Ecos da verdade
Tentei sarar a minha ferida ardente,
Que há tantos anos me vem atormentando.
O silêncio aumentou a dor persistente
Na alma e lentamente aumentando.
Quando de repente te deixei desamparado,
Pelas circunstâncias que a todos marcou,
Como um tsunami por nós tivesse alcançado
E a vida de todos rapidamente parou.
Com o tempo passando, terra nossa querida,
A verdade vieste depois a compreender.
As nossas vidas ficaram interrompidas,
Difícil foi para nós recomeçar a viver.
Fui combatente nas tuas terras cobiçadas,
Cumpri o meu serviço militar com satisfação.
Os teus filhos, em guerras demonstradas,
Defendiam-te com valentia e presunção.
Fomos todos bruscamente destroçados,
Meio século já passado e tudo em vão.
Depressa os autores foram arremessados
Para a lixeira do tempo e cá já não estão.
Moçambique querido, muitos poemas te dediquei,
Apaixonado por seres minha terra e abençoado.
Minha querida pátria, que sempre te amei,
Por todos os moçambicanos sempre amado.
Que este meu poema, cheio de saudade,
Agora feliz me retratei.
Sei que estes ecos da verdade
Mais feliz me farão quando um dia partirei.
Autor: Orlando Rodrigues Valente
8 Comentários
António Eduardo Veiga Esteves
Moçambique sempre.
Madalena
Poema lindíssimo parabéns . Todos nós vivemos de saudades da nossa terra.
Manuel Martins Terra
Mais um poema sentido, do qual ressalta a saudade que continua enraizada em todos aqueles que amaram aquele paraíso do Índico, e de quem guardam recordações que carinhosamente gostam de evocar. Parabéns, Orlando Valente.
João Marino Gomes
Lindo poema dedicado à terra amada
Passados 50 anos a nossa namorada
Foi sendo sucessivamente abalada e degradada
Sendo hoje Moçambique terra queimada e vergada
Que haja uma alteração em qualquer madrugada
Para rememorar a terra por nós idolatrada
Nitin Parshotam
Excelentemente escrito e comovente…e a ver a nossa terra nao so destrocada, mas em alvo de saque valente pelos novos colonos. Esses novos “colonos” herdaram tudo pelos Portugueses construídos a fim de assegurar raizes para gerações futuras. Mas so que esses novos “colonos” acumulam para si e para o clã dele. E agora um pais saqueado e deixado oco com a pretenda de agora serem independentes e donos do pais. Orlando Valente, venham mais poemas e obrigado.
wandaserra
Mais um poema maravilhoso.
Obgda Orlando Valente
Raul Poitevin
A terra que jamais esquecerei. As minhas raízes, a família, os amigos que estão no meu coração e o cheiro da terra inigualável. Nunca, nunca esquecerei. Um abração sem fim MOÇAMBIQUE.
LUIS BATALAU
UM POEMA ESPETACULAR. NASCIDO LICENCIADO EM MOÇAMBIQUE, SEMPRE ADOREI A MINHA TERRA. ABRAÇO