Benfica vai formar jovens em Pemba – Moçambique – “Da Planície e da Savana” de Pierre Vilbró

Benfica vai formar jovens em Pemba – Moçambique

O Sport Lisboa e Benfica assinou em 2 de Março último, com o município da cidade moçambicana de Pemba (antiga Porto Amélia), um contrato de parceria técnica e de escolas de formação, visando implementar a formação de jovens moçambicanos nas áreas desportiva e profissional.

Não me surpreende a opção do município de Pemba

e o envolvimento do Benfica, se se atentar em dois aspectos:

– são naturais de Moçambique muitas das glórias do Benfica, do futebol português e da sua Selecção;

– o Benfica, os seus craques e as suas façanhas futebolísticas permanecem no imaginário e no coração de muitos moçambicanos.

Portanto, há laços e afectos que perduram para lá da independência de Moçambique, para lá do tempo. E isso (este caso e outros mais) é positivo, deve ser defendido e reforçado. Com realismo, com factos levados à prática, sem oportunismos e demagogia.

Entre outros, nasceram em Moçambique: Eusébio, Mário Coluna, Costa Pereira, Mário Wilson, Shéu Han, Néné e Augusto Matine.

Eusébio, Costa Pereira e Mário Coluna, três moçambicanos que brilharam no futebol nacional e em particular no Benfica (SLB).

Acresce ainda outro aspecto na decisão para esta formação de jovens moçambicanos, mais concretamente de Cabo Delgado: a guerra com a Al Qaeda que decorre nesta província do Nordeste de Moçambique, provoca um elevado número de refugiados e, consequentemente, perigos sociais e criminais que a desocupação provoca. Daí a necessidade de ocupação e formação dos jovens.

Segundo Manuel de Brito, vice-presidente do Benfica, em declarações aos meios de comunicação do Clube “Temos uma relação histórica com Moçambique, muita amizade. Não é preciso relembrarmos as duas grandes lendas moçambicanas que vestiram a camisola do Benfica. Quando nos pediram para colaborar, disse logo que sim”.

Florete Simba, presidente do Município de Pemba, revelou que “O nosso projeto visa a formação de jovens de todas as áreas (desportivas e profissionais). O Benfica é ‘marca’ moçambicana, tivemos Eusébio e Coluna e por isso fizemos esta escolha”.

O vice-presidente do Benfica, Manuel Brito, acrescentara que “Sabemos que a província de Pemba tem sido fustigada nos últimos anos por situações muito adversas. Tem sido uma zona de conflito muito grande, com centenas de milhares de refugiados, e quando nos pediram para colaborar o Benfica disse logo que sim“.

Florete Simba, presidente do município de Pemba, dissera também que “Este protocolo serve para ocupar os jovens dos vários bairros da cidade de Pemba, sobretudo os deslocados, para não irem por outros caminhos. O desporto vai ocupá-los. Queremos chamar a atenção aos moçambicanos que o desporto une e desenvolve os jovens. O Benfica vai ajudar-nos a fazer o bem na cidade de Pemba“.

Do aludido texto consta ainda que “Dois técnicos do Clube vão estar num período de cinco anos em Moçambique visando implementar um projeto de futebol entre rapazes e raparigas até aos 19 anos, nos 13 bairros da cidade e noutras localidades da província de Cabo Delgado. Um projeto que quer potenciar o desporto na região, com a metodologia Benfica e, quem sabe, trazer ao mundo novos craques do futebol moçambicano”.

Memorando, assinado em Lisboa com a direcção do Benfica

• Serviu de base para elaboração deste meu artigo, um texto que recebi através de uma das redes sociais, desconhecendo a identidade do seu autor.

Pierre Vilbró – Março de 2023

Comentários: