Reflexão
O tempo por mim vai passando,
Os anos jamais para trás voltarão.
As saudades se vão esfumando,
E a alma triste, vencida pela ilusão.
Moçambique, terra minha, hoje moribunda,
Maltratada pelos poderes ambiciosos,
Fazes-me sofrer nesta angústia profunda,
Pelas saudades dos tempos vividos, maravilhosos.
Moçambique, foste sempre respeitado,
Com tuas belezas e um sorriso sem igual.
E por todos nós bem amado,
Eras um filho de Portugal.
Ainda me recordo dos tempos de criança:
Cresci, estudei, namorei e casei.
Dei-te dois filhos, em ti depositei confiança,
Terra amada, que sempre te amei.
Gostaria, terra querida, com amor,
Fazer-te mais versos e poder sonhar,
Estar contigo, beijar-te com fervor,
E com o teu beijo sempre ficar.
Hoje, já idoso, me sinto triste e isolado,
Com o destino ingrato, assim viverei.
Com tua imagem e o céu estrelado,
Levarei comigo quando um dia a terra deixarei.
Autor: Orlando Rodrigues Valente
7 Comentários
Luíz Sousa Pinto.
É também o que sinto quanto àquela terra castanha alaranjada, quente e cheirosa e sem dúvida amada.
Obrigado Orlando pelo seu lindo e profundo poema sobre a nossa terra, mesmo que alguns não queiram que o seja!…
Manuel Martins Terra
Mais um poema sentido, que brota do coração de quem o escreveu, e que é também o nosso poema, que nos recorda a forma enfatizada como aprendemos a amar aquela terra, onde crescemos e nos fizemos homens ,e que um dia por maldade dos homens tivemos que a deixar, voltando-lhe as costas de forma amargurada e escondendo lágrimas de revolta. Obrigado, Orlando por mais esta reflexão poética.
wandaserra
Maravilhosa reflexão ……
Concordo em pleno João
Maria José Vilhena
Obrigada Orlando Valente pelo lindo poema.
Moçambique e seu povo merecem,
merecemos todos, os que nasceram, os que viveram e saímos. Com o sentimento de um dia voltar.
Esse dia chegará para alguém.
Para outros não.
Aí vamos sentir uma grande saudade, que dói muito.
Venham mais poemas.
Orlando Valente, Parabéns ❤️
Joca Calheiros
E assim que me sinto,muitos parabens
António José Correia de Almeida
L I N D O
Ricardo Quintino@netcabo.pt
Assino por baixo esta reflexão do Orlando Valente