27 de Julho de 1968 … Albano de Sousa Dias
Em 1948, o Eng. Albano de Sousa Dias ingressou nos Caminhos de Ferro de Moçambique, na Brigada de Estudos e Construção. Após estagiar em diversos serviços, assumiu, em 6 de Novembro de 1953, a função de engenheiro-chefe de Via e Obras naquela empresa.
Dois anos depois, fez parte da direcção, na cidade da Beira, e em 1959 serviu na Direcção de Exploração, passando a subdirector desta divisão em 1961. Também ocupou a posição de director no Clube Ferroviário de Moçambique, tendo sido o principal impulsionador para a construção dos Estádios da Machava, em Maputo,
e do Ferroviário da Beira, de vários campos de ténis, e da “Colónia de Férias” dos trabalhadores dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na Praia do Bilene.
O Eng. Albano de Sousa Dias, o “homem do estádio”, como lhe chamavam, morreu, vítima de um ataque cardíaco, a 27 de Julho de 1968, (faz hoje 52 anos) precisamente 27 dias depois da inauguração do maior empreendimento desportivo de África: o Estádio Salazar, hoje designado de Estádio da Machava.
João de Sousa – 27.07-2020
7 Comentários
Francisco Duque Martinho
Conheci o Engº Sousa Dias, colega do meu Pai nos CFM, era eu ainda um jovem. Para além do exercício normal das suas funções nos CF, dedicou muito do seu tempo ao Clube Ferroviário de Moçambique, entidade pertencente aos CFM onde era materializada toda a sua obra social, desportiva, de lazer, etc, etc. O Engº Sousa Dias foi um dos principais promotores e impulsionadores de numerosas obras de grande envergadura, em que o Estádio Salazar é um dos exemplos. Deixou-nos cedo. Perfeitamente justa e merecedora qualquer homenagem que se lhe faça.
Augusto Martins
Paz muito merecida à sua alma.
Os seres humanos vão morrendo, mas alguns deixam, aos vindouros, as suas obras para perpetuar a sua capacidade, o seu trabalho e a sua competência.
Obrigado Eng. SOUSA DIAS, pelas suas muitas realizações, que lá continuam a perpetuá-lo.
Manuel Martins Terra
O Eng, Albano Sousa Dias, foi uma figura impar na história do Clube Ferroviário de Moçambique e o grande impulsionador da construção do então chamado Estadio Salazar. Antes da inauguração do moderno complexo desportivo, tive a oportunidade de o visitar antes da fase da conclusão da obra. O Eng. Albano Sousa Dias, acompanhou a par e passo todos os trabalhos e a sua presença assídua era sinónimo de empenho e brio profissional , proprio de alguém que sentia muito orgulho no trabalho projetado, Sei como o Eng. Sousa Dias, era estimado no seio da grande família dos ferroviários,que maioritariamente não concordaram numa polémica e acessa Assembleia Geral do CFM, a atribuição do nome de Salazar ao recinto que estava prestes a ser inaugurado. Ao invés, entenderam ser justo chamar-lhe Estadio Eng. Albano Sousa Dias, numa justa consagração ao grande homem que deu tudo por um estadio construido à sua imagem.Infelizmente, o regime do Estado Novo não mostrou vontade de recuar nos seus propósitos. O destino tem destas coisas e pouco depois da inauguração o grande mentor de um complexo ousado, com marcador eletronico, facho olimpico, pista de ciclismo, pista de atletismo e a porta para a recepção da maratona, tombava e deixando consternados os seus milhares de amigos, que jamais o esquecerão por ser o homem bom que era. Talvez tivesse partido, amargurado pela injustiça dos que tinham o poder de decisão. Que o Criador o tenha ao seu lado.
Aníbal Bastião
Conheci muito bem o Engº Sousa Dias pois trabalhei com ele, no Serviço de Via e Obras, como seu chefe de secretaria. Foi sempre meu amigo. Grande homem!
António Amorim Lopes
CONHECI MUITO BEM O SR. ENGENHEIRO SOUSA DIAS. FORAM HOMENS DESTA COMPETÊNCIA, DISPONIBILIDADE E VONTADE DE FAZER O MELHOR POSSÍVEL POR MOÇAMBIQUE QUE NOS LEGARAM UMA TERRA ADMIRÁVEL. INFELIZMENTE FALECEU POUCO DEPOIS DA INAUGURAÇÃO DA GRANDIOSA OBRA DO ESTÁDIO SALAZAR, NA ANTIGA E SAUDOSA LOURENÇO MARQUES.
Manuel Nunes Petisca
Não conheci o Senhor Engº. Albano de Sousa Dias, mas conheci a grande obra, Estádio Salazar, da qual foi o principal impulsionador para a sua construção. Tive o prazer de o visitar variadíssimas vezes, e assistir a grandes jogos de futebol, um dos quais em que defrontamos o Brasil. Paz eterna para o “Homem Estádio”.
Manuel da Silva
“Aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”, foram as palavras que Luís Vaz de Camões usou para definir aqueles que pelos seus feitos jamais serão esquecidos, escapando assim da “lei da morte”, ou seja, do esquecimento.
Parabéns João!