Dignidade nas Horas de Sucesso e de Desaire
No dia 27 de maio último ocorreu um acontecimento em Lisboa que mobilizou dezenas de milhão de portugueses e centenas de milhar de estrangeiros, em Portugal e em várias partes de mundo.
Não me vou cingir unicamente a esse acontecimento mas, a partir dele, reflectir acerca de alguns aspectos que me são caros a interpretar e viver o desporto, o futebol em particular.
Começando pelo referido acontecimento, o Sport Lisboa e Benfica, dirigentes, técnicos, jogadores, sócios, adeptos e simpatizantes estão de parabéns, pois são os novos campeões nacionais de futebol, época 2022/23, título conquistado na última jornada do campeonato, totalizando mais dois pontos que o Futebol Clube do Porto (2º. classificado, e campeão em título agora destronado).
A conquista do campeonato pelo Benfica é justa e merecida, porque ao longo de trinta e quatro jornadas foi a equipa que melhor futebol praticou, que foi mais regular, que conquistou o maior número de pontos, e que teve a melhor defesa e o melhor ataque.
Por outro lado, e também importante, ficou-se com a impressão que o universo benfiquista (jogadores, equipa técnica e dirigentes) mostrou competência, união, querer e fé.
Portanto, parabéns ao Benfica pelo 38 (38º campeonato conquistado).
Agora, a pretexto e na sequência do desfecho deste campeonato, passo a tecer algumas considerações.
Que o campeão seja digno do título honroso que legitimamente passa a ostentar, respeitando os vencidos e reconhecendo os seus méritos. Para tal, que doravante seja magnânimo e comedido nas acções e palavras dirigidas àqueles.
Que os vencidos tenham a grandeza e o desportivismo de reconhecerem e aceitarem a derrota, de felicitarem o vencedor, e de nas atitudes e nas palavras não desvalorizarem o mérito do novo campeão, procurando assim justificar os seus insucessos.
No futebol não podem ganhar todos. O futebol é feito de vitórias e de derrotas, de vencedores e de vencidos. Nisto está uma das essências de que o futebol (e o desporto em geral) é feito.
O verdadeiro desportista (praticante ou não) e o verdadeiro campeão, são os que levam estes valores à prática.
Valores que também são aplicáveis à vida extra desporto de cada ser humano, vida também ela feita de sucessos e de desaires.
Pierre Vilbró – Maio 2023
7 Comentários
Manuel Martins Terra
Caro amigo Pierre Vilbro, sempre se ouviu dizer que nos grandes momentos, se deverão glorificar os vencedores e honrar os vencidos.Mas será que o julgamento sobre o que deveria ser uma vitória, e o que deveria ser uma derrota é igual para todos? Na prática e naquilo que vamos assistindo, poucos são os exemplos em que a dignidade prevalece. Para isso seria necessário educar as mentes , para que todos se façam respeitar de forma que as gerações vindouras, possam colher bons frutos. De resto, Vilbro, concordo quando diz que os valores deverão ultrapassar o capítulo do desporto. Um abraço, do Manuel Terra.
nino ughrtto
Olà.. muito bem; mas a verdade é que o importante nos desportos é a participaçào… Todos merecem serem aplaudidos Hà sempre um vencedor mas os dois lados lutaram …Um abraço
Antonio Mendes
Nunca é demais lembrar os valores referidos, neste ” mundo ” tão desordenado. Subscrevo na íntegra.
Katali Fakir
Essa opinião é hiper realista e corajosa porque toca numa ferida bem visível e com gangrena num mundo cada vez mais individualista e neo selvagem onde os vencidos ficam para trás e para vencer vale tudo e a tribo do futebol entre outros desportos são os palcos de excelência para o grito do Macaco nu.
Quanto a opinião do Vilbró, reflecte uma aprendizagem de saber estar e ser no universo da competição desportiva, seria tão bom que assim fosse, mas a ponte é uma miragem, ilusões e fantasias cada um vive as que quiser…
Katali Fakir
A opinião a que refiro é a de Marie Olivier
Mary Olivier
Obrigada pelo apoio e compreensão.
Um abraço e seja feliz.
Mary Oliviet
Mary Olivier
Infelizmente alguma imprensa desportiva, em quantidade exagerada, promove e alimenta as discórdias e fomenta a divisão com anticorpos entre adeptos dos diversos clubes.
Uma parte dessa imprensa são adeptos, alguns exageradamente fanáticos, que não demonstram imparcialidade e criam o “ódio” e participam em programas de muito mau gosto é de mau senso.
Um péssimo exemplo!!!
Os pais educam os filhos, depois a imprensa apresenta-se com esta violência de linguagem e caracter.
Também temos os “jornaleiros” que pouca formação jornalística e moral teem e que são cópia dos adeptos que acima refiro.
Contudo no meio desta confusão há alguns jornalistas e comentadores respeitosos.
Nós não temos só que respeitar o clube que ganha e ou os clubes que perdem!
É dever da sociedade, na vida, respeitar todos de igual para igual, o futebol não é representativo de nada!
O que conta é o respeito, o caracter e os valores morais e éticos da sociedade civil e governantes, que anda adormecida!
Esta apenas a minha opinião. A sua é a sua e concordando ou não, não é esse o objectivo, respeito.
Mary Olivier