29 Comentários

  1. 21

    ccarmoazevedo@yahoo.com

    Só um principiante e ignorante do jornalismo sério escreve assim. Só um ambicioso director querendo marcar pontos para agradar ao “boss” permite a publicação do artigo. Este se quiser referir-se a alguns ricos que o faça, mas não pode tomar uma pequena parte pelo todo. No meu caso em 1958 os 6 filhos vivíamos numa casa velha de telhado de zinco. Aos 17 trabalhei alguns meses como paquete no Hospital Miguel Bombarda e aos 18 fui para funcionário da Direcção de Fazenda. Isto para dizer que em casa de 6 filhos quem chegava aos 17 precisava de ajudar a família a sustentar-se. E eram muitas e muitas as famílias assim. Tínhamos praia? Claro que sim pois era à porta de casa e o clima a isso convidava. Comíamos camarão? certamente que sim pois era barato e em quantidade e hoje do muito que se come em Portugal vem de lá. Íamos muito ao cinema?, claro pois lá havia uma coisa que infelizmente não há cá: era o cartão para estudantes com grande desconto, etc. Íamos às festas e discotecas, não só por causa do clima, mas porque não havia as desordens e pancadaria que hoje há por cá e por último todos nós sabíamos que para os moçambicanos não era fácil escapar à tropa e todos tínhamos consciência que aos 20, 21 anos acabado o liceu, a próxima paragem era a guerra no Norte. Recomendo a este jornalixo que antes de escrever faça a heurística do que vai escrever. Não sabe o que é pois não? Vê-se que estudou por cá, com apoio de psicólogos, pedagogos, etc e foi passando, passando. … Há Dr. Frescata fazes tanta falta nos dias de hoje…..

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    1. 21.1

      BigSlam

      Parabéns Cândido Azevedo, por este teu comentário, pois reflete na íntegra a vivencia da malta em Moçambique. Kanimambo!

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  2. 20

    Sergio guerra

    O destino da revista no lixo…uma reportagem estupida de creaturas ignorantes que escolheram para relatar e distorçar o que foi o viver no paraiso que era Moçambique Sergio Guerra

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  3. 19

    Sérgio Duarte Silva

    Se o “artista” que escreveu o artigo na revista ler os nosso comentários, acho que mete a viola no saco e pensa muito bem antes de voltar meter-se com “retornados”.
    Estava para o mandar lamber sabão, mas como é ser malcriado, mando-o dar banho ao cão.

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  4. 18

    Sérgio Macua

    A dor de chifre é a pior que existe, segundo dizem.
    Nós tínhamos talvez uma vida mais desafogada, mas trabalhávamos para nos sustentar e ainda matar a fome à metrópole.
    Leiam os livros com que nós “retornados” contamos a verdade sobre as nossas vidas e deixem-se de invejas.
    Sempre gostava de saber onde estava o meu cinema de bairro, as festas e as lojas de moda, quando vivia em Iapala no meio do mato.
    Ficou-me uma pergunta:
    Quem são os “artistas” que se escondem à frente da Sábado no conselho directivo e na redacção?
    Duma coisa tenho a certeza, não aprenderam nada nestes 47 anos de convívio com as gentes ultramarinas. Continuam tacanhos e empedernidos.
    Acho que vou dar um curso pela internet em como sair das berças e entrar no mundo civilizado e actual.
    Ah! Não sou retornado, mas desterrado, refugiado e espoliado de Moçambique.

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  5. 17

    Marisa Guita

    Eu nasci lá, os meus pais e avós também! Faço das palavras do Fankiko Pereira as minhas palavras. Embora eu não sentisse na pele, havia uma desigualdade sem limite!
    Sobre o artigo… no coments! É preciso vender papel . Há bons e maus jornalistas como há bons e maus funcionários. Mas quem escreveu não tem a mínima noção!

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  6. 16

    José Carlos Moreira da Silva

    O jornalista da revista “Sábado” revelou total desconhecimento e um grande preconceito sobre o que era vida nos antigos territórios portugueses de África.
    Chegará o dia (talvez daqui a 50 anos…) onde, com distanciamento, isenção e rigor, poder-se-á falar sobre os últimos anos da presença portuguesa em África.
    A amargura, a dor e o ressentimento que podemos encontrar na generalidade dos comentários que tive oportunidade de ler são absolutamente compreensíveis pois o artigo da revista “Sábado” dá uma visão muita injusta dos chamados “retornados”

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    1. 16.1

      Sérgio Macua

      Um colega meu do liceu em Nampula, mais preto que o carvão, confessou-me um dia em Lisboa que se sentia chocado com o racismo em Portugal. Que nunca em África tinhos sido discriminado pela cor de pele e em Lisboa faziam gala nisso. Respondi-lhe para aguentar, que branco sou e sentia a xenofobia.

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  7. 15

    José Manuel Crespo de Carvalho

    Desabafo de um Moçambicano ofendido pelo artigo “A vida maravilhosa nas Colónias escrita por Marco Alves e publicado na revista Sábado de 20/5. (1ª parte)
    Espero que leiam e meditem.

    A ignorância é muito atrevida e a mentira tem perna curta e é por vezes criminosa.

    Acabei neste momento de ler com muito esforço o seu artigo “A Vida maravilhosa nas Colónias ”nas décadas de 40 a 70 que fede a ignorância total ou pior ainda, à tradução de um ódio primário em relação a uns largos milhares de Portugueses que se viram obrigados a abandonar a Sua Terra de nascimento ou adotada de Alma e coração. A grande maioria desses Portugueses, brancos, Indianos, Chineses, Negros e Mistos, nunca tinham pisado o Portugal Metropolitano (nome porque era conhecido, o Portugal na Europa). Muitos dos Portugueses brancos, para já não falar das outras tonalidades de pele, eram já segunda e terceira geração a viver e a amar essas Terras de Além Mar, maravilhosas de calor e chuva , de luz intensa de dia, de escuro de breu na noite, onde a sã convivência inter-rácica era cada vez mais efetiva, onde a amizade se cultivava desde cedo com o pé sujo no matope dos mangais, nas jogatanas de berlinde das três covinhas, nas estradas desenhadas na areia para as corridas dos carrinhos, onde os joelhos se arrastavam na terra para dar impulso aos motores inexistentes e nas brincadeiras em que o espaço não era problema nem impedimento das mesmas, mesmo invadindo as ruas dos carros, em corridas com os aros das bicicletas já há muito desfeitas . As árvores de fruto, a cana-de-açúcar, os ananases e abacaxis, as mangueiras, os cajueiros, as bananeiras, as laranjeiras, as tangerineiras e dezenas de outras deliciosas e belas árvores que não só estavam a enfeitar os quintais das casas, como terrenos de cultivo a perder de vista, onde se brincava mais a vontade e com maior segurança, como serviam para saciar a fome mas especialmente a sede. depois de tanta correria de baixo de sol abrasador a 40 e tal graus. Isto sim é que era viver em grande e com luxo. A maioria desses meninos nunca tinham posto sequer os pés em Portugal Europeu nem disso teriam intensão, nem necessidade, pois viviam felizes e luxuosamente vestidos de calções e camisas por fora das calças ou calções nessa terra de magia e de luxo, sem qualquer dispêndio de dinheiro, pelo que não podem ser designados por “retornados” quando muito refugiados políticos. Nos finais dos Anos 40 e com o fim da segunda Grande Guerra surge a cobiça criminosa das enormes riquezas pouco ou nada exploradas destas Terras. por parte das duas ou três maiores potências Mundiais, bem como o controle geoestratégico das rotas marítimas do Indico e Atlântico, que lhes iria permitir dominar o Mundo. Mas voltemos às mentiras que dolosamente teve intensão ao colocar no seu medíocre escrito. Sem sair ainda da capa da revista Sábado temos a referir mais mentiras como o haver um cinema em cada bairro, por acaso contou-os? Nas maiores cidades haveria no máximo 3 a 5 cinemas, nas pequenas cidades ou vilas do interior poderia haver uma sala de cinema, mas na maioria das vezes só existia uma sala multifunções onde se projetavam alguns filmes. Nessas salas tinham lugar as tardes dançantes ou os bailes de fim de semana, como o do fim do Ano. Se fala das festas e lojas de moda nas grandes cidades de Moçambique e Angola claro que as havia e boas, como em qualquer grande cidade do mundo, mas não no chamado interior desses imensos territórios, por nós designados por “mato”. Depois vem novamente com mesquinha observação, de dias de descanso na praia. Se não sabe devia ter-se informado ou melhor ainda estudado e entendido, o que para si suponho que teria sido difícil, senão impossível, que tanto Angola como Moçambique tinham um território de tal maneira extenso, tanto em comprimento como em largura e que o “interior” desses territórios, distariam do litoral que o mesmo é dizer das praias, largas centenas de Km. Na altura em que delas fala, Anos 40 a 70, essas férias de Praia, para as populações que viviam no interior era sempre uma aventura das grandes. Com as estradas mesmo em condições razoáveis, o que na maioria das vezes não passariam de trilhos lamacentos, teriam que palmilhar largas centenas de KM, que teriam que ser feitos em dezenas de horas. Mesmo que houvesse autoestradas, como as que conhecemos agora, era na mesmo necessário gastar em alguns casos várias dezenas de horas. Para melhor entender o “crime” que cometeu ao escrevinhar tanto disparate, passo sumariamente a contar a vida dos meus Pais e por arrasto a minha. A minha Mãe nascida em Vila Nova de Famalicão e criada no Porto, acaba a sua Licenciatura em Farmácia nessa cidade, com elevada classificação e pelos livros que devorava, em que alguns falavam nas ações missionárias resolve acrescentar ao seu curso um de saúde de doenças tropicais, bem como um estágio de pequena cirurgia, análises clinicas etc. Pensando romanticamente ir prestar serviços em África nas Missões. Para além de ter arranjado com facilidade um lugar de Farmacêutica responsável em uma Farmácia, prestava assistência a um laboratório de análises clinicas no Porto, e lá se ia governado razoavelmente bem. O meu Pai tirou a licenciatura em Engenharia Agronómica e Silvicultura e por ter tido sempre boas notas no fim do curso, já trabalhava como assistente na Faculdade. Um belo dia leem num jornal diário que estava aberto um concurso para licenciados de quase todos os ramos para as colónias. Ambos sem terem conhecimento do que os podia esperar nessas longínquas paragens, concorreram e depois de muitas peripécias, algumas delas relacionadas com o estarem no meio da 2ª grande Guerra lá foram parar a Malange –Angola em 1943 um com 25 e o outro com 26 anos. A minha Mãe foi abrir a 1ª farmácia do Hospital de Malange, que nessa altura era todo em madeira e zinco e a “farmácia” da minha Mãe foi construída dias depois da sua chegada, no jardim central do mesmo hospital, em “palhota” de bambu e colmo. A secretária, a cadeira e demais estantes onde colocavam os remédios, eram todos feitos em madeira de caixotes. O meu Pai foi colocado como engenheiro “director”, numa Fazenda de dezenas de hectares a uns trinta Km da “cidade”, onde já estavam dois regentes Agrícolas e um guarda-florestal, todos solteiros menos o guarda-florestal, cuja esposa lhes servia de cozinheira. Todos a viver em tradicionais palhotas da região. Só passados dois anos foram aos poucos instalando-se em casas de madeira e zinco. Os meus Pais por lá se encontraram, começaram a namorar e na visita a Angola do Senhor Ministro das Colónias Professor Doutor Marcelo Caetano resolveram casar. Anos mais tarde, depois das 1ªs férias graciosas foram colocados em Moçambique.

    Responder
    1. 15.1

      Marília Manuela Ventura Nunes Marques

      Muito realista este comentário! Foi e era mesmo assim!

      Responder
  8. 14

    José Manuel Crespo de Carvalho

    Continuação… (2ª parte)

    A vida destes jovens, continuava a ser dura ,apesar do seu estatuto de licenciados na Função pública, foram viver já com dois Filhos para dois quartos do Hospital de Nampula, mais tarde para uma “casa” reconstruída de um armazém sem grandes condições, depois foram colocados em Quelimane (após terem subido novamente na classificação da função publica) e foram viver para uma “casa” feita em um armazém, enquanto acabavam a casa que caberia aos meus Pais ocupar. Pode-se dizer que só a partir dos 35, 40 anos começaram a ter “casas do Estado” dignas para os cargos que ocupavam. Apesar dessas poucas comodidades nunca se queixaram e viviam felizes. A infelicidade bateu-lhes à porta anos mais tarde, com a morte por insolação da Filha mais velha aos cinco anos ( hoje já será muito raro morrer por insolação), anos mais tarde outra desgraça surgiu na vida dos Meus Pais, a morte de outro meu Irmão aos 11 anos por atropelamento (nessa altura não haveria meios para o operar com sucesso). Esta era a vida de fausto e grandeza com os cuidados de saúde de “grande nível” que os meus Pais tiveram que passar, mesmo pertencendo à classe alta do funcionalismo público. Daqui se pode inferir da vida de sacrifícios de muitos milhares de Portugueses, que não pertencendo a esta classe “média Alta”, tiveram que enfrentar. Muitos desses milhares de Portugueses viviam e viveram, durante muitos anos em tempo de Paz e depois até em tempo de Guerra, em casas por eles construídas, nas suas “fazendas” isolados, sem luz elétrica, nem água corrente, nem saneamento básico (tudo isto na altura tidas como luxos impensáveis de alcançar). Mas viviam felizes, e demonstravam-no quando recebiam em sua casa os passantes, que não só tinham cama e mesa farta, como eram “obrigados” a pernoitar num quarto zelosamente preparado para as “visitas”, muitas vezes totalmente desconhecidos dos donos da casa, mas que eram imediatamente tratados como Família. Estas ilustres visitas, na maioria das vezes eram fruto de um motor avariado, de um ou dois pneus furados, de uma bateria seca, de um radiador roto ou de outro percalço qualquer, fruto destas estradas de “luxo” percorridas e partilhadas por homens e animais. Estes carros que percorriam estas autoestradas eram quase sempre de luxo e vindos do stand há uns largos anos , e em pouco tempo engolidos por largos milhares de KMs percorridos, com um ar condicionado de última geração e topo de gama, preparados para os dias quentes e frios (para fazer face aos primeiros abriam-se as janelas todas, para os segundos serviam as mantas e cobertores trazidos de casa) tudo isto era luxo, tudo isto era bem-estar e melhor viver. E ninguém se queixava, nem se faziam greves, a vida continuava sempre alegre e feliz. O que era necessário era haver saúde Paz e Amor. O clima e a beleza da natureza ajudava. Para ir passar um fim-de-semana à praia a 700 Km, segundo a borrada escrita do articulista, bastava mandar vir um helicóptero ou um Falcon, depois de se marcar quarto ou suite de luxo, num qualquer resort de nível superior. A ignorância e a maldade que transparece nas linhas que escreve, ultrapassa em largo, tudo quanto é deontologicamente aceitável, para um jornalista de vão de escada, quanto mais para alguém que escreve numa revista tida como de referência. A mentira tem perna curta, mas a mentira com dolo pode ser tida como crime. Não pretendo voltar a escrever-lhe sobre este assunto, pois não gosto de perder tempo, por ser bem escaço e que rapidamente desaparece. Mas perder tempo com quem quer escrever sobre o que não conhece e não se esforça por aprender seria no mínimo tontaria.
    Sou um Moçambicano de nascimento, dos idos anos 51, de alma e coração amante das densas florestas virgens, dos enormes rios que percorrendo Kms se dão ainda ao luxo permitirem ser surfados, de Lagos que parecem Mares onde em dias de mau tempo, se pode com facilidade enjoar, grande amante da flora e da fauna que adornam esta Terra que Amo e da qual fui afastado por culpa dos homens que dela fizeram joguete, para saciar os seus maus instintos, a sua ganância e ambição desmedida. Por fim e não para o fim, pois deles sempre me lembro desses Irmãos Moçambicanos de todas as regiões, quando a desgraça lhes bate à porta vindo nas tempestades que assolam este País ou pelas mãos de assassinos sem alma, a soldo não se sabe de quem e os vem torturar. Penso e Rezo por eles. Penso e rezo pelos grandes Portuguese que tendo tonalidades de cor de pele diferente do habitual Branco Europeu, mas de alma tanto ou mais Lusa como os demais e que foram abandonados à sua sorte, depois de terem lutado bravamente pela bandeira verde rubra, sabendo quem os abandonou, que seriam as primeiras vítimas das múltiplas ambições dos seus conterrâneos. Sou Igualmente Português orgulhoso da sua História, mesmo quando por vezes não concorde com o rumo que querem que ela tome.

    José Manuel Crespo de Carvalho

    Responder
    1. 14.1

      BigSlam

      Parabéns José Manuel Crespo pela excelência do teu comentário, uma narrativa que relata um conjunto de acontecimentos reais e descritos de uma forma singular… Parabéns!

      Responder
    2. 14.2

      Elisa Oliveira

      Parabéns pela descrição de todo o nosso pensar e o nosso viver. Era mesmo assim…não podia estar mais de acordo. Apenas felicitá-lo e dar o meu apoio. Obrigada. Um abraço “macua”!

      Responder
  9. 13

    Zé Carlos

    Não li o referido artigo, mas pela capa e o que está escrito nos cabeçalhos, fico com a impressão de haver uma certa ignorância dos factos.
    E um dos factos foi o crescimento económico vereficado em Angola e Moçambique entre meados de 50 e o 25 de Abril1974, que foi em média, cerca de 13% anualmente.
    Esse crescimento não foi alcançado à sombra da bananeira.
    Era a manifestação do trabalho e investimento de todos que de uma maneira ou outra contribuiam do topo da engrenagem herárquica, até à base.
    Realmente, como em todas as sociedades existiam ‘patrões e empregados’ e de uma maneira geral, existia um objectivo comum em cada um que se aventurava para as “Áfricas” em querer melhorar a sua situação individual, esforço esse que entre “ricos e pobres” no seu conjunto contribuia para o progresso generalizado da sociedade e economia para nivéis comparávéis com as sociedades mais evoluídas e modernas.
    Esse sucesso de crescimento socioeconómico, era um íman para pessoas de outras nacionalidades e culturas que possuentes de todo o tipo de qualificações, chegavam a Angola e Moçambique, integravam-se e tornaram as cidades de Lço. Marques e Luanda, em grandes centros cosmopolitanos.
    Se esse trabalho e progresso tivesse de ser temperado por momentos de lazer e descanso para recarregar as baterias, tudo normal, os mais afluentes faziam-no de maneira mais opulente e os mais modestos conforme as posses deixavam e até havia quem não descansava o necessário, devido a certas circumstâncias mais complicadas.
    Tentar hoje em dia fazer extrapolações e caracterizações do que era e não era, só quem viveu em pessoa esses tempos, o poderá fazer e mesmo assim, mesmo existindo um fio comum, cada versão será sempre diferente dependendo das experiências individuais de cada um de nós.
    No entanto, falando no meu caso particular, apesar das diferenças sociais e existir sempre alguns invejosos ou tipos com manias, geralmente, plo menos em Lço. Marques e talvez mais que em Luanda devido ao turismo da A. do Sul e Rhodésia mais que o poder de compra, na azáfama da malta e dos diferentes escalões sociais, davamo-nos bem uns com os outros e nesse aspecto, áreas residênciais estavam a ficar cada vez mais integradas resultando num ambiente mais relaxado e aberto a influências diversas.
    Quanto aos “retornados” da descolonização, a grande maioria da malta perdeu tudo ou quase tudo.
    Em outras sociedades em vez de se andar a esconder a verdade, constituiram-se comissões com condições e poderes para exigir alguma compensação material ao nivél individual e reparação da verdade, nem que fosse para os descendentes.
    No caso Português, muitos dos “retornados” apesar do que sofreram, regressaram à “metróple” para reconstruir uma nova vida do zero e em muitos casos, elevar a terriola onde foram parar ou eram originários, mesmo assim, em alguns meios ainda hoje são olhados de lado.

    Responder
    1. 13.1

      BigSlam

      Parabéns Zé Carlos pelo teu abalizado comentário. Aquele abraço.

      Responder
  10. 12

    MARIA MANUELA PAIS DE MATOS

    Perdoai-lhes SENHOR que não sabem o que dizem. Fui para MOÇAMBIQUE com 7 anos com a minha mãe e o meu irmão pois o meu pai já tinha ido primeiro onde conseguiu arranjar trabalho como ALFAIATE que ele já exercia aqui. Foi muito difícil pois foi sózinho e não conhecia ninguém mas quando há vontade tudo se consegue. Começou a trabalhar para outro alfaiate que já lá estava e passado alguns meses já tinha a sua alfaiataria e os seus clientes. Passados alguns meses lá fomos nós os três de barco para LOURENÇO MARQUES e quando lá chegamos foi uma alegria pois as saudades eram muitas e as surpresas eram maiores pois o meu pai já tinha conseguido uma casa para irmos viver os quatro. A minha mãe foi trabalhar com o meu pai e só algum tempo depois conseguiu outro trabalho como datilógrafa pois tinha o 2º ano de escolaridade. Fomos muito felizes em L.M. e tenho muitas saudades pois brincamos muito na rua, lá estudei, namorei, casei e fui mãe. Há pessoas que só gostam de denegrir os outros. INVEJA?.

    Responder
  11. 11

    António Almeida

    Claro que não concordo,eu já tinha comentado com uma pessoa amiga sobre esta reportagem.Só tenho uma coisa para dizer sobre esta reportagem. “DESCULPAI-LHES SR.ELES NÃO SABEM O QUE DIZEM”

    Responder
  12. 10

    Fernando Alves

    Propaganda do governo. Mas agora (um pouco tarde…) o povo já sabe a falta que nós lá fazemos…

    Responder
  13. 9

    josé carlos alves silva

    O nome RETORNADOS também se aplicam aos emigrantes que foram, vão e regressaram da França, Alemanha, Suiça, Luxemburgo, Espanha, Inglaterra, etc…..em 1974 este país estava cheio de comunas-democratas- ladrões-vigaristas,
    saquearam o ouro todo. Os SRS ULTRAMARINOS não convinham ao PS e PCP porque NÓS éramos trabalhadores, avançados na época, quando regressamos, agarramos ao todo tipo de trabalho, este País avançou e muito. Trouxemos muita cultura, gastronomia, empreendorismo, de África, quando a maioria destes portugueses parolos (Ex nem sabiam o que era um frango-churrasco, caril, leite de côco, etc). Fomos NÓS os EMIGRANTES-RETORNADOS das ex-províncias ultramarinas que seguramos e autofinanciamos este Portugal desde 74, porque a maiorias de CÁ, os da METRÓPOLE só sabiam e sabem fazer greves e mais greves. O sábado que se cale, nunca lá estiveram desde 1844 até 1974, falam de quê? Desapareçam comunas, venha o FAMOSO SALAZAR RESSUSCITADO que vocês até nadam à URSS. COMUNAS…….

    Responder
  14. 8

    Cândido Ramiro Filomeno do Carmo Azevedo

    Comentar? É peder tempo. O meu desprezo isso sim, deixo à santa ignorância do autor do texto.

    Responder
  15. 7

    Joao Felizardo

    Acho q em 1976 qdo fui a portugal ver os meus pais “retornados ” de mocambique , portugal sofria de uma grande falta de lideranca ; muita gente minuscula , incongruente e partidaria q pensavam q eram lideres ; na parte do povo em geral achei-os muito pouco abertos e com grandes sentimentos de inferioridade ;ate para tomar um duche diario era motivo de conversa ; enfim de familiares pelo menos 4 eram do pcp ; tive nao um choque mas sim uma sensacao de completa nao pertenca a nada daquilo na altura ; estava completamente fora daquilo de partidos, pseudo lideres e populacao em geral ; fiz as ferias , vi os familiares incluindo os q eram comunas e sai mais depressa q entrei ; nunca mais quiz saber mais nada da situacao socio politica e governamental do pais ; nunca votei para o sistema ou para nenhuma estrutura partidaria ; na altura achei a populacao no geral toda a tender para as esquerdas com as palavras de ordem , palestras e comicios e a lenga lenga da propaganda dos partidos especialmente ps e pcp contra os “racistas , colonialistas” imperialistas etc ; alias comportamento q se confirmou ao longo dos anos com as votacoes dadas por sufragio universal ao socialista fascista mario soares como primeiro ministro e depois como PR , bem como a outros como guterres , socrates , sampaio , ferro etc.
    Na minha analise foi o imbizu de lusaka liderado pelo socialista fascista soares q resultou na causa de raiz da guerra civil em mocambique q causou mais de 1 milhao de mortos e 2 milhoes de deslocados ; a frelimo viria a transformar-se em frelamo ou seja frente dos ladroes de mocambique e o socialista fascista soares seria enaltecido na rtpi de portugal como um dos historicos do ps bem como aplaudido de pe por fervorosos camaradas socialistas na aula magna de uma universidade do pais !…Tudo dito !

    Responder
  16. 6

    Manuel Martins Terra

    Enfim, o título RETORNADOS, ajuda a vender e fico com a ideia de que mais do que informar(!) foi obter boas vendas. Logo na capa, ficou tudo dito. A sua leitura não passa de um produto tóxico, que muito lamentamos. No fundo, no fundo, só poderão enganar aqueles que nunca lá viveram.

    Responder
  17. 5

    José Pedro Azevedo

    Era melhor porque havia civismo, educação e respeito.

    Responder
  18. 4

    Carlos TF

    … jornalismo sabujo, com hipocrisia e de certa forma ignaro. Há sempre elites que desfrutam da vida com o que de mais caro as cidades (ou capitais do mundo) podem dar. África oferece condições de sobrevivência bastante baratas mas é exigente em termos climáticos. As pessoas em qualquer parte do mundo aproveitam essas condições quando são propícias em termos económicos, de facilidade de acesso ou de segurança. Nada de especial, portanto.
    … acredito que no dia em que todas as pessoas de África puderem circular livremente para a Europa, EUA, Canadá ou outros locais evoluídos, por troca de livre acesso (sem ser necessário ter residência ou nacionalidade) sem restrições legais ou abusos de propriedade, acredito, dizia eu, que serão mais (em número) os jovens europeus e americanos a irem desenvolver África que africanos a quererem desenvolver a Europa, os EUA e Canadá… e aí as pessoas compreenderão porque o clima, a fertilidade das terras e a qualidade dos povos africanos são fundamentais para quem quiser ajudar a desenvolver África sem os corruptos dos seus governos, e, se calhar, meramente em troca das condições de vida descritas na revista, e sem necessidade de vistos gold. Tornem o acesso às terras e aos mercados africanos livres e livre a circulação de pessoas e capitais e so ficará na Europa nos próximos 50 anos uma mísera percentagem de gente que se sentará à porta dos centro de emprego ou junto ao Restelo a ler mensagens no WhatsApp dos filhos e netos enviadas desde África…

    Responder
  19. 3

    Rogério

    Um cinema em cada esquina? Nem TV tínhamos… importante, nem QUERÍAMOS! Pura e simplesmente trabalhávamos e convivíamos. Sim, fins de semana curtiamos as praias dex águas mornas e maravilhosas. E principalmente e até na generalidade, éramos cultos por convivência e não calhaus como a metrópole. Por isso fizemos sucesso onde fomos parar. Uns pra essa bosta de terra, outros por esse mundo fora. A propósito, retornado? É a PQP…

    Responder
    1. 3.1

      Maria Irene Paiva

      Muito bem analisado. Gostei👍🏼
      Uma família como a minha, de 5 irmãos, só podia ser absolutamente normal. Não existiam mordomias. Um pai funcionário público, subjugado, isso sim, a um sistema político fasciszante com tudo o que era e nós bem sabemos… e uma mãe muito justa, humana e lutadora, cedo fizeram de mim uma pessoa muito consciente da sociedade em que vivia… Não gosto que nos coloquem a todos no mesmo “saco”, conheci gente muito boa em Moçambique e estou solidária com os injustamente apelidados de colonialistas!!!
      Logo que me foi permitido, voltei para trabalhar com os Moçambicanos. Fui muito feliz junto deste povo maravilhoso e amigo.
      Não tive iopotunidadei de ler o artigo do Sábado.,mas já percebi que deixou muitos “retornados” revoltados, possivelmente com alguma razão… Agora, muito sinceramente, não nos deixemos tomar pela emoção porque podíamos e devíamos ter feito mais e melhor; mostrado mais respeito, um povo tem o direito à sua terra, desde quando somos nós a ditar as suas vidas, a sua liberdade, nós que ocupamos e colonizamos, sim! Que sempre recusamos o diálogo, nós que os afastamos, que os colocámos sempre em último. Ou antes, assistimos passivamente e comodamente ao seu afastamento…Muito injusto. Pagamos caro, muito caro e hoje só nos resta a saudade do que perdemos e que tanto amamos.
      Saudações.

      Responder
  20. 2

    Jorge Messias

    Eu já tinha lido o artigo.
    Nasci e fui criado em Moçambique.
    Ali estudei, foi-me dada formação religiosa, estudei, casei, cumpri o serviço militar obrigatório na frente de combate, iniciei a minha vida profissional e no mínimo, tenho obrigação de conhecer a vida das pessoas por aquelas paragens.
    E o meu comentário é que, em Moçambique, acredito que houvesse pessoas com uma vida tão folgada, mas era uma minoria e não foi essa a vida que levei, bem como de milhares de colegas de Nampula, Lourenço Marques, Tete, Vila Pery e Beira.
    Jorge Messias

    Responder
  21. 1

    jorge

    Cinema em cada bairro, não. Festas, sim, algumas, mais do que em Portugal. Lojas de moda? Acho que não. Dias de descanso na praia. Para alguns, especialmente os militares de patente que iam da metrópole em comissão. Os colonos que eu conheci, trabalhavam e muito, faziam sacrifícios, muitos viviam e trabalhavam no interior, enfrentavam até muitas privações. Eu pessoalmente, não senti muitas saudades da metrópole, porque tinha realmente mais liberdade mas sem luxos, era o sol, o mar, a música, vida simples, muito mais simples. Disfrutei especialmente o facto de não haver estigma social, o filho do engenheiro, do médico, convivia com o filho do camionista, do merceeiro, etc, sem complexos. Foi realmente refrescante mas não foi o que a capa parece querer transparecer.

    Responder
    1. 1.1

      Elisa Oliveira

      Bem verdade…é o que eu sinto. Amigos, sem o tal “estigma” de… filho de quem?! Que carro tem?! Foi umas das coisas que mais me custou, quando cheguei…

      Responder

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