Os Porquês De Porto 1 E Atlético De Madrid 3
Era um jogo que o Porto não podia perder, sob pena de não passar aos oitavos-finais da Liga dos Campeões Europeus 2021-2022, com prejuízos vários. E antes do jogo, tinha tudo para conseguir a passagem à fase seguinte. Jogava em casa, bastava-lhe um empate, e o adversário, apesar de ser um dos três crónicos candidatos ao título de campeão espanhol, não vinha correspondendo esta época na maioria dos seus jogos. Mas tal favoritismo não se veio a confirmar. Porquê?
Os porquês são vários. Uns, atribuíveis a si próprio, aos seus deméritos. Outros, aos méritos que o adversário patenteou.
Os deméritos do Porto começaram na sua ineficácia ofensiva e em algumas falhas defensivas. Na metade inicial da primeira parte não concretizou os golos que, em jogos deste nível e responsabilidade, é proibido falhar. Defensivamente, falhou nos três golos do Atlético de Madrid, sendo que os dois últimos se verificaram já no período de compensação (para além dos 90 minutos regulamentares).
Depois, o Porto foi suplantado nos aspectos em que normalmente é forte, nomeadamente psicológico, físico, pressing e velocidade, e não resultaram as habituais guerrilhas física e verbal sobre o adversário e sobre o árbitro. Guerrilhas habitualmente exercidas pelos jogadores em campo e a partir do banco pela equipa técnica, pelos dirigentes e pelos jogadores suplentes.
Finalmente, provou do veneno que muitas vezes serve aos adversários: ganhar (neste caso, perder) os jogos para lá dos 90 minutos regulamentares.
Quanto ao Atlético de Madrid, deixou transparecer que previamente estudou bem o adversário e preparou bem o jogo. Sabia que não podia perder a partida, sob pena de arcar com as consequências que vieram a resultar para o Porto. Perante esta realidade, utilizou as mesmas armas habituais no Porto, e neutralizou-as ou suplantou-as.
Iniciou o jogo em velocidade e em pressing, com jogadas bem delineadas, passes certeiros e desmarcações rápidas, não se furtando ao despique físico e à guerrilha física, verbal e psicológica.
Finalmente, foi muito eficaz, marcando os golos que as oportunidades lhe proporcionaram, no que o Porto não o foi.
Desta vez, ao Porto não resultaram as habituais simulações do Tharemi dentro da área, para ganhar penalti, nem as pressões em bloco vindas do banco por parte da equipa técnica, dos dirigentes e dos jogadores suplentes.
Jogando em casa do adversário e partindo em desvantagem pontual, o Atlético de Madrid mereceu a vitória. O Porto esteve numa noite que não era a sua. Acontece a todos.
No entanto, esta derrota e consequente eliminação, não invalida que o Porto continua a ser actualmente a equipa portuguesa mais bem sucedida nas provas internacionais.
Pierre Vilbró – Dezembro de 2021
2 Comentários
R. Gens
Esta análise tem umas passagens bem facciosas, penso eu de que. :-)))
Manuel Martins Terra
Pois é caro amigo Pierre, o futebol tem destas coisas, não basta só jogar bem, pois da eficácia é que resultam as vitórias. Os madrilenos vieram efetivamente com a lição estudada e souberam neutralizar as investidas do FC do Porto. Depois, aquele golo de pontapé de canto, deitou tudo a perder. De nada valeu jogar com muita transpiração , se a inspiração esteve ausente, e a verdade é que o FC do Porto, não esteve ao nível de outras noites europeias. Resta-lhe agora ainda disputar um lugar, que lhe conceda a participação na Liga Europa, e que seja bem sucedido .