A noite da Consoada
De noite, o vento e a neve espalhavam,
Tudo cobria com a sua brancura.
O lobo solitário pela noite uivava,
E a lua, do alto, brilhava com ternura.
No humilde casebre, ambos ali moravam,
Maria e o seu filhinho, juntos permaneciam.
Viúva muito jovem, a fé que a abalava,
As bênçãos recebidas assim floriam.
Na noite de Consoada,
Ambos à mesa ali estavam.
Longe de tudo e com a vida isolada,
De mãos unidas, assim rezavam.
As sopas nos pratos fumegavam.
Saudades pelo marido faziam-na chorar.
O filhinho, pela mãe, em silêncio aguardava,
Para ambos iniciarem o jantar.
De repente, alguém à porta bateu.
Assustada, o coração veloz bateu.
A mãe foi abri-la e se comoveu,
Um pobre esfarrapado assim apareceu.
Com fome, o pobrezinho à mesa se sentou.
A mulher, com pena e chorosa, permaneceu.
A sopa no tacho nada sobrou,
O pobrezinho, sem comer, ficou.
Maria, do seu prato, a sopa dividiu.
O mendigo, com fome, rapidamente comeu.
A mulher feliz ficou quando o viu,
Com um sorriso nos lábios, agradeceu.
Mas aquele mendigo, na verdade,
Era JESUS, que na noite da Consoada,
Aquelas duas criaturas, sem maldade,
Sua presença era BEM ABENÇOADA.
As duas criaturas, que de amor careciam,
O SENHOR, na Consoada, as visitou e as levou.
Seguiram o destino que mereciam.
O REINO DA GLÓRIA AS SALVOU.
Autor: Orlando Rodrigues Valente
5 Comentários
José Augusto Salta Moreira
Obrigado pelo seu poema. Votos de boas festas para si e para todos que o lerem.
Manuel Martins Terra
Para esta quadra natalícia, nada melhor de um sentido poema que nos lembra consoadas passadas,e que expressa todo o espírito de Natal , mais humano,fraterno.e longe do consumismo dos novos tempos. Para si, Orlando Valente, um Bom Natal.
Maria João Necho Aguiar
Parabens pela sua poesia .Boas festas
Eduardo Castro
Muito sentido!!!
Nino ughetto
Como sempre ..bravo muito bem. Au menos ha alguém que ainda fala de salvaçào e de Nosso Senhor Jesus .Deus te abençoe..