FC Porto e Benfica, certezas… Sporting, dúvidas!
Por: Alexandre Ribeiro Franco
Já há algum tempo que não me debruço sobre um Editorial Desportivo. Todavia, muitos têm sido os leitores que me pedem a opinião sobre o que se passa no futebol do Sporting, aquele que mais perturbado aparenta estar (aparenta, não, está mesmo).
Começo por olhar para a rivalidade entre o FC Porto e o Benfica, sem ter a menor dúvida de que estamos perante uma corrida ao título a dois.
Um destes dois vai ser o Campeão nesta temporada. Neste momento a diferença é de um golo a favor dos azuis-e-brancos. Em nove jornadas nem o Benfica, nem o FC Porto, conheceram o sabor amargo da derrota. 7 vitórias e 2 empates. O mais engraçado é que enquanto não tenho a menor dúvida do valor do FC Porto quando reúne os seus melhores jogadores,
parece-me que o Benfica beneficia de maior profundidade no seu plantel,
o que numa prova de regularidade tão longa como é o seu campeonato pode acabar por vir a favorecer os “encarnados”.
Em terceiro está o Sp.Braga, descontraidamente com 17 pontos, e o que poderá parecer mais impressionante, será as posições do Paços de Ferreira, Rio Ave e Estoril, bem instalados no quarto, quinto e sexto lugares. Quem diria?
E quem diria o que se passa com o Sporting? O mais engraçado é que se já no tempo do Paulo Bento eu tinha uma opinião que se direcionava quase totalmente aos jovens, achando que a melhor coisa que o Sporting poderia fazer era apostar na sua juventude e esperar dois ou três anos para poder aspirar a uma hipótese de discussão dos lugares de topo com o Benfica, FC Porto e Sp.Braga, a verdade é que se o tivesse feito na altura, hoje já teria essa equipa de futebol que os sportinguistas tanto desejam. Mas, não. Não se fez isso.
Hoje, a minha opinião mudou, mas não muito. Julgo que alguns dos futebolistas que chegaram têm valor para formar uma boa equipa. Quando o testemunho passou para Ricardo Sá Pinto, o Sporting jogava para não perder. Como resultado, não ganhava, ou pelo menos não ganhava a maioria dos jogos. Depois, foi lançada a confusão. Que baralhada… E o Sporting foi de mal a pior. Agora com Vercautaren, depois de bater no fundo, as coisas só podem melhorar. No entanto a pergunta que ainda se coloca é: Melhorar até que ponto? O objetivo traçado é a Liga dos Campeões. Tudo vai depender do modo como Vercautaren estrutará a sua equipa? Um “onze” para não perder? Ou um “onze” para ganhar? As diferenças são abismais.
Eu oiço os “entendidos” dizerem que Izmailov é o melhor futebolista do Sporting. Mas eu, na minha modesta opinião, acho melhor esquecer o Izmailov. De bons jogadores na “prateleira”, está o mundo farto.
Se em tempos eu “rezava” para que o Sporting encontrasse um guarda-redes melhor do que Rui Patrício, tenho que admitir que atualmente até não tenho dúvidas na titularidade do guarda-redes da Seleção de Portugal. Por aqui tudo bem, embora de quando em vez sofra golos que não devia sofrer. Já lá vão os tempos em que a defesa sabia que mesmo depois de ultrapassada ainda era preciso bater o Vítor Damas (por exemplo), ou o Azevedo, ou o Carlos Gomes, ou mesmo aquele que eu sempre considerei um dos melhores guarda-redes portugueses da história leonina e que dava pelo nome de Octávio de Sá.
Octávio Sá, Costa Pereira (Benfica), Pedro Santos (Desportivo de LM), que saudades.
Quanto à defesa, o importante é recuperar os melhores. Agora diz-se maravilhas do Dier, mas ainda aposto no Cedric, Boulahrouz, Rojo e Insua. E deixemo-nos de experiências esquisitas.
No meio-campo e no ataque é que reside o busílis. Se o Sporting jogar para não perder, joga com dois “trincos” e então aposta no Elias e no Schaars. Se quiser jogar para ganhar, então joga com um “trinco”, que deverá ser Rinaudo. Do lado direito só pode ser Carrillo e do lado esquerdo, só pode ser Capel.
Se o Sporting jogar para não perder, joga só com Wolfswinkel perdido lá na frente, se quiser jogar para ganhar tem de jogar com dois avançados, Viola e Wolfswinkel, o que significa que no apoio ao duo poderá escolher entre vários candidatos de qualidade. Eu escolhia Labyad.
Assim sendo, o onze para não perder seria: Rui Patrício; Cedric, Boulahrouz, Rojo e Insua, Elias e Schaars; Carrillo, Labyad e Capel; Wolfswinkel. O onze para ganhar: Rui Patrício, Cedric, Boulahrouz, Rojo e Insua; Rinaudo, Carrillo, do lado direito, Capel do lado esquerdo; Labyad no apoio aos avançados; Viola e Wolfswinkel. Tendo no banco jogadores como: Marcelo Boeck, Carriço, Xandão, Arias, Schaars, Adrien, Pranic, Elias, Gelson Fernandes e Jeffren.
Estas seriam as soluções que deveriam ser aplicadas imediatamente para se sair da “recessão” em que a equipa se encontra. No entanto, volto a salientar a opinião que tinha já no tempo do Paulo Bento e que se refere à aposta nos miúdos. E olhava muito seriamente para a equipa B.
Garanto que dentro de dois ou três anos o Sporting teria uma equipa para discutir o título e não apenas o apuramento para a Liga dos Campeões. Algo que seria: Rui Patrício (para além de Vítor Golas e de Luís Ribeiro); Dier, Ilori, Pedro Mendes e Insua; João Mário, Zezinho e Bruma (este já devia estar na equipa principal); Carrillo, Diego Rubio e Capel. E ainda sobram muitos e bons jogadores, como são os casos de Betinho, Esgaio, André Martins, Etock, Arias e tantos outros.
Claro que eu apresento a minha opinião mas reconheço que existem milhões de “treinadores de bancada” que (tal como eu) poderão ter ideias diferentes e de quem, provavelmente, também surtiriam convicções bem diferentes das minhas. Cada cabeça, sua sentença. A minha aqui fica para que os amigos leitores possam meditar e acreditar, ou não.
Publicado em www.mileniostadium.com