Harlem Globetrotters… 60 anos depois!
Por: Alexandre Ribeiro Franco
Os anos passam. Nem me apercebo como passam tão depressa. O que me preocupa é quando acontecem determinados eventos que se repetem findos quase sessenta anos.
Nos anos sessenta (este “sessenta” já se está a repetir mais do que eu gostava) vi na Cidade do Cabo um espetáculo de Engelbert Humperdinck. Pois, meus caros amigos, há meia dúzia de dias fui ver o mesmo Engelbert Humperdinck, agora com 73 anos de idade (na altura tinha 25 ou 26 anos), já com a sua barriguinha, mas com a mesmíssima voz. Adorei. Desde o “Please Release me” até “Save the Last Waltz for me” foram ovações atrás de ovações. Claro que com aquela idade já não pula, nem dança, mas aquela maravilhosa voz continua a ser a mesma.
Sou um doidinho por espetáculos e tive a sorte de testemunhar ao vivo grandes vozes deste mundo, como Frank Sinatra, Bing Crosby, Paul Anka, Rod Stewart… Não há muito tempo, aqui no Canadá levei o nosso mútuo amigo Mário Albuquerque e a sua cara-metade, Deolinda, a um espetáculo do Tony Bennet. Em Las Vegas testemunhei o espetáculo da Celine Dion e não perdi o Elvis, o Love (Beatles) e todos os outros que são do Cirque du Soleil, assim como dos mágicos David Copperfield e Angel, qual deles o melhor.
Mais recentemente fui ver Stevie Wonder, também ele sensacional, a JLo (Jennifer Lopez), do outro mundo e um tributo a Michael Jackson, também feito pelo Cirque du Soleil que me deixou boquiaberto.
Agora preciso da vossa ajuda. Eu quase que juro (ou o “alemão” já está a atacar forte) que vi os Globetrotters em Lourenço Marques nos anos 50 (provavelmente 1953). Isto porque me recordo, tinha os meus oito anos de idade e se a memória não me atraiçoa, de ter ido pela mão do então treinador do Ferroviário, Rui Duarte, que era nosso vizinho, no Prédio Silva e Grancha, na Consiglieri Pedroso, ver os americanos.
Época 1963/64 – Ferroviário LM vs Harlem Globetrotters
Em cima: Labistour Alves, Ip Chiu Ah, Alberto Rodrigues, Guilherme Soares, Victor Agostinho, Leonel Velasco.
Em baixo: Carlos Pinto, António Brassard, T. Ling, Hélder Man, Adam Ribeiro (Treinador).
No entanto, agora, com a ajuda da Internet, constato que foi em 1927 que foi formado o New York Globetrotters, hoje Harlem Globetrotters, por Abe Saperstein, tendo por base três jogadores da equipa semiprofissional Savoy Five, da cidade de Chicago, orientada por aquele treinador e que se tinha dissolvido nesse mesmo ano.
A equipa encetou uma digressão pelos Estados Unidos da América, realizando jogos de exibição. Mais tarde, esta equipa tornou-se mundialmente famosa, tanto pela habilidade dos seus jogadores, como pelas suas brincadeiras. Adotou uma versão da música Sweet Georgia Brown para a sua apresentação, com enorme sucesso. Realizou dois filmes de grande-metragem. Um vídeo de uma digressão por Espanha em 2018:
Os Globetrotters efetuaram a sua primeira volta ao mundo em 1952. Esta equipa teve nas suas fileiras numerosos jogadores negros, sendo os mais famosos: Wilt Chamberlain, Gosse Tatum, Marques Haynes, Harrison e Lemon.
O seu equipamento consiste em camisolas azuis com estrelas vermelhas e brancas e calções listados, nas cores vermelho e branco. Os Globetrotters também tiveram seu próprio desenho.
Wilton Norman Chamberlain (21 de Agosto de 1936 – 12 de Outubro de 1999)
Foi um dos melhores jogadores do basquetebol norte-americano. Será sempre lembrado como um dos maiores de todos os tempos, ganhando dois títulos da NBA.
Iniciou sua carreira de jogador no Harlem Globetrotters.
Que, como todos sabemos é uma equipa que só faz brincadeiras e o seu lema é divertir o público. Wilt Chamberlain era pivô e media aproximadamente 2,16 metros de altura. Chamou a atenção de “olheiros” e foi chamado para jogar na NBA.
Atuou catorze temporadas (1959 a 1973) e vestiu quatro camisolas diferentes: Philadelphia Warriors, San Francisco Warriors, Philadelphia 76ers e Los Angeles Lakers. Foi campeão duas vezes: 1966-67 (Philadelphia 76ers) e 1971-72 (Los Angeles Lakers).
Chamberlain estabeleceu uma série de recordes na NBA: 31.429 pontos. Wilt alcançou a marca de 50,4 pontos por jogo em uma única temporada (1961-62). Foi o primeiro e único jogador a marcar 100 pontos numa única partida da NBA. O feito aconteceu na vitória de 169 a 147 contra o New York Knicks, em 2 de março de 1962.
Também é o jogador que mais ressaltos ganhou num só jogo: 55. Por quatro vezes, Wilt foi eleito o melhor jogador da NBA. Na sua última temporada, ele recebia 450 mil dólares de salário por ano.
Recentemente voltei a ver o Harlem Globetrotters. Gente nova. Muito habilidosa e igualmente espetacular. Agora a atração principal é o Big Easy,
mas outros saltam à vista, como a garota TNT, o Special K, o Firefly, o Dizzy, o Formiga, o Bones, o Handles, o Moose (o cabeleira)…
Pouco ou nada têm a ver com o Fred “Curly” Neal e companhia, mas não deixaram de ser um “show” muito alegre e divertidíssimo.
60 anos depois, o Humperdinck… 60 anos depois, o Harlem Glotrotters!
6 Comentários
Paulo Carvalho
Vi os Globetrotters,no estádo do Sporting!Deve ter sido, como referido na foto publicada, durante a època de 1963/64.
Foi um excelente espectaculo!(Ainda me lembro do “numero do chapéu”,protagonizado pelo falecido Sergio Carvalho)…!
Dulce Gouveia
Eu também me recordo de os ver no pavilhão do Sporting e fiquei fascinada.
Nelson Silva
Recordo que com os meus 10 anos (nasci em 1954) fui levado ao pavilhão do Sporting de Lourenço Marques, pelos meus pais para ver actuar essa equipa, que me fascinou pelo domínio de posse e passe de bola. Não consigo precisar se com eles ou noutro show esteve uma equipa grega, de equipamento verde e com emblema um trevo branco de quatro folhas, que na altura era uma das melhores equipas europeias. Passaram-se os anos e não guardo mais pormenores.
Dave Adkins
De nada, Samuel. Big Slam dá colour a minha vida. Obrigado. Outra coisa sobre Wilt. Uma noite em janeiro de 1959, estive em Rochester, Minnesota, cidade do famoso hospital e clinica,
com a minha equipe da Universidad. Estávamos ficando num hotel em Rochester em rota a dois jogos na fin de semana em Northfield, Minnesota contra St. Olaf College e Carleton College. Foi uma noite frio com neve no ar e estive num taxi com 3 compas da equipe às 10 da noche. De repente, vimos Wilt Chamberlain usando a sua jaqueta azul e branco com a letra “K” da Uni of Kansas inclinando-se contra um poste de luz que iluminaba a rua. Eu reconheci Wilt inmediatamente e gritei do taxi, “Wilt, quantos pontos marcou esta noche?”. Wilt nos mostrou dois dedos enormes significando ele tinha marcado dois puntos. (o seu chise) Ele esteve em Rochester jogando com os Trotters numa exhibição no auditorio da cidade. .
Dave Adkins
O comite de regras dos E.U. de basquet da asociação de universidades (NCAA) teve que alterar a regra de lance livre devido ao Wilt quando jogava na Uni de Kansas. A regra foi que o jogador não pôde tocar a linha de lanca livre quando lançava. Wilt pôde saltar acima da linha sin tocá-la e “dunk” a lança livre. NCAA alterou a regra e a nova regra diz que o jogador não pode quebar o plano da linha, portanto Wilt teve que ficar atrás da linha e não pôde dunk. . Wilt foi uma atleta excelente: ele correu 400 mtrs. em 48 segundos, saltou 2 metros no salto de altura e lançou o shot putt 16 metros. .
Samuel Carvalho
Obrigado Dave por estas informações que vêm enriquecer o artigo do Alexandre Franco. O Wilton Chamberlain foi um dos meus ídolos do basquete da NBA quando eu era jovem. Um poste de arrasar!!!