O TRAJE
Quando tive o meu primeiro emprego, (já lá vão muitos anos), o meu patrão fez questão de explicar como é que eu devia-me apresentar no local de trabalho. Devia-me apresentar decentemente vestido. Não tinha de ser de fato e gravata, a menos que houvesse motivo para isso. Bastava uma camisa de manga curta ou comprida, umas calças compridas, sapatos e peúgas. Eu segui à risca as instruções do meu patrão, caso contrário sujeitava-me a perder o emprego.
Nos tempos actuais, vestir decentemente parece ter várias leituras, que estão muito provavelmente relacionadas com o que a moda dita.
A moda determina que devemos andar todos “slim”. É por isso que vemos por aí muito boa gente completamente “apertada”. Seja homem ou mulher. Seja magrinho ou gordinho.
A moda lança a calça rasgada no joelho, e aí, homem ou mulher, segue o exemplo do que se faz na Europa ou nas Américas.
No que aos sapatos diz respeito, não é preciso usar peúgas.
Se for de fato, gravata e sapatilhas, melhor ainda.
E aí vão eles, trajados desta maneira, para os seus locais de trabalho. Tudo por conta da moda.
Fui encontrar um desses, na instituição (que é pública por sinal) onde ainda presto a minha colaboração. Um colega (acredito que admitido recentemente) de camisete, trajando um par de calças completamente desbotadas e rasgadas no joelho e de sapatilhas.
Quando questionei sobre esta maneira de se apresentar numa instituição pública, ele retorquiu:
“Mudam-se os tempos”.
E o que deverei dizer daquelas nossas funcionárias de sectores estatais ou privados, que no seu trajar normal, poupam muito no pano.
Se a moral “vestimentária” hoje, está sendo ostensivamente pontapeada, o mesmo já não deveria acontecer com o cumprimento rigoroso do que sobre a indumentária está (salvo o erro e omissão) determinado no Estatuto Geral dos Funcionários do Estado.
Infelizmente, perante estas situações, chefes há que, impávidos e serenos, “não tugem nem mugem”.
João de Sousa – 08.06.2016
Um Comentário
dave adkins
O ano de 1962 tinha como 23 anos no meu primer posto oficial trabalhei como maestro e treindador de basquet feminino e masuclino numa escola secundaria de 150 estudantes no estado de Iowa. Me apresentei para ensinar estudos sociales quasi todos os dias num shirt and tie, parecido ao conselho do patrão do João de Sousa. Hoje em dia é muito diferente.