O COMENDADOR
Quando foi estudante e depois escuteiro lá para os lados da Polana, e quando depois foi desportista de eleição, tendo para o efeito dedicado uma grande parte da sua juventude e adolescência ao seu Desportivo e ao basquetebol em particular,
Época 1969/70 – Seniores GDLM
Em cima: António Medeiros, José Lopes, Nuno Narcy, Francisco Marques (Treinador), Paulo Carvalho, Manuel Lima, Carlos Koo.
Em baixo: José Cruz, Artur Castro “White”, Isac Narcy, Carlos Alemão, José Arruda, Flávio Morgado.
Época 1970/71 – Seniores GDLM
Em cima: Paulo Carvalho, Nuno Narcy, João Ferreira, Manuel Lima, Frank Martinuk.
Em baixo: Fernando Alves, Carlos Alemão, José Arruda, António Medeiros, Machado (Massagista).
o meu amigo Zé nunca pensou que alguma vez poderia ser chamado de “senhor comendador”.
Quem o conhece sabe que ele não faz gala disso. Nem tão pouco se importa com as honrarias que tal designação lhe possa oferecer.
Não é nem nunca foi daquele tipo de pessoa que se incha (como muitos que circulam por aí) só porque lhe atribuíram uma função, um cargo ou outra coisa qualquer. Não gosta nem nunca gostou de demonstrar os seus dotes ou de se gabar em público (gabarolas é o que há por aí aos montes), inventando histórias sobre coisas que fez ou deixou de fazer.
No meu amigo Zé simplicidade é uma palavra sagrada. Foi assim que sempre o conheci e é assim que sempre vai ser.
Ele sabe que, como comendador, tem o seu nível de responsabilidade. E essa responsabilidade foi sendo construída quando, um desaire na vida lhe provoca danos físicos, em pleno período do cumprimento do seu serviço militar.
A deficiência visual e a ausência dum braço, nunca foram impeditivo para que o meu amigo Zé se dedicasse, de alma e coração, aos projectos que sempre abraçou e executou com abnegação e saber.
José Arruda – Tomada de posse dos Órgãos Sociais Nacionais, da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) – Janeiro 2015
Com o amigo Nuno Narcy presente na cerimónia da tomada de posse.
O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, entrega o Prémio Direitos Humanos 2015 ao líder da ADFA, José Arruda.
Condecorado pelo Presidente da República, com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Na Associação dos Deficientes das Forças Armadas – ADFA, (em Portugal) onde desenvolve a sua actividade como Presidente desta Instituição,
o “laurentino” Zé é um caso raro de mérito, de trabalho, de persistência, de competência e de amor pelo próximo, como diria o José da Costa (Casquinha), um dos seus companheiros do basquetebol de tempos bem recuados.
Chiu Arruda “Skonkas”, José da Costa “Casquinha” e José Arruda
Parabéns José Arruda por mais um mandato. Que as experiências de 1987 a 1995 e as subsequentes, sirvam de exemplo e constituam a plataforma para mais realizações a favor daqueles que, por força dum infortúnio, passaram a saber conviver (e duma forma sã) com esse estatuto de DEFICIENTE.
Aquele abraço.
João de Sousa – 09.03.2016
Um Comentário
Eduardo Meixieira
Tive o previlégio de conhecer o José Arruda desde os primeiros anos de vida, bem como seus pais e toda a família. Os nossos pais eram colegas dos Caminhos de Ferro de Moaçambique e as nossas famíkias conviveram durante anos. Sofremos com o acidente do José, estava eu na vida militar em Nampula, quando o meu irmão mais velho, Orlando, me telefonou choroso pedindo que orassemos pelo nosso amigo e sua famílía, e soube que meus pais visitaram a família durante muitos dias. Só meses depois tive oportunidade de o visitar e estar com toda a família, incluindo com sua futura esposa; preparavam-se para vir para Portugal para realizar uma série de operações e tratamentos que, gralas a Deus, lhe deram meios de uma vida digna e que ele soube honrar e usar para ajudar centenas de acidentados das Forças Armadas. Bem Haja!