«ABRAÇO LUSITANO_PONTE ATLÂNTICA»
Quis o pensamento levar-me na pretérita sexta-feira, dia 19Abr13, ao assistir no «Casino_Figueira», ao magnífico espetáculo, intitulado «Abraço Lusitano», para junto da grande família do «BigSlam», através dos laços imemoriais da Ponte Atlântica.
As músicas que o Fado abraçou, cantadas de forma distinta em originais duetos, bem concebidos e de interpretação irrepreensível na voz do jovem Gonçalo Salgueiro e da sénior de créditos firmados na música ligeira, Alexandra, recordada sobretudo como protagonista do sucesso musical «Amália», montado por Felipe La Féria. A interpretação arrojada, sublime, da grande fadista, a diva «Amália Rodrigues», nome maior da universalidade do Fado, estilo musical português, hoje elevado à categoria de Património Oral e Imaterial da Humanidade, pela UNESCO.
Alexandra, de seu nome Maria José Canhoto, nasceu a 25 de Abril de 1950, na aldeia Soalheira, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco. As raízes beirãs determinam as potencialidades da sua voz, que amadureceu sob influência da terra quente, na sua vivência em Moçambique, Beira e Lourenço Marques, locais onde viveu a infância, cresceu e atingiu a maioridade, regressando a Portugal em 1976.
Foi por entre as paisagens da poesia, com a magia das palavras ecoando nos gemidos da guitarra, que se estabeleceu a Ponte Atlântica, descobrindo-se o fado d’aqui, com a canção d’além mar, numa «Sôdade» revisitada, sem a diva «Cesária Évora», mas despertando os sentidos para a viagem cultural, universal, juntando e saudando, o inseparável, Portugal/ Moçambique, a África da Europa, com ou sem placa.
Perante este desígnio, despertei os afectos, com a tentação desenrolei o «Abraço Lusitano»,
sem medo (porque o medo paralisa, segundo a MFL), ao auditório do «BigSlam», de raiz marcadamente africana, particularmente moçambicana, onde me é dada a oportunidade de redigir humildes palavras, em sentidas mensagens, com pensar!
Com o «kanimambo» do SC, como hão-de ser as palavras? (como as estrelas, as estrelas são muito distintas, …PAV), saúdo-vos, com um mural de «Corte&Recorte-c/Decote» (só noticias de jornal, sem corantes, nem conservantes), em anexo, em que o traço forte do moçambicano Felipe Branquinho, eleva a imagem para além da dimensão da palavra, contrapondo o expressionismo vibrante de Malhoa… mas fiquemos, todos juntos, a cantar/escutando:
_Com que voz! …;
_Povo que lavas no rio e talhas com teu machado, as tábuas do meu caixão …;
_Podes chorar, podes sorrir também, mas de quem eu gosto, nem às paredes confesso …;
_Confesso que te amei, confesso, não coro de o dizer, não coro …;
_É por ti que adormeço e acordo, e acordado, recordo no canto …;
_Ser feliz é ser aquele, e aquele não é feliz…!
_Porque pensa dentro dele, e não dentro do que eu quis.
Aos beijos e abraços, v/Devoto Incensador de Mil Deidades, PC_23Abr13.