“UMA DATA NA HISTÓRIA”– 3 de Fevereiro de 1922… Albano de Sousa Dias “O homem do estádio”
Albano de Sousa Dias, nasceu em Lourenço Marques, em 3 de Fevereiro de 1922. Tirou um curso de engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Em 1948, ingressou nos Caminhos de Ferro de Moçambique, na Brigada de Estudos e Construção. Após estagiar em diversos serviços, assumiu a função de engenheiro-chefe de Via e Obras naquela empresa em 6 de Novembro de 1953.
Dois anos depois, passou a fazer parte da direção, na cidade da Beira, e em 1959 serviu na Direção de Exploração dos CFM, passando a subdiretor desta divisão em 1961. Também ocupou a posição de diretor no Clube Ferroviário de Moçambique, tendo sido o principal impulsionador para a construção dos Estádios da Machava, em Maputo,
Feito por gente de Moçambique e com dinheiro de Moçambique, na realidade, por estar implantado na Machava, administrativamente parte da Matola – que na altura também tinha a Vila Salazar, o Estádio não pertencia a Lourenço Marques. Na altura da inauguração, por ainda não estarem concluídos os acessos e estacionamentos para viaturas, a população foi convidada a, gratuitamente, ir de comboio para a cerimónia no estádio, já que havia ali um pequeno ramal que ligava até à estação ferroviária de Lourenço Marques (e que se vê no topo da fotografia).
e do Ferroviário, na Beira, de vários campos de ténis, e da “Colónia de Férias” na Praia do Bilene.
Casas da “Colónia de Férias” dos trabalhadores dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na Praia do Bilene.
Durante e após o seu mandato, o Clube Ferroviário de Moçambique expandiu a sua atividade, com, também, a construção das piscinas em Lourenço Marques e na Beira.
Faleceu com 46 anos em 27 de Julho de 1968, de um ataque cardíaco, três semanas depois da inauguração do Estádio.
Num comentário sobre Albano Sousa Dias, Manuel Martins Terra escreveu:
Sei como o Eng. Sousa Dias, era estimado no seio da grande família dos ferroviários, que maioritariamente não concordaram numa polémica e acesa Assembleia Geral do CFM, a atribuição do nome de Salazar ao recinto que estava prestes a ser inaugurado. Ao invés, entenderam ser justo chamar-lhe Estádio Eng. Albano Sousa Dias, numa justa consagração ao grande homem que deu tudo por um estádio construído à sua imagem. Infelizmente, o regime do Estado Novo não mostrou vontade de recuar nos seus propósitos. O destino tem destas coisas e pouco depois da inauguração o grande mentor de um complexo ousado, com marcador eletrónico, facho olímpico, pista de ciclismo, pista de atletismo e a porta para a receção da maratona, tombava e deixando consternados os seus milhares de amigos, que jamais o esquecerão por ser o homem bom que era. Talvez tivesse partido, amargurado pela injustiça dos que tinham o poder de decisão.”
- O Eng. Albano de Sousa Dias comemoraria hoje os seus 100 anos de idade. Que esteja em paz!
Fonte: Arquivo do BigSlam – Texto de João de Sousa adaptado e fotos retiradas com a devida vénia do blog The Delagoa Bay
5 Comentários
Alberto Lage
O Pavilhão desportivo do Ferroviário da Beira denominava-se Pavilhão Engº. Sousa Dias.
Manuel Martins
Grande terra de grandes gentes…
josé carlos alves da silva
Não sabia desta história, sempre ouvi e falei estádio dr Oliveira Salazar. Fiquei saber, agradeço, quem foi obreiro e mentor deste estádio da Machava. Faria 100 anos. Obra. Parabéns esteja onde estiver. Que nos guie por bons caminhos.
Jorge Rodrigues Milheiro
Eu como filho de ferroviários, e também ferroviário dos meus 15 aos 25 anos de idade, e ainda amante dos assuntos ferroviários, presto a minha homenagem ao Engº Albano de Sousa Dias pedindo a Deus que o tenha em bom lugar descansando em paz. Paz à sua alma.
Fernando Teixeira Xavier Martins
È verdade foi feita em plena Assembleia Geral, uma traição a todos os ferroviários e desportistas de Moçambique, por um homem que nem ferroviário era.
È BOM assinalar e Homenagear o Centenário deste Ferroviário e Desportista Sr. Eng Sousa Dias.