8º ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DOS MADALAS DA ESCOLA INDUSTRIAL DE LOURENÇO MARQUES (EILM)
Realizou-se no passado dia 13 de ABRIL, no restaurante Bufalo Grill, situado no Parque da Nações em Lisboa, o 8º ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DOS MADALAS DA ESCOLA INDUSTRIAL DE LOURENÇO MARQUES (EILM), organizado pelo Godinho Antunes, com a presença de cerca de uma centena de alunos e do Prof. Rui Baptista que ficou incumbido de discursar:
Num saudoso tempo em que a “a escola era risonha e franca”
A saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo”.
Mário Quintana (poeta e jornalista brasileiro)
Em memória de um tempo em que “a escola era risonha e franca” (1.º verso de um poema de Acácio Antunes), escrevi estas sentidas palavras para serem lidas, no passado dia 13 deste mês de Abril, num restaurante repleto de uma centena e tal de antigos alunos da nossa Escola Industrial de Loureço Marques. Reproduzo-as, na íntegra, em singela homenagem aos alunos que nela se formaram sob o ponto de vista intelectual, físico e moral:
“Minhas Senhoras e Caros Alunos da Escola Industrial:
Ameaçado, pelo meu dedicado e bom amigo Godinho, de que teria de vos dirigir a palavra nesta efeméride, embora julgue desenvencilhar-me na palavra escrita, falar em público, ademais em situação emocional, não é bem a minha praia. Mas como dizem os nossos jovens: “bora lá!”
Começo por cumprimentar, com muito agrado e respeito, as Senhoras aqui presentes mostrando, contudo, a minha admiração por aturarem, anos a fio, os vossos maridos, os” bons malandro” da nossa saudosa Escola Industrial de Lourenço Marques.
Aliás, rapaziada ladina e irreverente quanto baste que nada tem a ver, portanto, com o título de um livro de Mário Zambujal, “Crónicas dos bons malandros”, que nos dá conta de estórias de um grupo de amigos que se reuniam por razões nem sempre honestas!
Depois, envolvo esses “bons malandros” num grande abraço de gratidão por me terem dedicado uma amizade que justifica o facto de não dizerem basta de o convidarmos. Ao contrário, insistindo na minha presença no nosso/vosso convívio anual que começou, qual pequena bola de neve rolando da Serra da Estrela para a Lusa Atenas.
Reporto-me a um almoço promovido, anos atrás, por quatro alunos da nossa Escola Industrial (Godinho, Adolfo, Carvalhinho e Jack, em ordem de nomes aleatória) que resolveram generosamente presentear-me e honrarem-me em Coimbra, deslocando-se do Norte e Sul de Portugal. Almoço que a vossa persistência transformou numa avalanche de “industriais” aqui presentes!
Seja-me permitido, apenas, um pequeno reparo. A minha presença justificava que deixasse de ser chamado ao nosso encontro um almoço de cocuanas [velhos respeitáveis ] mas, sim, um repasto de cocuanas e de um mufana [rapaz], que sou eu com os meus 87 anos de idade, a dias, de se transformarem, se Deus quiser, em duas bicicletas, que esse era o nome que os cábulas da minha geração davam aos oitos valores das classificações escolares que, por vezes, mereciam uma palmada (só?) dos nossos progenitores ou o castigo de não ir às matinés de cinema, aos sábados e/ou domingos.
Afirmou Einstein que o génio possui 1% de inspiração e 99% de transpiração. Parafraseando-o, a vossa amizade por mim tem 1% de razão de ser e 99% de indulgência por eu não feito por vós tanto quanto devia e, apesar disso, ter tido um retorno que muito me comove, tanto que não encontro palavras para dizer quanto!
Como é meu uso costumeiro, evoco Eça, meu escritor de mezinha de cabeceira de noites insones, pela sua crítica impiedosa aos políticos do seu tempo por si ridicularizados em “As Farpas”. Políticos, ou melhor politiqueiros actuais que tudo fazem para perdurar essa podridão como herança pecaminosa para nossos filhos e netos numa época em que a honestidade se tornou excepção excepcional, passe a redundância!
Num dos seus livros, a imortal pena queirosiana citou o filósofo francês, Proudhon, que disse que “em todas as decadências o primeiro sintoma é a depravação do sentimento da amizade”.
A nossa presença nestas reuniões académicas é prova que desse mal não fomos achacados por estarmos vacinados por um Escola que inculcou, entre docentes e discentes, vírus inactivados de desrespeito e malsã amizade e, porventura, outros valores negativos.
Finalmente, saúdo-vos estimadíssimos alunos e familiares da nossa gloriosa EIMA, verdadeira génese de gente de excelente cepa aqui reunida, ano após ano! Envolvo todos num abraço “ex corde”!”.
Depois destas brilhantes palavras, veja a reportagem fotográfica deste excelente almoço convívio:
O BigSlam congratula-se com este magnífico convívio dos “madalas” da ESCOLA INDUSTRIAL DE LOURENÇO MARQUES (EILM) organizado pelo Godinho Antunes. Um agradecimento ao António Brito Gouveia e Fernando Picão pelas fotos enviadas. Um abraço ao Prof. Rui Baptista e muitos parabéns pelo discurso proferido.
Bem hajam!
- As fotos estão numeradas, para ajudarem a legendar as mesmas, através do vosso comentário aqui no BigSlam.
2 Comentários
Rodolfo Rodrigues
Excelente encontro de malta fixe. Ver e rever malta dos nossos bons velhos tempos foi o de melhor aconteceu, aliás como sempre. A feliz presença do professor Rui Baptista agravou a satisfação do convívio como não podia deixar de ser. A todos e em especial á organização o especial agradecimento, e venha o próximo ano para nos voltarmos a encontrar. Bem hajam a todos.
Rui Baptista
Finalmente, depois do almoço em Tomar, reencontrei o simpático casal a quem envio um abraço de muita amizade e consideração envolvendo ambos.