois da morte de Samora, foi um fartai vilanagem.
E que esperavam os meus conterrâneos, achavam que os russos, chineses e americanos não seriam os urubus?…pobres inocentes.
Não fiquei na minha terra porque, por exemplo, a minha filha de 3 anos chegou a casa e me perguntou: mamã, és reacionária? a camarada que está no Abrigo dos Pequeninos já disse para nós lhe contarmos quem é reacionário!!!!
Assim não sabia viver. Eu não gostava da PIDE nem de outros quejandos iguais… e não ia cantando e rindo.
Luís Caramujo
É com grande pesar que vejo este povo da minha amada terra ser vítima deste grupo armado. Parece-me também que o governo Moçambicano não tem levado esta situação a sério e que já se arrasta a alguns anos .
Norberto Silvério Rodrigues
A ala esquerda do M.F.A. foi grande responsável, pela descolonização atabalhoada de Moçambique. A entrega dum País, a uns indivíduos, quase analfabetos, mal preparados,e com lavagens ao cérebro feitos em Moscovo e Pequim, só poderiam dar estes resultados. Os governos que têm governado Moçambique, acham que estão na posse da verdade, e fazem toda a espécie de trafulhice, nas eleições,e ganham-na tal e qual como o Nicolas Maduro ganham na Venezuela.Tenho esperanças que um dia, haja um 25 de Abril, em Moçambique, e o povo de Moçambique, ganhe a Democracia, a que tem direito.nor
MARIA MANUELA ANTUNES GALVÃO DE ALMEIDA
Meu Deus!Pobre Povo da minha terra!
António Adalberto Oliveira Mendes
Subscrevo inteiramente o post do João Santos que reflecte a realidade. Na verdade, existe uma inoperância politico/militar atroz. Quem sofre são sempre os mesmos…
É uma pena ver aquela maravilhosa terra a resvalar desta maneira.
António Mendes
Rui Osório Gouvêa
É com uma tristeza enorme que tomo clnhe
conhecimento desta notícia. Era previsível sim e como tal o Governo deveria ter tomado as medidas necessárias para enfrentar essa situação.
Pergunto, houve vítimas ?