POEMA A MOCAMBIQUE
Quando penso na terra que me viu nascer
A nostalgia permanente em mim se envolve
Como um pássaro ferido, sofrendo sem querer
A dor constante que jamais se dissolve
Os tenros anos vividos com muita liberdade
Os tempos de criança me vêm ao pensamento
Quando todos brincávamos sem maldade
Entretidos nos esquecíamos, o passar do tempo
Às mamanas tínhamos muito respeito
Chamávamos por avós, sentadas nos passeios
Vendiam-nos os amendoins, com os bebés ao peito
E as castanhas assadas nos braseiros
Por vezes o dinheiro era escasso
Porem, para as vovós, isso era indiferente
Havia sempre e guardados no regaço
Amendoins e castanhas para os mais carentes
E nessa harmonia fomos crescendo
Ficamos adultos, as amizades foram mantidas
As pessoas foram envelhecendo
Mas as lembranças jamais esquecidas
Hoje com os oitenta anos já volvidos
A pagina das lembranças ficará
Pelos tempos tão felizes vividos,
Que nem a morte nos separará.
Autor: Orlando Rodrigues Valente
12 Comentários
Orlando Valente
Meu amigo de sempre ANTONIO UGETHO.
SEI que comungarias comigo sobre este poema que penso ter conseguido demonstrar o amor que todos nos sentimos pela terra onde fomos criados, pelos principios humanos que cresceram em nos e nos orgulhamos de sermos Mocambicanos, muito embora o retrocesso que infelizmente o pais tem levado… mas, todos nos sabemos as razoes… porem, os causadores foram passando e continuam a passar… mas a nossa terra, continuara com a forca da sua beleza, dos seus recursos naturais, das suas riquesas… e estara sepre presente nos nossos coracoes e a levaremos connosco e em espirito,pela mao, para a verdadeira patria que a todos nos espera…
Orlando Rodrigues Valente
Augusto Martins
Parabéns ao autor.
Fico a aguardar mais “RETRATOS” com esta nitidez fotográfica e com a qualidade poética que nos faz voltar a uma época infelizmente irrepetível, quer para os que tiveram a coragem de partir com grande dor, mas especialmente para o autêntico povo que foi iludido pelos dirigentes políticos que perfidamente os enganaram.
Luis Batalau
MOÇAMBIQUE MINHA TERRA AMADA, HOJE PERDIDA NO ÍNDICO COM MUITO TERROR NO NORTE. PODE SER QUE PERCEBAM AGORA O QUE É O TERRORISMO. COM QUASE OITENTA ANOS, TENHO IMENSAS SAUDADES DA MINHA TERRA MARAVILHOSA E SINTO-ME EM PORTUGAL, ONDE TENTARAM IMPLEMENTAR UM SOCIALISMO MISERÁVEL E ABJECTO. SE FOSSE MAIS NOVO JÁ TINHA “FUGIDO”. BELO POEMA.PARABÉNS AO AUTOR.
Nino ughetto
Parabens, Escreves muito bem, é verdade , nos amamos a nossa terra e a boa gente, Moçambicana. Nunca se falou de cores ou de raças eramos uma familia e quantas vezes, estive nas palhotas e nas lagoas… Enfim, tudo passou tudo acabou..mas como tu dizes sào recordaçoes eternas.HOJE com 80 anos ,ainda choro o sonho que tive de ter vivido nessa terra maravilhosa até aos trinta anos…Enfim é a vida… Um abraço
Fernando Nascimento da Costa
Poema, bem bonito.
Traduz com fidelidade as nossas recordações comuns, de uma vida bela e longínqua, que quase parece miragem. Será que alguma vez tudo isso aconteceu?
josé carlos alves da silva
Parabéns pelo poema. Não me lembro deste poeta. Abraços
Jorge Milheiro
Bonito poema. Parabens ao autor. Eu nao vivi em Moçambique, mas estive em Moçambique, desde 1982, varias vezes em trabalho como Consultor especialuzado em Linhas de Engarrafamento de águas, cervejas e refrigerantes. Hoje, como ontem, amo Moçambique.
Maria de Fátima Ruiz
Parabéns, lindo poema e bem verdadeiro.
Maria de Fátima Jonatas Almeida
Lindo poema, bem verdadeiro. Esta terra ficará sempre marcada na memória daqueles que a amaram. A sua luminosidade, o seu cheiro e tantas coisas boas.
Luis 'Manduca' Russell
Parabéns pelo poema e a devida vénia às mamanas, mulheres com M grande, que também foram e continuam a ser vítimas – muitas saudades, muita solidariedade e muito respeito.
Manuel Martins Terra
Mais um rico poema que nos transporta ao passado, mas tão vivo na nossa memória, que nos lembra tempos da nossa adolescência , e que faziam de Moçambique, um paraíso.
Milu Gouveia
Poema muito lindo.