ESPERANÇA
(Esperanza [castelhano], Speranza [italiano], Espérer [françês], Spe [latim], Hope [inglés], Hoffnung [alemão], …)
“Esperança“, substantivo feminino, expectativa optimista baseada na possibilidade de que alguma coisa que se quer muito ocorra; confiança ou fé de que algo de bom poderá vir a acontecer; tenho esperança de ganhar a lotaria; [in “Léxico”, dicionário de português online , www.lexico.pt].
Sinónimos de “Esperança“, confiança, optimismo, espera, expectativa, fantasia, fé, ilusão, perspectiva, possibilidade, crença, sonho!
Antónimos de “Esperança“, aflição, pânico, desespero, exasperação, desconsolação, desesperança!
“Esperança” na culinária, é um doce conventual açoriano (Convento da Esperança, em S. Miguel), de formato alongado em finas camadas de massa crocante, recheadas à base de gemas de ovo, amêndoa ralada, cidrão e miolo de pão! [in doces regionais, www.docesregionais.com]
“Esperança” na religião católica, é a segunda virtude teologal (a par da caridade e da fé), simbolizada por uma âncora, que induz a vontade em confiar na bondade e na omnipotência divinas, e a esperar na vida eterna pelos méritos de Cristo! [in “Infopédia” dicionários Porto Editora, www.infopedia.pt]
Bruscamente, sem pré-avisos a nossa vida foi alterada. Vivemos tempos muito difíceis, inéditos para a maioria da população. Basta pensar que há menos de três meses ainda não tínhamos sequer ouvido falar do coronavírus (Covid-19). E veja-se onde estamos hoje, fechados em casa, ansiosos, a ver, ler e ouvir, tudo e tolos, sábios e videntes, oportunistas, alarmistas, espalhadores, filosóficos, técnicos, (…). É frequente encontrar quem saiba tudo de tudo. E todos têm direito a tudo!
Nós, as borboletas e o vírus! Um vírus, que é um organismo acelular, desenvolve-se apenas dentro de uma célula do organismo onde se aloja. E que usa para se multiplicar indefinidamente, pois sem essas células não o consegue fazer. Para se reproduzir e surgir como ameaça depende, para o bem e para o mal, de um terceiro. E está a propagar-se de forma exponencial! A pandemia está a acelerar! Podemos ver como o vírus acelera, mas não somos prisioneiros da estatística! Demorou 67 dias desde o primeiro caso até aos primeiros 100 mil. Depois, 11 dias até aos 200 mil, e apenas quatro dias até aos 300 mil. Os números importam porque não são apenas números (OMS-Organização Mundial de Saúde, agência especializada em saúde, constituída em 7/04/1948, sediada em Genebra-Suíça e subordinada à Organização das Nações Unidas). São pessoas cujas vidas e famílias foram viradas do avesso! (por Guta Moura Guedes, resvista “Expresso” de 28/03/2020) Diz Tedros Ghebreyseus, director-geral da OMS, “não somos espectadores, podemos mudar a trajectória desta pandemia!” (Reescrevo, incentivo e valorizo como um desígnio: _haja esperança!)
É essencial tratar da doença. Encontrar as suas causas. Inventar a sua cura. Descobrir a vacina. A lógica na vida, o vírus como vírus! Haja esperança!
E é a esperança de quem está na primeira linha, que partilho convosco, trazendo as palavras dadas à revista-Expresso (de 23/03/2020, entrevista exclusiva de Valdemar Cruz) por António Sarmento, director do serviço de infeciologia do Hospital de São João (Porto), onde se concentra o maior número de infectados pelo coronavírus do país.
Haja esperança, porque as palavras também contam, e estas são de especialista!
Esperança_1: «Estamos aqui empenhados a lutar, com a certeza de que muita coisa boa vamos poder fazer.»
Esperança_2: «Primeiro, nós H.S.João, somos um hospital de referência para estas situações. Quando isto surgisse, nós no Norte, e o Curry Cabral no Sul, seríamos hospitais de primeira linha. Depois, porque o grande epicentro começou em Paços de Ferreira com o movimento das pessoas para as feiras de calçado em Milão (Itália). Tínhamos aqui uma estrutura já bastante pensada para isto. Por isso é que começamos a dar uma resposta rápida.»
Esperança_3: «Retiro várias coisas. Uma delas é que, como dizia Saint-Exupéry, “se queres unir o povo, dá-lhes um castelo para construir. Se queres desunir, dá-lhe pão para repartir”. Como estamos todos a construir este castelo, isto uniu imenso as pessoas. Depois, vê-se imensa gente na sociedade ávida de ajudar, com o seu trabalho, com dádivas. Não podemos sequer, sair para ir almoçar ou jantar.»
Esperança_4: «Há um restaurante aqui da zona das Antas (Porto), que por sua iniciativa, vem cá oferecer-nos as refeições todas, gratuitamente. Sem termos pedido nada. Realmente as crises unem as pessoas. É nestas situações que se vê, que a essência humana é boa. Depois, é bom perceber que os portugueses estão serenos, pacientes.»
Esperança_5: «Vejo isso (manifestações emocionais, nas varandas a cantar, a bater palmas, aos profissionais de saúde) como defesa psicológica. Como estímulo. As pessoas sabem que têm de manter alguma alegria, alguma força, a sanidade mental. Sabem que não podem entrar todas em depressão. Daí esse instinto …»
Esperança_6: «Precisamos disso (manifestações emocionais) como do pão para a boca. Recebemos muitos estímulos, mensagens. Isso é importante. Temos de nos salvaguardar psicologicamente. Temos de manter a nossa sanidade e a nossa força para podermos apoiar os outros. Não podemos fraquejar, nem fisicamente, nem psicologicamente. Tenho mais medo do colapso psicológico do que do colapso físico.»
Esperança_7: «Era evidente que mais tarde ou mais cedo isto ia acontecer. E também não podíamos fazer muito para evitar que acontecesse. É um vírus novo, para o qual não há vacina e com o qual o ser humano nunca contactou. Logo não tem imunidade natural. Se a taxa de contagiosidade fosse muito pequena, as coisas podiam-se conter. Quando essa taxa é maior, não é possível. É natural.»
Esperança_8: «Com a globalização, com o constante aumento das viagens, com o aparecimento no maior centro comercial do Mundo, que é a China, de onde toda a gente sai e para onde toda a gente vai, isto é perfeitamente possível acontecer.»
Esperança_9: «Sim, o segundo epicentro é um dos maiores centros turísticos do Mundo, que é o Norte de Itália. Juntaram-se várias coisas: viagens constantes, a falta de imunidade da humanidade face a um vírus novo, o eclodir num centro do país mais populoso do Mundo e que irradia para o Mundo todo, e depois o segundo epicentro num dos maiores destinos turísticos do Mundo.»
Esperança_10: «A minha cabeça não tem tempo para se angustiar. Só tem tempo para tentar resolver os problemas. Com este stresse em que andamos, ganhámos imensa energia, imensa força, mas quando isto acabar, se calhar vamos passar um bocado de alguma ressaca.»
Esperança_11: «Muito bem. A minha mulher também é médica, clinica geral. E vê muitos doentes. Mas é uma pessoa completamente tranquila. Em minha casa toda a gente está tranquila.»
Esperança_12: «Há uma escala onde num extremo está a inconsciência, que é péssima. E no outro lado está o pânico, que é péssimo também. Conseguir o meio termo não é fácil. O pânico não nos protege mais. Pelo contrário, expõe-nos mais, porque se fazem disparates. Uma sociedade em pânico é uma sociedade que não funciona. O pânico é muito mau, a inconsciência é muito má. Nós portugueses, temos muitas qualidades e uma delas é que vamos enfrentar bem isto. O pânico vai diminuir e a consciência vai aumentar.»
Concluindo, na primeira linha, António Sarmento, um homem tranquilo, especialista, que tem a noção do perigo, e escuda-se no valor, no rigor e na coragem, de uma vasta equipa de profissionais de saúde que ali, como nos mais recônditos locais do país, transformam o SNS na última fronteira do combate a um inimigo poderoso (parabéns ao jornalista Valdemar Cruz do Jornal-Expresso por esta contagiante prova de conhecimento e saber, e de esperança).
Continuando a apologia da esperança, valoriza-se a campanha que o Turismo Centro de Portugal (www.turismodocentro.pt) lançou, em que promove o distanciamento social (-Fique em casa! -Não cancele a sua viagem, adie-a!) e desperta a esperança (-Haverá tempo!). Através da assinatura “Haverá Tempo“, o vídeo da campanha deixa uma mensagem de esperança, referindo-se claramente que “haverá tempo para recomeçar, para viajar, para correr, para voar“, quando a Covid-19 for debelada!
Na oportunidade intemporal, apela-se a que no tempo certo, descubram o Centro de Portugal, onde impera a Figueira da Foz, maravilhosa cidade, linda e bonita (Ilha da Morraceira, rio Mondego, serra da Boa Viagem, mar Atlântico, praia da Claridade, museu do Sal, lagoas, Cabo Mondego Jurássico, … e mais, descubra você!).
Para terminar, o alerta poderoso de José Tolentino Mendonça (cardeal, poeta e teólogo português), «há que redescobrir o poder da esperança. Pascal escreveu que “as mãos sustêm a alma“. Hoje precisamos de mãos – mãos religiosas e laicas – que sustenham a alma do Mundo. E que mostrem que a redescoberta do poder da esperança, é a primeira oração global do século XXI”. (in revista-Expresso, 21/03/2020).
-Há luzes que nunca se apagam!
-Vamos vencer o “Covid-19”!
-Cumpra as medidas de prevenção!
-Nada muda se não mudarmos!
-Vamos acreditar! Vamos superar!
-Não somos espectadores, podemos mudar a trajectória desta pandemia!
-Um brinde à vida com esperança!
-Haja esperança, força e coragem!
Paulo JF Craveiro – Figueira da Foz, 30 de Março de 2020
3 Comentários
Augusto Martins
Que se cumpra a ESPERANÇA no bom senso de todos nós e que decidam não sair de casa.
Antonio Virgílio
Sou Esperança de nome…que seria de mim…se a perder”
MARIA MANUELA ANTUNES GALVÃO DE ALMEIDA
Esperemos e que Esperança nunca nos falte!Abraço a todos!