O resgate da polémica! Agora dizem que foram “RACISTAS”
“A operação de resgate em Palma privilegiou os brancos. Por isso foi uma operação racista”… Diz a Organização de Defesa dos Direitos Humanos.
Sobre a operação de resgate no Hotel Amarula na vila de Palma, a revista “Carta de Moçambique” publicou, no dia 17 de Maio de 2021, um artigo, – do qual com a devida vénia transcrevo parte, – baseado no testemunho de onze pessoas que ali estiveram refugiadas.
Essas pessoas apontam responsabilidades no resgate, à gerência do hotel e aos operacionais da empresa de segurança sul-africana Dyck Advisory Group (DAG), contratada para proteger os trabalhadores das empresas de exploração de gás e apoiar as autoridades nos combates contra os jihadistas.
1 – O que nos diz a Amnistia Internacional.
“Uma operação de resgate feita por “RACISTAS”
Segundo a revista Carta de Moçambique:
“ A 24 de Março a vila de Palma foi atacada por um grupo jihadista e mais de duas centenas de pessoas procuraram refúgio no hotel Amarula, onde habitualmente se hospedavam os funcionários de empresas estrangeiras que operam na região de Cabo Delgado. É ali, por exemplo, que a petrolífera francesa Total estava a iniciar os trabalhos de exploração de uma reserva de gás natural, num dos maiores projectos do continente africano.
Entre os mais de 200 civis que se refugiaram no Amarula havia 20 brancos, diz a Amnistia Internacional, e foram eles os primeiros a serem resgatados. Entre os primeiros grupos a serem salvos estavam os dois cães pastores alemães do gerente do hotel, que foram priorizados face ao resto das pessoas abrigadas.
“Depois da maioria dos funcionários brancos e de alguns cidadãos negros abastados – entre os quais o administrador de Palma – serem salvos, os que ficaram para trás tentaram fugir por terra”, acabando por ser atacados pelos jihadistas, diz a Amnistia. Dias depois do ataque, eram encontrados corpos de pessoas decapitadas nas imediações do Amarula… […]
[…] O director regional da Amnistia Internacional para o Leste e Sul de África, Deprose Muchena, diz que os testemunhos mostram que “o plano de resgate foi segregado racialmente, e aponta responsabilidades às autoridades locais e ao DAG. A falta de coordenação entre as forças de segurança moçambicanas e o DAG resultou em evacuações que foram racistas e que devem ser investigadas profundamente…”
2 – O que nos diz a empresa de segurança (DAG).
“Estamos comprometidos com os direitos humanos”.
“A maioria das pessoas que resgatámos durante 10 dias de operações em Palma era de nacionalidade moçambicana”, sendo que “das 240 pessoas que conseguimos pôr em segurança na península de Afungi, apenas 12 eram brancas, incluindo dois corpos que recuperámos para que pudessem ser devolvidos às famílias”, anunciou em comunicado.
“A DAG não retirou o gerente do hotel nem os seus cães: – Esse foi um acordo privado feito por ele, com uma empresa de aviação comercial”, refere o comunicado dessa sexta-feira (14.05).
“Estamos comprometidos com os direitos humanos”
O documento refere que os helicópteros da DAG tiraram 24 pessoas do hotel Amarula no dia 25 de Março, entre as quais uma minoria de “seis brancos”, sendo que a equipa da DAG “não escolheu quem iria ou não ser transferido”.
A equipa aceitou no helicóptero “as pessoas indicadas pelo gerente do hotel, seis pessoas de cada vez”.
“Para além das pessoas que retirámos do alojamento Amarula, também conseguimos retirar todas as pessoas presas nos complexos Wentworth, Banotti, Palma Village e WBHO”, além de “pessoas de muitos outros locais” sem escapatórias durante os combates em curso.
A empresa refere que “esta foi uma das maiores operações de resgate de civis por helicóptero durante uma batalha em curso nos tempos modernos”.
“Estamos comprometidos com as nossas obrigações em termos de direitos humanos, tal como previsto na política da empresa e estamos incrivelmente orgulhosos da nossa equipa e dos esforços que fizeram durante este ataque para apoiar e salvar o maior número de civis presos no meio dos combates, o que foi feito com grande risco pessoal, concluiu.”
3 – O que nos diz a FRELIMO sobre este resgate.
“A responsabilidade da defesa da soberania é dos moçambicanos”.
“Os ataques terroristas em Cabo Delgado desafiam todos os moçambicanos, independentemente da tribo, etnia, raça e religião, a empenhar-se contra esta barbárie”, afirmou o chefe da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Sérgio Pantie, no encerramento da sessão parlamentar, nessa sexta-feira (14.05).
Os moçambicanos, prosseguiu Pantie, têm “a responsabilidade primária da defesa da soberania”, sendo que os parceiros internacionais irão complementar a luta contra os grupos armados que protagonizam ataques na região norte do país…
O chefe da bancada da FRELIMO defendeu o apetrechamento e modernização das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para estarem à altura dos desafios de segurança, manifestando confiança na vitória final contra o “terrorismo”.
“Unidos, vamos vencer o terrorismo, a nossa soberania é inalienável”, destacou Sérgio Pantie…
“Que soberania é essa que deixa o povo morrer?”. Dizem os partidos da oposição. Que criticam a resposta do Governo à insurgência, acusando-o de “masoquismo”!
Deixam o povo morrer e depois pedem apoio internacional. Quem sofre com a guerra em Cabo Delgado é o povo. Porque os membros do Governo não mandam os seus filhos para combater”, disse o líder da bancada da RENAMO, Viana Magalhães.”
4 – O que digo eu!
Será que posso deixar a minha opinião?
Pelo que li, Creio que os suspeitos do costume: – “Amnistia Internacional, Organização dos Direitos Humanos, SOS Racismo, Conselho para a Paz e…. outros!” – Que, para justificarem a sua existência, em tudo vêm racismo! Aqui não têm razão.
Este resgate nada tem a ver com racismo! Não há supremacia de uma raça sobre outra.
Porque como refere um dos refugiados que estava no hotel; dos cerca de 200 civis, 20 eram brancos: – “ […] A maioria dos funcionários brancos (12 em 20) e alguns cidadãos negros abastados, foram os primeiros a ser resgatados […]”.
Mas então a empresa de segurança sul-africana não foi contratada para prestar protecção aos trabalhadores dos empreendimentos, e apoiar as autoridades locais nos combates contra os jihadistas? Se assim actuou, foi para salvaguardar a responsabilidade e segurança dos seus contratantes. E possivelmente até, com conhecimento do governo moçambicano e das chefias militares.
A segurança das populações e dos civis refugiados no hotel, tinha de ser garantida pelos militares e forças da ordem moçambicanas. O que pelos vistos não aconteceu!
5 – O que diz a petrolífera Total sobre o risco que corre!
“Quer a ilha de Vamizi”
Não “dá ponto sem nó”! E quer cobrar muito caro, para evitar ou minimizar estes ataques dos jihadistas.
Eis o que, sobre isto, escreve Joe Hanlon na “Carta de Moçambique”:
“[…] A petrolífera Total exigia até bem pouco tempo uma zona de segurança de 25 km em torno de Afungi, que incluía Palma. Isso foi o que presidente Nyusi lhe prometeu, mas não cumpriu! E será o mínimo absoluto que a Total exigirá agora. E terá que ser uma zona de segurança controlada pela França – com empresas militares privadas francesas (PMCs) ou tropas francesas…
Uma proposta que já está em discussão é dar-lhes a bonita ilha de férias de 10 km de Vamizi, que fica apenas 25 km a sudeste de Afungi, e no limite da zona de segurança. Esta seria uma base de resposta rápida com helicópteros e barcos de ataque. E com um sistema de vigilância com controle por drones. Assim, a criação de uma zona de segurança, controlada pela França, poderia ser feita, provavelmente, num ano. Porque a Total e seu ex-pessoal de segurança militar têm experiência para fazer isso. Mas existem duas questões: – Quem vai pagar? E a elite da Frelimo concordaria? Ou estenderiam as negociações indefinidamente?[…]”
6 – O que nos dizem as vossas opiniões?
Deixem aqui no final do artigo as vossas opiniões nos comentários.
Para nós com o BigSlam, o mundo já é pequeno… Muito pequeno!
João Santos Costa – Junho de 2021
7 Comentários
Wanda Serra
Parabens Joao
Por mais este teu tao explicito texto.
RACISMO 🤔
Como podem aplicar a palavra racismo sem o real significado dela.
🤔🤭
Trisreza tudo passado em Palma.
Obgda Joao
Beijinho
Manuel Martins Terra
Caro amigo João, estou perfeitamente de acordo com as considerações finais que teceste, acerca da forma como os arautos da Organização da Defesa dos Direitos Humanos e Amnistia Internacional, rotularam de racista o resgaste dos cooperantes estacionados em Palma. Que dizer destes demagogos que há cerca de quatro anos, quando tiveram início os atos de terror e violência na região de Cabo Delgado, pouco ou nada fizeram para trazer o assunto para a projeção Internacional? Somente alguns jornais moçambicanos, agências de informação e religiosos, deram a conhecer as atrocidades cometidas contra as populações indefesas, que se confrontaram com a dor e luto em muitas famílias locais, contabilizando-se já mais de três mil mortos e meio milhão de refugiados.Estes iluminados já se esqueceram da coragem evidenciada por um comandante do navio, que conseguiu resgatar cerca de 1200 habitantes, e transportá-los para o Porto de Pemba. Gostaria de saber de como classificariam este ato nobre de respeito pela vida do semelhante. Supostamente, preferiram ignorar. Enfim, mais valia estarem caladinhos e meterem a viola no saco.Mais haveria para acrescentar, mas fico por aqui. Para ti João, um grande abraço.
FERNANDO CAPELA
João,mais um excelente e esclarecedor trabalho sobre o que,infelizmente ,se passou em Palma.Cada vez mais me sinto desgostoso com a eterna menção da palavra racismo por tudo e por nada.Mas afinal quem atacou Palma?Foram homens de raça negra não foram?E agora já não se utiliza a palavra racismo?Quem,estropiou,degolou,assassinou negros e pelo menos um branco não foram negros?Este mundo pertence a interesses disfarçados e lucrativos para muita gente que muito usam a palavra racismo como a chave de ouro para abrir e obter e cimentar esses mesmos interesses.Só lamento a perda de vidas inocentes.
Julio João Conceição
Li algures que no balanço feito às vítimas no hotel Amarula, após o ataque de triste memória, foram encontrados corpos decapitados de cidadãos brancos…
Não comento assuntos politizados. Apenas dizer que perante tamanha tragédia, dever-se-iam respeitar as vítimas e seus parentes, tomar medidas para evitar casos futuros,ao invés de especular sobre a desgraça alheia…
Todas as vítimas eram seres humanos…
Fernando Gil
Todo o mal que vai acontecendo em Moçambique é fruto de uma independência “mal parida”. Almeida Santos quando viu a lei da nacionalidade portuguesa recusou o “juris terra”. Eu tenho uma gravação de umas palestras na Casa de Moçambique em que ele, ao lado do Manuel Tomé(então Presidente da Assembleia Nacional de Moçambique) afirmou que “se a lei da nacionalidade portuguesa fosse baseada no “juris terra” 25 % dos moçambicanos optariam pela nacionalidade portuguesa à data da independência e Manuel Tomé(ao seu lado) não refutou. Porque será que o Sporting, Benfica e Porto teem mais adeptos em Moçambique que os clubes locais? Um abraço
Joao Felizardo
No meio da tragedia a resposta dada pela frelamo (frente dos ladroes de mocambique ) e uma vez mais a q deveria ser veridica , verificavel e fidedigna ; mas nao , continua mais uma vez a ser o espelho da propaganda de um grupelho de demagogos fascistas da elite que regem mocambique como um negocio de milhoes com o inhofe sentado no conforto de reunioes para reunioes de gabinete para gabinete . Uma anedota !
Luiz Branco
Amnistia Internacional? quem leva essa gente a sério? eu também não punha brancos a trabalhar lá…eles que dessem conta daquilo…