BigSlam por terras do Oriente: Locais emblemáticos de Macau – Mercado Vermelho; Templo de A-Má e o Museu Marítimo
11 de abril (segunda-feira)
Por volta das 10H00 saímos de casa, com o objetivo de conhecer três locais emblemáticos de Macau: Mercado Vermelho; o Templo de A-Má e o Museu Marítimo. Locais que já conhecíamos da viagem que fizemos a esta cidade em 1995, ainda sobre a jurisdição portuguesa…
Dirigimo-nos à paragem dos transportes públicos, logo ao virar da esquina do complexo residencial – La Baie du Noble, casa do casal Sotero, onde estamos instalados.
Quanto ao trânsito, existem cerca de 250.000 viaturas em Macau, para uma população de 650.000 habitantes…
Os motociclos são o transporte mais comum, constituindo 52 por cento do total, enquanto os automóveis ligeiros particulares perfazem 41,3 por cento.
Quando viajo, há algo que gosto de fazer – visitar o mercado local. Fomos ao “Red Market Macau”.
Construído em 1936, o Mercado Almirante Lacerda ou Mercado Vermelho – assim designado por ter sido construído com tijolos vermelhos – possui uma forma simétrica, com duas torres laterais e uma com relógio ao centro.
Faz parte da lista do Património Cultural de Macau, como edifício de interesse arquitectónico.
Fica situado no cruzamento da Avenida do Almirante Lacerda com a Avenida de Horta e Costa.
Mercado Vermelho é das poucas coisas que ainda se mantêm como há 21 anos atrás (1995), quando visitámos Macau pela primeira vez.
Gestos do quotidiano neste mercado, onde realço a beleza da banalidade desses gestos…
Frango fresco diretamente da capoeira para a banca
Como eles matam e escamam os peixes
A variedade de crustáceos e bivalves
A banca da carne,
A banca de legumes todos bem frescos, vindos de fora, porque em Macau não há hortas, nem prados, nem pomares.
A diversidade de iguarias,
Nas ruas, junto ao mercado, funcionam bancas improvisadas de vendedores
Conhecem este fruto vermelho?
Chama-se pitaya ou fruta do dragão. Se queres saber mais sobre este fruto, clica no link (azul)!
Não percas e assiste ao vídeo produzido pelo “moçambicano” – Carlos Silva “Jack” sobre o Mercado Vermelho – (aumentar o volume do som).
Diz-se estar ali a origem do nome de Macau. O templo de A-Má terá sido a primeira visão dos portugueses ao aportarem em Macau, tendo assim inspirado o nome do território. Começou como Amagao, ou seja a baía de A-Má, e, ao longo dos anos, evoluiu até se chamar Macau.
Guardado por um par de leões em pedra, o Pavilhão do Pórtico é uma estrutura em granito.
O templo de A-Má, situado no Largo do Pagode da Barra, é o maior de Macau. Estende-se por toda uma encosta – a colina da Barra, que termina junto ao porto interior, antes uma zona de pescadores.
“O Templo de A-Má é composto pelo Pavilhão do Pórtico, o Arco Memorial, o Pavilhão de Orações, o Pavilhão da Benevolência, o Pavilhão de Guanyin e o Pavilhão Budista Zhengjiao Chanlin. Os vários pavilhões são dedicados à veneração de diferentes divindades, formando um complexo único, o que faz do Templo de A-Má um caso exemplar da cultura chinesa inspirada pelo confucionismo, pelo tauismo, pelo budismo e por múltiplas crenças populares”.
Algumas imagens deste Templo:
“A-Má é também conhecida como Neang- Ma, Ma-Chou-Po (deusa da barra), Tien Fei (concubina do céu ou de Deus) ou ainda Tin Hau (rainha ou esposa do céu). É a protectora dos navegantes, contra ondas e tempestades, pela vida dos pescadores e de outros que cortam as águas”.
Alguns ornamentos religiosos no Templo ao longo da colina,
Muitos devem achar interessante o desenho colorido do barco, imaginando apenas uma expressão de arte, porém desconhecendo o seu significado. A embarcação não é daqueles utilizadas na região do Sul da China, onde se encontra Macau, mas sim do Norte da China e que segundo a lenda trouxe a deusa A-Má.
Diz-se ser esta a lenda que fez nascer o templo:
Um dia, uma rapariga de Fujian quis embarcar num dos barcos que partiam para o sul. Como não tinha como pagar a viagem, esperava a caridade dos barqueiros para a transportar.
Todos recusaram o pedido, menos o mais pobre dos juncos que teve pena dela.
No caminho, rebentou uma tempestade e todos os barcos se afundaram, menos aquele que aceitou levar a menina.
Foi ela que o levou, pegando corajosamente no leme e encaminhando a embarcação até terra segura. O porto interior de Macau.
Ao desembarcar, subiu a um rochedo e nunca mais foi vista. Os barqueiros que tudo viram acharam que se tratava da deusa Neang Ma, e ali erigiram um templo em honra à deusa.
Para ficar com uma ideia melhor do Templo de A-Má, clique no vídeo seguinte:
Eis um contraste do passar do tempo – Rúben e a Helena (mãe) – Abril de 1995,
Rúben e Samuel (pai) – Abril de 2016!
Um marco do correio nesse Largo,
não faltando o quiosque e em particular o carrinho dos gelados, presente neste local há mais de vinte anos. Wong Kan é o proprietário e o ofício já lhe veio do pai, de quem herdou o carrinho de venda, com mais de cinquenta anos. Todos os dias, das dez às seis, lá está ele, à porta do templo, com as suas caixas de dois sabores frescos para oferecer aos clientes. É um ganha-pão.
A última etapa desta manhã ficou reservada para visitar o Museu Marítimo, situado em frente ao Templo de A-Má e ao lado da Capitania dos Portos de Macau.
Vejam se reconhecem quem está nesta foto – Samuel e Rúben (com 2 anos)
no mesmo local, passados 21 anos – Helena e Rúben (com 23 anos)
A corrida de barcos em forma de dragão constitui o momento alto de uma das festas mais importantes do calendário chinês – a duanyang – conhecida entre os ocidentais por “festividade dos barcos-dragão”.
Em Macau, é um dos principais eventos do calendário das festividades da região, recebendo todos os anos a Regata Internacional de Barcos Dragão e o Campeonato Mundial de Barcos Dragão por Equipas e Nações. Chega a reunir 140 equipas e 3000 remadores oriundos de todos os continentes…
Chegada ao Museu Marítimo num barco de pesca chinês… 😆
Criado em 1986 por iniciativa do comandante António Martins Soares, então capitão dos portos de Macau, foi em 1990 que o museu se instalou no edifício onde mantém as portas abertas.
Visitar o Museu Marítimo de Macau é fazer uma viagem às origens da região, e a jornada começa logo à entrada do espaço museológico.
Este Museu dispõe de todos os materiais em exposição legendados nas três línguas – português, chinês e inglês.
“As grandes viagens oceânicas efetuadas pelos navegadores do passado, não visaram apenas conhecer novos povos e novas regiões do mundo. O comércio internacional, através da troca de diversos produtos originários da Ásia, África e Europa, teve um enorme desenvolvimento a partir do século XV. As Especiarias aqui ilustradas (gengibre, canela, pimenta, cravinho, chá, etc.) são apenas alguns exemplos das trocas comerciais levadas a efeito nessa época”.
Abril de 1995 – Helena e Rúben junto ao janelão (tipo vigia) do Museu Marítimo,
mãe e filho no mesmo local decorridos 21 anos…
Abril de 2016 – Para memória futura…
“Na passagem entre o primeiro e o segundo piso, a presença portuguesa é dominante. Podem ver-se réplicas dos principais modelos de embarcações tradicionais portuguesas entre as quais está o Navio-Escola Sagres
ou o antigo bacalhoeiro, Creola, navios que ainda percorrem os mares do mundo.
No espólio do actual edifício do museu podem ver-se várias réplicas de barcos que vão desde a Nau de Trato
– nau que realizou viagens comerciais importantes entre Goa, Malaca, Macau e Japão – as embarcações contemporâneas, como as balsas que hoje transportam milhares de passageiros entre Macau e Hong Kong,
incluem peças arqueológicas de navios afundados e diversos instrumentos de navegação do século XV como octantes, sextantes e bússolas.
No andar superior encontra-se uma abóbada com vários botões ligados. Cada vez que se carrega no botão uma constelação ascende-se no tecto pintado de azul celeste”.
Samuel e Rúben junto à roda do leme ou timão – Abril de 1995
Abril de 2016 – Rúben
e Samuel.
Réplica da figura de proa, do cruzador “Adamastor”,
No museu, há aquários com espécies da fauna marítima da região. Conchas, búzios, carpas e safios são alguns dos exemplos.
“A maqueta volumétrica da cidade de Macau do século XVII é o ponto alto do museu. É impressionante ver que quase se podem contar o número de casas que existiam em Macau e ver o quanto a cidade evoluiu.
Macau, agora, já não é só filhos de pescadores como autrora foi…” Hoje é uma verdadeira cidade cosmopolita!!!
Pode ficar a saber mais sobre o Museu Marítimo clicando no link (azul)!
Na viagem de regresso viemos de novo de autocarro. Macau tem uma óptima rede de transportes públicos, frequentes, que liga qualquer ponto da região.
Estes têm informação sonora e visual antes de cada paragem (indicando o nome da rua) em chinês, e português.
Chegámos a casa (por volta das 14H00) exaustos, mas satisfeitos com tudo o que tivemos oportunidade de ver ao longo deste dia…
Ao almoço fomos presenteados com um caril de atum, confeccionado pela Viviane – uma delícia!
Aproveitamos o resto da tarde para descansar, pois à noite tínhamos mais um programa em agenda… sempre a bombar!!!
Não perca a próxima reportagem, venha connosco conhecer os bastidores do melhor e maior espetáculo de Macau – “The Dancing Waters” e uma visita ao “Hard Rock Cafe” na City of Dreams.