Não fui a Fátima
Todas as religiões e crenças religiosas prestam culto a “algo” que está acima de tudo e todos, e para as quais o ser humano ainda não tem respostas!
Sei que essas religiões e crenças dão a Deus o nome de: Alá, Brahma, Jeová, Buda, Xicuembo e …. outros.
Esse “Ser” que criou todo o universo na minha religião chama-se Deus.
Porque sigo Cristo – filho de Deus – aceito as regras da fé e práticas por ele adoptadas, sou Cristão. Porque sigo a doutrina da igreja Católica, sou Católico. É verdade que nem sempre praticante! Fui baptizado, andei na catequese, fiz a comunhão e fui crismado. Desde pequeno, aos domingos, a minha mãe levava-nos à missa. Depois, já na juventude, íamos sozinhos, mas quando ela desconfiava da nossa assiduidade, perguntava qual era a roupa que o padre tinha vestida nessa missa. Se mentíssemos o castigo era ir com ela ao culto da tarde.
Como cristão trato de igual todas as confissões religiosas, mas excluo algumas seitas e movimentos extremistas e oportunistas.
Porque tenho fobia às multidões, e porque neste 12 de Maio tive afazeres profissionais, não fui a Fátima. Quando lá vou, vou recatado com a família.
Mas gostei de ver, nas televisões, as centenas de milhar de crentes que foram à Cova da Iria movidos pela fé para rezarem com o Papa Francisco, a quem os portugueses chamam “Papa do povo”. A todos que cumprimentava pedia para rezarem por ele. Ao abraçar o Lucas – o menino a quem foi atribuído o milagre para a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco – quis com aquele gesto abraçar todos os “amiguitos e amiguitas”. Nosso seu regresso a Roma num gesto de reconciliação pediu a um jornalista do DN que viajava com ele: “Diga aos cristãos que amem os muçulmanos”. Mostrando assim que é um homem de consensos.
Não fui a Fátima
Mas não gostei de ver nas televisões alguns ateus, figuras conhecidas, que foram à Cova da Iria aproveitando a estadia do Papa Francisco, e a presença de fotógrafos e jornalistas para aparecerem nas televisões, fazendo-nos acreditar naquilo que não são!
Símbolo do ateísmo
- (Ateísmo: Doutrina que nega veementemente a existência de Deus, recusando toda afirmação e/ou sentimento que se baseiam direta ou indiretamente na fé, geralmente os adeptos do ateísmo buscam explicações materialistas e científicas para questões como a criação do universo e da humanidade.[Por Extensão] Descrença; falta de crença; estado da pessoa que nega a existência de Deus.) web
Acredito até, que o ateísmo tem terreno fértil nos países ricos democráticos. E não rejeita todas as religiões do mesmo modo. Quase sempre a sua aversão é ao cristianismo.
Ao contrário do que eles pensam, são religiosos. Porque, embora sem o conseguirem demonstrar, têm fé que Deus não existe. E digo isto porque quando em troca de impressões, alguns ateus dizem-me que isto das religiões é “coisa de gente menor”, de pessoas incultas, atrasadas e ignorantes. Que uma pessoa evoluída, moderna e de formação superior não tem religião; porque todas as religiões têm um vazio de respostas a muitas perguntas. E por isso não acreditam em nenhum Ser Divino.
Quando lhe perguntava que respostas tinha o ateísmo a essas perguntas, a explicações que davam é que também não tinham resposta! Há tempos uma colega, disse-me que até acreditava que a criação do universo se devia a um “ser” que ela designava, pasme-se; não por Deus ou outra divindade; mas sim por “Inteligência”, por ter uma inteligência superior à nossa. Perguntei-lhe qual era a diferença entre a “Inteligência” que ela admitia; e o meu Deus. Como resposta disse-me qualquer coisa como: – O meu Deus era um Ser Divino, e o dela não! Sorri, por esta não resposta.
Já ouvi também alguns nas suas horas de “aperto”, ou dos familiares, utilizarem a expressão: “Que Deus me ajude, ou; que Deus o ajude!”. Outros há, que os seus funerais, são feitos segundo rituais cristãos/religiosos.
Tenho para mim, que o ateísmo é uma postura de vida sem respeito às religiões. Mas quem quiser ser ateu, pois que o seja! Não admito é que se coloquem num patamar superior de cultura, tratando os que não são por “gente menor”, e que quando precisam se sirvam da religião para conseguirem os seus propósitos.
Termino com esta frase:
Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-nos para a religião.”
Francis Bacon
Vejam este vídeo – Ateísmo de Luiz Felipe Pondé:
Para nós, com o bigslam, o mundo já é pequeno!
João Santos Costa – Maio de 2017
8 Comentários
Margarida Correa Mendes Menezes
Tema controverso mas sempre interessante. Creio que nos, portugueses, na sua maioria tivemos uma educacao religiosa ou por heranca familiar, ou atraves do catecismo ou das aulas de religiao e moral do liceu mas que com o andar do tempo ou mantivemos as praticas da missa e religiao ou fomos perdendo o tal dom da Fe com as curvas da vida. No entanto, surprende-me sempre que em caso de perigo, de doenca ou de morte, ate os ateus e agnosticos pedem a ajuda do tal Ser enigmatico, Deus.
João Santos Costa
Estou de acordo com este teu comentário, Guida. No entanto mesmo perdendo a fé. quase todos nós, enquanto a ciência não nos demonstrar que estamos errados, acreditarmos num Ser que criou todo o universo. Obrigado pelo teu comentário. Um bjinho.
Virgilio da Cruz Barbosa
Boa Tarde,
Sinceramente gostei de todos os comentáros. Eu nasci católico (baptizado e crsmado) não sigo muito a religião católica, mas procuro seguir religiosamente o cristianismo. Infelizmente não sou um homem de fé. Considero a Fé um dom e eu não tenho esse dom, como muitas outras pessoas não têm. Um abraço e saudações cristãs.
João Santos Costa
Virgílio, creio que a fé não é um dom. Muitos dizem que é uma postura de vida! Porque eu, e outros também não temos esse dom, e cremos num Ser que gerou todo o Universo, a quem a nossa religião chama Deus. Todas as religiões também acreditam nesse Ser, mas dão-lhe outro nome. Um abraço.
A. Braga Borges
Os ateus, só são ateus, enquanto não tiverem um problema de saúde.
Carlos Hidalgo Pinto
Quanto à religião católica, convém acrescentar que a Fundação de Portugal está estreitamente ligada à religião igreja e como forma de independência do Reino de Leão.
Tenho o apelido de Couto e sendo neto de um católico praticante de Braga, estou ciente do contributo do Couto de Braga e do seu Arcebispado para a formação de Portugal. A doação do Couto de Braga foi feita pela rainha D. Teresa em 1110, portanto a igreja católica desde muito cedo esteve sempre ligada ao poder e à fundação de Portugal. Entretanto, o meu avó da parte paterna foi um ateu relativamente crítico ao papel da igreja, embora respeitasse os católicos praticantes.
Fátima para os muçulmanos, é filha de Maomé nascida em Meca e da sua primeira esposa Cadija. Qualquer das principais religiões são merecedoras de respeito e a liberdade de culto deve ser sempre preservada, independente da religião de cada um. O Ecumenismo é um excelente meio de fomentar e manter um diálogo entre as várias comunidades religiosas e parece que portugal tem feito um bom trabalho nesse campo.
Há quem seja agnóstico como no meu caso, mais propriamente teísta-agnóstico e acredite que a beleza da natureza é algo de transcendental. O Xãmanismo exerce alguma influência nas sociedades contemporâneas fazendo apelo a tudo o que seja natural e belo no reino da natureza.
Quanto a Fátima, penso que a aparição de Nossa Senhora em La Salette França, aos videntes Maximino Giraud e Mélanie Calvet, ambos criadores de gado (ele com 11 e ela com quinze anos de idade) em 1846, teve algo a ver com o que sucedeu cá. Trata-se do mesmo fenómeno, embora em países diferentes, mas que reflectem a Fé no culto mariano.
Fátima é hoje um importante local do turismo religioso nacional e europeu.
João Romão
João, este é um tema muito controverso. Nem todas as pessoas estão preparadas para debaterem de mente e coração aberto este tema. Mas gostei da forma como afloraste o tema. Abraço.
João S.Costa
João, Foi precisamente por este tema ser transversal a toda a sociedade que eu o coloquei à discussão. Um abraço.