Mário Albuquerque – Falar de Luís Pina é um prazer ligado à amizade e também ao Basquetebol.

Falar de Luís Pina é um prazer ligado à amizade e também ao Basquetebol.

Mário Albuquerque

Ele costuma dizer que já me “atura” há mais de 50 anos e é verdade. Estar com ele é reviver a nossa amizade, as nossas vidas e sobretudo o basquetebol.

Ele foi meu treinador a sério, a brincar e de todas as maneiras em que é possível sê-lo.

Com ele dei a volta ao mundo de duas maneiras, através das suas histórias mirabolantes e como seu jogador.

Com ele fui campeão em todas as divisões Nacionais, 1ª, 2ª e 3ª e até do mundo. Esta do mundo, eu explico:
Quando deixei o Basquetebol fui sondado pelo Luís Pina para ir jogar para o clube TAP que tinha na altura uma equipa Federada para quem fosse sócio do Clube e que além de estar inscrita na 3ª Divisão, também disputava os campeonatos das Linhas Aéreas, conjuntamente com funcionários da Companhia. Foi desta maneira que completei as minhas voltas ao mundo, viajando aos fins-de-semana, sempre que o “coach” me convocava. O nosso acordo era: sempre que ele me quisesse convocar havia uma condição prévia da minha parte que era não ir aonde já o tivesse feito. Para isso o Luís Pina telefonava-me na Sexta de manhã, para jogar Sábado e Domingo. Eu só perguntava a que horas era o voo e se devia levar roupa para frio ou calor. Assim, entre campeonatos da Europa das Linhas Aéreas e Campeonatos do Mundo de tudo ganhámos um pouco sempre com o Luís Pina ao leme.

O Luis também foi um grande jogador que eu infelizmente nunca vi actuar. Dizem-me que era um lançador como poucos.

Como treinador não era nada teórico, sendo o seu melhor atributo uma leitura de jogo muito pragmática e muito astuta.

Divergimos algumas vezes nas lides do basquetebol, mas a última palavra era sempre a dele, pois honro-me de lhe ter sido sempre leal. Para isso é que são os amigos que me prezo muito de ser.

Um grande abraço ao Luís Pina.

Mário Albuquerque

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