“A ESTÓRIA DESTA FOTOGRAFIA DA MINHA MENINICE”
Rui Baptista aos 4 anos de idade (1935)
É um facto histórico que Napoleão, antes da batalha da “Batalha das Pirâmides” (1798) , exortou os combatentes sob seu comando: “Soldados, do alto destas pirâmides quarenta séculos de História vos contemplam”.
Aos que, porventura, se detenham nesta minha fotografia, tirada por meu saudoso e querido Pai que era farmacêutico de profissão e um exímio fotógrafo amador, esclareço que do tempo em que ela foi tirada aos dias de hoje, medeia um século menos decénio e meio de anos.
Isto porque, segundo as minhas contas, tinha eu na altura os meus 4 anos de idade, tendo eu actualmente 89 anos foi ela tirada há 85 anos, portanto!
E se como escreveu Virgílio Ferreira,
cheguei eu a Lourenço Marques (1957, se a memória me não falha) onde exerci 18 anos de venturosa docência na sua Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque da antiga Lourenço Marques, hoje Maputo,
Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque em Lourenço Marques
que permanecem na minha memória enquanto os meu neurónios não “enferrujados” me permitirem uma saudade perene vivida no convívio com os meus alunos. Mais do que alunos amigos generosos, que lhe dão um aval que muito me honra e os honra por a gratidão não ser para eles uma palavra vã, ainda que mesmo em simples ampliar de virtudes que encontraram em mim, mas que eu temo que a lupa do tempo tenha ampliado.
Como escreveu alguém, recordar é viver uma segunda vez acontecimentos passados em que eu viajando na rota do passado me sinto rejuvenescido,
sem necessidade de um qualquer pacto com o demónio, a exemplo de Fausto, personagem de obra de Goethe.
Desta forma, embora a Física nos afiance não ser permitido viajar na máquina do tempo, com a minha saudosa imaginação, fui e voltei do passado com o dispêndio de uma enorme saudade!
Rui Baptista aos 89 anos de idade (2020)
5 Comentários
Pierre Vilbró
Sr. Prof.:
Que tenha sempre a felicidade de ter a memória por companhia amiga, conselheira e inspiradora. Pobre dos(as) que não têm memória ou a ela renegam.
Abraço amigo.
Pierre Vilbró
Zé Carlos
Parabéns Sr. Prof. Batista.
Este antigo aluno da EIMA (74/75, 75/76 curso de technologia mecânica) deseja-lhe “many happy returns”
Jorge Sampaio
Talvez tenha conhecido o meu pai, Eliziário Sampaio e a minha mãe, Maria Helena Sampaio, ambos professores na Escola Industrial. Ele durante pouco tempo, mas a minha mãe fez carreira docente na Mouzinho de Albuquerque. O professor Rui Baptista leccionou que cadeira? Cumprimentos.
Rui Baptista
Não só conheci seus pais, meus estimados Colegas, como fui grande amigo de seu Pai. Nesta Escola lecionei Educação Física e a disciplina de Higiene, tendo lecionado Matemática durante um ano do respectivo curso nocturno. Aliás, em Portugal quando alferes miliciano lecionei Português e Geografia na Escola da Força Aérea de Paços de Arcos onde o resto dos docentes eram engenheiros. Tendo reclamado não ter habilitação para essa docência o respectivo comandante respondeu-me que a minha habilitação do então 7.º ano dos liceus, para esse efeito, era igual à dos restantes docentes com ocurso universitário de Engenharia. Como contra factos não há argumentos fiz-me a caminho com a responsabilidade de as classificações serem atribuídas até às centésimas por as vagas dos sargentos para ingressarem no Curso de Oficiais de Águeda serem muito menores do que o número de concorrentes. Um grande abraço.
Jorge Sampaio
Muito obrigado pela sua amável resposta. Um grande abraço e desejo de felicidades para si e sua família.