Recordando um momento vivido pelo Prof. Rui Baptista em Moçambique
O passado só vale a pena ser recordado quando as lembranças nos fazem sentir saudades.”
Adriano Lima
Chegado à minha idade (88 anos, cumpridos neste mês de Maio), revejo-me no saudoso passado de Lourenço Marques, porque, como costumo dizer, quando se é jovem olha-se para o futuro, na meia-idade olha-se para o presente, na velhice olha-se para o passado.
Esta foto tem para mim um significado muito especial.
No “V Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países De Língua Portuguesa” (Maputo – 1997) apresentei uma comunicação intitulada “Modificações Tensionais Provocadas pelo Levantamentos de Peso”, tendo sido realizado um “Pôr do Sol”, na piscina do Hotel Cardoso em que os convidados se distribuíram por várias mesas.
A determinada altura, Mussá Tembe, antigo ginasta da Associação Africana da então Lourenço Marques, e docente, na altura, da Universidade Pedagógica de Maputo, acercou-se de mim dizendo que um Ministro de Moçambique presente me queria cumprimentar. Ia-me a levantar para me dirigir-me à sua mesa, quando Mussá Tembe, me disse que o ministro fazia questão em deslocar-se à mesa onde eu estava com outros docentes da Universidade de Coimbra.
Assim sucedeu, tendo sido tirada a foto em que está o ministro – Joel Libombo, dois docentes da Universidade Pedagógica e eu.
Julguei que o referido ministro tivesse sido meu aluno de Loureço Marques. A pergunta minha, esclareceu-me que não, mas que tinha ouvido falar bastante de mim! Esta ocorrência foi testemunhada pelos meus companheiros de mesa!
Rui Baptista
3 Comentários
Carlos Moura
Eu Carlos Moura estou nessa foto…da escola Rebelo da Silva..
José Barra da Costa
É «engraçado» como Moçambique é o pano de fundo deste grupo de pensadores e como eu passei por Moçambique (1971-74) em termos de guerra colonial ou ultramarina (riscar o que não interessa), sem ter a mínima noção do que estava a acontecer para além da mata!!! Muitos anos mais tarde, depois de ter a oportunidade de caminhar pelos terrenos do conhecimento académico e da universidade, revejo-me aqui num passado ausente, num presente sempre distante e num futuro do qual me resguardo com respeito pelo que desconheço, porque afinal a vida é esta passagem por algum sítio onde tudo conta e nada se assume em termos temporais. Quanto a mim, lido este testemunho trazido à colação por alguém que muito respeito, resta-me deixar um penhor de gratidão pela forma como, de todos, aprendi de certa maneira a «aprender ao contrário». Uma vida com saúde e por muito tempo para todos é o que deseja o
José Barra da Costa.
Rui Baptista
Obrigado pelo seu comentário que muito apreciei.