Mangas verdes com sal
sabor longínquo, sabor acre
da infância a canivete repartida
no largo semicírculo da amizade.
Sabor lento, alegria reconstituída
no instante desprevenido,
na maré-baixa,
no minuto da suprema humilhação.
Sabor insinuante que retorna devagar
ao palato amargo,
à boca ardida,
à crista do tempo,
ao meio da vida.
(Rui Knopfli)
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Um Comentário
José Miguel Rodrigues
Aquele gostinho da infância, na altura em que os donos dos quintais iam a correr atrás de nós e a dizer que iam contar aos nossos Pais.
Mas era tudo boa gente sem maldade e com uma amizade e espirito são e puro como só nós Moçambicanos!
Aqui desde que ainda miúdos veio um fulano correr atrás de nós com uma caçadeira porque estávamos a comer Pêssegos do seu quintal, nunca mais…
Afinal África é lá e a Selva , a estupidez e a cretinice são as coisas “boas” de cá!!!