Em Lourenço Marques, há 42 anos, – O “Galo Amanheceu”
Por João Santos Costa
“Dizem que o tempo apaga tudo. O tempo não apaga, apenas adormece!”
Pelo que vi, porque naqueles dias como participante/observador também exerci o meu direito de protesto; ouvi, do povo anónimo, de alguns comentadores e políticos; li, em livros, textos e artigos de opinião. Decidi, sem nenhum ressentimento nem paixão, passados 42 anos contar a minha versão, contrapondo a outras, daqueles conturbados dias de Setembro de 1974, passados na antiga Lourenço Marques.
Lourenço Marques: – De 7 a 10 de Setembro de 1974
Em Moçambique a seguir ao 25 de Abril de 19741 assistia-se com maior incidência na capital, Lourenço Marques (Maputo), a um aumento das tensões militares, raciais e políticas. Nas sessões de esclarecimento e comícios, passou-se a utilizar o insulto xenófobo/racista e a serem alcunhados de colonos todos que não estivessem engajados nos ideais do partido Frelimo.
Com os ânimos exaltados pelas tensões acima referidas, muitos moçambicanos e “luso-moçambicanos”, com apoio maioritário espontâneo da população branca, concentraram-se em frente do Rádio Clube de Moçambique (RCM) em Lourenço Marques, no sábado dia 7 de Setembro de 1974, dia da assinatura dos acordos de Lusaka2,
e como forma de protesto ocuparam o estúdio de emissão. Não, para como refere o Aurélio Le Bon: “…… grupos de colonos que se lançaram a distúrbios, chegando mesmo a ocupar a sede da Rádio Moçambique para “rasgar” o acordo e “confessar” uma tentativa de intentona contra as autoridades de então.” Mas sim para, por via rádio, mobilizarem o país a exigir que nesses acordos estivessem igualmente representadas todas as principais forças políticas moçambicanas, porque: “O acordo ignorou as mais de duas dezenas de formações políticas (partidos e movimentos) que reclamavam um lugar nas negociações sobre a independência e o futuro do país (Souto, 2011).”
Benedito Machava, O 7 de Setembro e o verso da descolonização de Moçambique | 53
Assim como fazer constar também, que ao povo moçambicano eram reconhecidos todos os direitos:- Referendo, auto-determinação, eleições livres e independência. Ou seja, exigiam tão só o cumprimento dos princípios básicos de uma democracia representativa, melhorando assim o acordo.
Estas exigências de modo algum eram aceites pela Frelimo e movimentos satélites que por ser o partido maioritário e ter sido reconhecido, pela Junta Militar Portuguesa, como representante do povo moçambicano, só lhe interessava a independência unilateral.
Como pelo efeito rádio, a concentração/ocupação estava a ter impacto no país e além-fronteiras, em especial nos países limítrofes, só restava à Frelimo e aos seus satélites, expulsar os manifestantes. Para isso, fazem constar que os ocupantes do RCM não passavam de “um bando de colonos reaccionários com medo da perda de privilégios”.
Estas acusações foram a mecha que incendiou o rastilho para que, militantes e simpatizantes dessas forças políticas, a partir dos bairros da periferia gerassem uma contra-manifestação com tumultos muito graves e um número incalculável de vítimas com incidência na população branca. Sofrendo as consequências cidadãos que não estavam directa nem indirectamente envolvidos.
A chacina durou até 10 de Setembro, dia em que os ocupantes após negociações com os militares portugueses entregaram a emissão de rádio a elementos da Frelimo ligados ao grupo “Galo”.
A Operação Galo
Foi nessa terça-feira, 10Set74, quatro dias depois do início dos tumultos, e após a senha “Galo, Galo amanheceu” ser repetida algumas vezes na rádio, que os tumultos abrandaram. A partir daqui o país ficou a saber que tinha sido preparada, no bairro da Mafalala, pelas elites africanas da Frelimo ligados a um grupo denominado Galo, uma operação que tinha como missão “prevenir tensões raciais e manter a segurança”.
Pese embora tudo que tenho lido e ouvido sobre esta operação, e reconhecendo o papel preponderante que teve na contenção dos tumultos dos contra-manifestantes, todos que “in loco” vivemos a situação, recordamo-nos que durante os acontecimentos houve centenas de pessoas que para se salvarem dos confrontos pediram protecção às forças de segurança e elas não apareceram!
Porque não tive interferência directa no protesto e não sou político, estou autorizado a dizer disparates desde que para mim façam sentido. Por isso ainda hoje me interrogo!!
Como a função do grupo Galo era manter a segurança e evitar tensões raciais, porque é que só entrou verdadeiramente em acção ao quarto dia, e não foi suficientemente eficaz de modo a conter logo no início a violência dos contra-manifestantes? – Se o país estava sob administração portuguesa, e a PIDE já estava extinta, porque é que esta operação não foi preparada e programada em conjunto com os militares portugueses envolvendo assim mais efectivos e com maior probabilidade de êxito logo no início?
Reconhecimento aos líderes do grupo “Galo”
Seria injusto se não referisse algumas elites moçambicanas, em especial o Aurélio Le Bon, Amaral Matos, Nuno e Teresa Caliano, assim como aos outros do líderes do grupo Galo, pelo papel preponderante que desempenharam, impedindo os contra-manifestantes de invadir a cidade cimento. E também, porque: – “A liderança do Galo vislumbrava um Moçambique independente no qual africanos e europeus haviam de juntar forças na construção de um país novo. E essa independência não significava um corte radical com Portugal, mas a reconfiguração das relações entre o novo país e o antigo poder colonial.”
Benedito Machava, O 7 de Setembro e o verso da descolonização de Moçambique | 61
Embora não professando de todo a ideologia da Frelimo, era também neste Moçambique não colonial, multi-racial e multi-cultural que todos nós antes do 25Abril74, em reuniões, encontros particulares e de estudantes nos revíamos.
“… o que mais aterrorizava a maioria dos colonos, em particular os conservadores, era a ideia de um “preto” vir a governar Moçambique”.
Benedito Machava, O 7 de Setembro e o verso da descolonização de Moçambique | 62
Isto tão-pouco nos importava ou “aterrorizava” porque, sem diferenças da cor da pele todos tínhamos sido colegas de escola, carteira e desporto!
E depois de 10 de Setembro de 1974?
Com a chegada, vindos da Tanzânia, dos “quadros guerrilheiros da Frelimo”, e depois de os ouvirmos em comícios, sessões de esclarecimento e actos públicos esse “nosso Moçambique” foi rapidamente posto de parte!. Algumas elites urbanas que “pensavam diferente” foram passadas para um plano secundário e sem poder decisório. Tendo muitas abandonado o país, porque: – “Por terem actuado sempre na “zona do inimigo” (o espaço urbano), as elites africanas que militaram na clandestinidade foram vistas pela FRELIMO com desconfiança. A sua integração nas fileiras do partido de vanguarda só seria permissível depois de uma triagem (corajosos vs. Vacilantes, heróis vs. Traidores, militantes vs. Comprometidos)…..” Benedito Machava, O 7 de Setembro e o verso da descolonização de Moçambique | 80
“Durante uns últimos meses de 1974, chegavam os vapores das colónias. Uns traziam soldados, outros repatriados, refugiados ou retornados que abandonavam definitivamente África. Com eles, ou em cargueiros, vinham caixotes e contentores. Muitos dos que regressavam não eram retornados, isto é, não tinham nascido em Portugal. Eram moçambicanos e angolanos. Não foi assim que os quiseram cá, queriam-nos retornados. Não era assim que os queriam lá, eram colonos. Parece que ninguém os queria….”
António Barreto – Diário de Notícias 22/5/2016
Brancos, negros, mestiços e outros “… Parece que ninguém os queria…”. Éramos os Retornados!
Termino como comecei:
“ Dizem que o tempo apaga tudo…”
Tudo, não apaga! Vai possivelmente apagar, para as gerações vindouras, as memórias do colonialismo. Mas o país que este lhes deixou, esse, nunca mais o apaga!
“… O tempo não apaga, apenas adormece”!
Para adormecer e poder sonhar com o meu tempo, “nunca mais voltei a África 3”
Moçambique – Está Longe, Senhora4
- Data da implantação da democracia em Portugal
- Acordo para a independência de Moçambique entre o estado Português e a Frelimo.
- Karen Blixen em “África Minha”.
- Música e voz de Carlos Paião. Composição fotográfica feita pela Belita
Por: João Santos Costa – Setembro de 2016
35 Comentários
Dina Gaspar
Muito obrigada. Fico feliz por poder prestar essa homenagem ao Nelson Santos, e enriquecer o meu livro.
Continuem a fazer o bom trabalho que fazem neste bloque, e que muito aprecio.
Cordialmente,
Um abraço.
Dina Gaspar
Bom dia. Isto não é um comentário. É uma comunicação dirigida ao João que não conheço. Sou moçambicana, de nacionalidade portuguesa, macua, de Nampula, a viver em Portugal. Estou a escrever um livro sobre memórias, e ao encontrar este blogue, fiquei curiosa e tenho acompanhado. Mas o meu objetivo, é pedir “autorização” para utilizar neste meu livro as palavras do Nelson Santos Silva, no chat, que sei já ter falecido. Contactei-o pelo FB e descobri a filha a quem enviei mensagem mas não obtive resposta. Apesar de ser público, não queria utilizar este comentário sem uma comunicação prévia convosco. Aguardo resposta. Dina Gaspar.
Samuel Carvalho
Olá Dina Gaspar,
Cresci com o Nelson Santos Silva em Lourenço Marques, pois as nossas casas ficavam relativamente perto uma da outra. Embora ele já não esteja connosco, tenho o prazer de lhe conceder, enquanto administrador do BigSlam, permissão para incluir a frase mencionada no seu livro. Será uma forma especial de prestar homenagem ao Nelson.
Sinta-se sempre bem-vinda para nos visitar e partilhar o nosso “Ponto de Encontro” – http://www.bigslam.pt.
Um abraço caloroso e sempre ao seu dispor.
César Mendes
Sem duvida amigo, Moçambique seria hoje um país mais desenvolvido em todas as áreas económicas, o poder de compra dos Moçambicanos seria invejável!
Assim vai a vida, eu não sofri na pele, porque o meu pai era muito sábio e dizia que a guerra em África aí correr muito mal, emigramos para a África do Sul, a minha nasceu lá e eu em Moçambique, o mal começou durante o tempo de Salazar nunca ter havido sido implementado uma federação económica e talvez um período de transição de 10 anos, a FRELIMO ainda não era Marxista em meados da década de 60, podiam ter governado a mesma mas com período de transição prolongado e numa democracia multi-partidaria.
Marília Lomba Viana
O tiroteio na baixa foi principalmente ( eu vi ) porque passou em frente ao Continental , uma carrinha de caixa aberta com individuos asegurarem bem alto a bandeira de Moçambique e a bandeira de Portugal a arrastar pela rua . Estavam na esplanada comandos e eu no meu carro resolvi fugir (prevendo barulho) e virei na rua que dava para o Notícias e a meio uma rajada de metralhadora atravessou o meu carro através do pára brisas e vidro de trás. Atirei-me para o chão do carro tremendo de medo e ali estive até não ouvir mais tiros. Fui até ao sinal do Djambo , virei à direita subi o passeio e comecei a gritar — tirem-me daqui … etc. etc.etc. e aqui estou . Nasci em Lço Marques em 8 de Outubro de 1942 e o meu pai nasceu em Lço Marques em 27 de Agosto de 1912. Viemos mas nunca fomos retornados .
João Costa
Mais um relato, que só vem enriquecer este artigo, vivido por alguém que sofreu com este drama.
Muito obrigado, Marília.
Raul Almeida
Ainda me lembro bem da manifestação e dos very-lights que mandaram depois.
Um abraço
Victor Barbosa
Também estive lá com o meu irmão Tone. Mas tenho uma história para vos contar. Viemos em Maio de 1975 para a então Metrópole e o que mais me marcou foi quando estávamos no aeroporto ( eu mais um irmão, duas irmãs e os meus pais) três soldados da Frelimo obrigaram o meu falecido Pai a entregar 3 moedas de 10 ou 20 escudos, que na tinha no bolso. Já perceberam para quem ficou as moedas. Abraço para todos vós e fiquei sempre com esta memória.
Alfredo da Silva Correia
Recordações sobre tudo o que sentimos e vivemos que não posso deixar de agradecer.
Passaram muitos anos e no meu caso testemunho que, depois de deixar Moçambique no dia 13 se Setembro de 1974, voltei lá pela 1ª vez em 1996, com o objectivo de mostrar aos meus filhos a terra onde tinham nascido. Eramos 6 pessoas e ficámos então hospedados no Hotel Cardoso. Acabei por alugar um jipe com um motorista e tive oportunidade de percorrer o sul de Moçambique, matando muitas saudades e sendo sempre muito bem recebido quando me apresentava, para ver o património que eu e a minha diversa família lá tínhamos. No 1º dia depois de visitar toda a cidade e de compreender porque tinha deixado de ser Lourenço Marques perguntei ao Dinis, o motorista do jipe, se o restaurante da Costa do Sol ainda existia. Ao obter a resposta positiva foi lá que fomos almoçar. Quando chegámos um empregado de 69 anos vestido de branco da varanda observava-nos insistentemente e quando nos aproximamos perguntou à minha mulher: Senhora há quantos anos não nos vemos, ao que a minha mulher respondeu à 22 anos Chico. Aquela pessoa não sabia o que nos havia de fazer, oferecendo-me piripiri bem sacana, como dizia. Depois de muita conversa levou-me a prometer que teria de voltar o que aconteceu no ano seguinte, para uma viagem também inesquecível.
Recordações, mas durante as viagens que tenho feito a Moçambique não pude deixar de concluir que quem ficou perdeu muito mais do que quem se veio embora, como não tenho dúvidas em concluir que se a descolonização tivesse sido bem feita, ou seja sem por em causa a capacidade produtiva que Moçambique tinha em 1974, hoje era um país rico e com uma boa sustentabilidade económica.
João Costa
Pois é amigo Alfredo! O nosso problema num Moçambique independente não era esse povo anónimo! Eram os “oligarcas” que a seguir apareceram, em tudo era/é deles.
Rogério Machado
Poderia… deveria, ter sido diferente! Afinal, nos amávamos aquela terra… e vamos morrer, amando! Fomos diferentes! Fomos melhores, embora nos rotulem de colonialista e até de retornados…
O certo, é que demos a volta por cima, todos, pois não sei de nenhum de nós tão mal assim…
Já o mesmo de Moçambique, não o posso dizer…
Acho até, que Lourenço Marques, por exemplo, morreu connosco, pois a porcaria que lá existe hoje, eu pessoalmente não gosto e nem choro…
Joao Milhazes
Eram comandos paras fuzileiros e tropa normal nao eram arruaceiros como sra escreveu e quando a 6ª de comandos sobrevoou o R.C.M quem falou o com o cmt BELCHIOR fui eu e os elis foram para o aeroporto A companhia vinha para prender o pessoal que estava no RCM e não para atacar as pessoas que estavam á volta FUI COMANDO com muito orgulho
João Costa
Obrigado por este comentário com uma “achega, João!
Carla Fernandes
Eram homens de H grande que deram o corpo por nós
Fortunato Sousa
Parabéns Joáo. Bonita crónica!
Os acontecimentos do 7 de Setembro de 1974 e nos dias que se seguiram, ficáram marcados para sempre na memória daqueles que na altura viviam na capital.
Mais tiroteio viria a repetir’se no da 21 de Outubro.
É triste recordar mas indubitávelmente, faz parta da história.
Maria de Lourdes Costa
Prof. João li o seu artigo, muito genuíno e verdadeiro, tb eu e a minha família passamos um mau bocado, penso que o acordo foi mal feito, se tivesse sido doutra maneira talvez ainda lá estávamos e com a ajuda de todos Moçambique neste momento podia ser um bom pais, assim com muita pena minha é o país mais pobre do mundo, foi onde nasci e do qual tenho muitas saudades. Moçambique é lindo.
João Costa
Olá Lurdes. Muito obrigado pelo teu comentário. Os bocados porque passaste sei quais foram, porque os acompanhei de perto. Quanto ao acordo de Lusaka! Foi feito só para beneficiar uma das partes. A Frelimo. Um Bjinho.
Maria de Lourdes Costa
João quando vi o blog, vi que tinhas organizado um almoço para o João Sousa e o irmão, que estavam de férias, eu conheço os dois e tb a mãe, éramos miúdos morávamos na mesma rua a Rua de Aveiro, eu os meus irmãos e ele e os irmãos dele, gostava de os ter visto, fizemos grandes brincadeiras e vivemos belos momentos.
maria manuela paulo
Que bons comentários e informações estão aqui postos a nu e cru. A minha terra está um farrapo e cheia de gente que não faz ideia de como ela foi . Fui lá há três anos e foi um momento muito triste ao ver aquele lixo todo, casas transformadas em ruinas, etc. numa cidade que um dia foi chamada de PEROLA DO INDICO.
João Costa
Maria Manuela, também sei que Maputo, embora com um grande incremento de construção, não prima pelo asseio. É verdade a nossa LMarques já foi conhecida pela Pérola do Índico. Mas que saudades! Obrigado pelo comentário.
Jasmim Alberto
Mais existem fotos que provam que os elementos da frelimo trazidos pelos navios de Guerra portugueses, não passavam de soldados Tanzanianos com a sua farda e que falavam Swaili. Foram estes os militares da frelimo que vieram de Dr-est.-alam
João Costa
Jasmim, essa estória dos soldados tanzanianos foi na altura muito falada em LMarques. Até constava que nos postos de controle na estrada, só o chefe é que falava português. Os outros falavam swaili. Obrigado pela informação.
Jasmim Alberto
Angelina Neves, conte a verdade não a sua parte e de seu marido. Existem ainda gravações sobre a tomada da rádio, que não incitava à violência mas sim ao reconhecimento da Democracia que ainda não chegou.Explique quem estava à frente do galo, que forneceu armas ao pessoal dos subúrbios, Explique aquela casa dos 100 estudantes universitários comunistas que fugiram para os suburbios e comandaram a chacina. Maioritariamente brancos com caras pintadas de negro, mas vermelhos como os comunista do MFA que lhes forneceu as armas. Porque mataram brancos que estavam nos suburbios e que nem estiveram na manifestação? Não esqueça que existiam negros também na manifestação contra a ditadura. Sejamos sérios, isto começou com o Jeep com a bandeira portuguesa de rastos e a da Frelimo esvoaçando e que foi parar ao jornal a Tribuna que de imediato os manifestantes destruíram, ocupando em seguida a emissora. Foi uma provocação e um golpe baixo por parte de todos os comunistas portugueses do exército português e dos frelimistas da Universidade, que maioritariamente fugiram para Portugal e dos Democratas de Moçambique.A situação dos comandos foi a 21 de Outubro, não confunda. pois a memória ainda existe. Isso foi outra História. E a luta pela Democracia continua desde esse dia até hoje. Mas a Democracia virá nem que sejam precisos mais 10 anos.A História será escrita como foi. Não deite areia para os olhos.
João Costa
Caro Jasmim, Obrigado pelo comentário. Tal como o do Alfredo Magalhães são a melhor resposta que a Angelina pode receber.
Jorge Felicio
Grandes verdades…estava lá…!
João Costa
Obrigado pelo comentário, Jorge. Fomos milhares que os lá estivemos!
Anamaria Rebelo
Subscrevo na íntegra o seu comentário …
João Costa
Anamaria, Obrigado. Mas aqui só para nós creio que o meu artigo ainda “não está completo”. Faltam-me umas respostas que pode ser que alguém envolvido no “7set/operação galo” as dê. Depois digo quais são as respostas que me faltam!
Bernardino Gomes de Oliveira
Pergunte João, penso que saberei responder!
João Costa
Não Bernardino, as respostas que preciso para acabar com a especulação, que a seguir ao 7set74 se levantou, só me podem ser dadas que alguém que tenha estado mesmo por dentro da operação Galo.
Bernardino Gomes de Oliveira
Eis alguém que fala verdade!
Alfredo Magalhães Júnior
“Vi os comandos a dispararem para os “pretos”… ” Essa é forte D. Angelina Neves; mas garanto-lhe que os comandos não são racistas! São isso sim…COMPLETOS! Cumprem ordens de seus superiores, e, se quer saber mesmo, enquanto isso eu me encontrava num curso de comandos, quanta honra: a 10ª Companhia de comandos de Moçambique 1974; éramos 300 homens; a maioria dos quais de raça negra, não eram da cor “preta” como frisa e mais…os comandos existem para resolução (pois resolvem mesmo) dos problemas nacionais os bicudos mais difíceis, é por isso que são tão especiais! Chega ou quer saber mais? Estivéramos prontos para embarcar de Montepuez a Lourenço Marques onde arrasaríamos rebentaríamos com a rádio Moçambique. Chega? Ou quer saber mais? Nós 300 homens resolveríamos o problema da guerra, arrasando o inimigo até ao final, chega? Deduzo deve conhecer o resto da história de Moçambique e de Portugal, houve o acordo de Lusaka, a guerra terminou e a terra foi entregue de mão beijada a quem não sabia governar e deu no que deu. Esta é a verdade. Espero tenha aprendido algo.
João Costa
Caro Alfredo, Mas que bela resposta ao comentário da D.ª Angelina. O que refere sobre a companhia de Comandos de Montepuez também nos constou em LMarques. Obrigado por este comentário
Alfredo Magalhães Júnior
Pela resposta ao meu comentário; sou grato caro amigo: João Costa, abraço sentido, sinto muito o que aconteceu a Moçambique e acontece ainda, não só nas ex-colónias, mas, também em Portugal. Minha mãe chorava todas as noites desde eu partira para os comandos, é claro isso também contribuiu para sua partida. Mas está claro foi emocionante quando do Norte regressei…ela chorou foi de alegria. Abraço
Bernardino Gomes de Oliveira
Caro Alfredo concordo com quase tudo que escreveu, mas essa de virem de Montepuez e arrasar e rebentar com o Rádio Moçambique… que eu saiba os Comandos têm respeito e admiração pelos seus camaradas mais velhos e, posso garantir, o que não faltava na Rádio Moçambique a lutar pela Democracia, eram Comandos que já tinham cumprido o seu dever como militares, eu era um deles!