7º ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DOS MADALAS DA ESCOLA INDUSTRIAL DE LOURENÇO MARQUES (EILM) – UM CERTO OLHAR
Texto de Pierre Vilbró
Quando os(as) ex-alunos(as) não podem ir à Escola, a Escola vem aos(às) ex-alunos(as). Foi o que aconteceu no dia 14/4/2018 num dos restaurantes do Parque das Nações, em Lisboa.
A preparação do almoço:
1. Brito Gouveia e José Firmino Gouveia
2. José Godinho Antunes; Brito Gouveia; José Gouveia
3. José Godinho; Brito Gouveia; José Campos Cruz e Paulo Carvalho
A partir das 11.30h os ex-alunos, as ex-alunas e as acompanhantes foram chegando, grupo que foi gradualmente engrossando até às 13.00h, altura em que se iniciou o almoço-convívio. As “aulas” decorreram por cerca de 6 horas.
O anúncio-convite desafiava à presença dos “mufanas/madalas” e das “tombazanas/ mamanas” e à vestimenta de calções de caqui, camisas casca de ovo, balalaicas e chinelos de borracha, vestir adequado ao clima de calor húmido tropical característico da terra sede da EILM, e de onde os presentes tinham vindo como retornados, exilados, emigrados, expatriados, e sei lá que mais.
O traje sugerido primou pela ausência, visto que a temperatura fria do dia não esteve a modos. Quanto às presenças, foi batido o recorde, quase duplicando o último máximo: agora compareceram 140 pessoas, das quais 42 senhoras e, destas, 10 eram ex-alunas. As idades variavam entre 63 e 83 anos, e as datas de ingresso na EILM iam de 1946 a 1966. Todos estes dados são reveladores do que foi e do que ainda hoje representa aquela grande Escola.
Aquelas 10 “miúdas” foram nesse dia as representantes de um grupo mais vasto de meninas que revolucionaram a Escola Industrial. Até ao ano lectivo do seu ingresso – para os cursos de montador-electricista, laboratório de química, pintura e artes decorativas -, a Escola tinha sido frequentada só por rapazes. Poder-se-á dizer que com elas iniciou-se a emancipação da mulher na EILM.
Como o título deste texto identifica, este foi o 7º convívio, o 1º a realizar-se em Lisboa, sendo que os anteriores aconteceram em Tomar, o 1º em 2010 e com interrupção nos anos de 2016 e 2017.
Todos os encontros foram organizados pelo nosso colega José Godinho Antunes, pelo que aqui deixo o testemunho de público reconhecimento pela sua acção dedicada e competente por uma causa que fez sua.
Este texto iniciou com a afirmação que a Escola foi aos alunos, isto é, que a Escola Industrial de Lourenço Marques foi de Maputo a Lisboa, como se isso fosse possível, qual feitiçaria negra perpetrada por algum curandeiro(a) moçambicano(a). Não só foi possível, como aconteceu nesse dia 14, não por feitiçaria mas pela força dos corações e das memórias daquelas pessoas que em tempos foram miúdos e miúdas. As linhas que seguem explicam esse momento mágico.
Os presentes, à medida que iam chegando e se cumprimentavam, apertavam as mãos, se abraçavam, se beijavam e iniciavam as conversas, num desfilar de memórias e emoções, naturalmente os “madalas” e as “mamanas” se transformavam nos miúdos e miúdas que tinham sido. Aqueles adultos conseguiram libertar os miúdos e as miúdas que ainda existe em cada um deles, e então tudo aconteceu naturalmente. A linguagem foi muitas vezes a mesma daquele tempo longínquo, os temas de muitas conversas foram os daquele tempo, e daquele tempo foram o desfilar de personagens, lugares e acontecimentos.
Concentração no “recreio” com “chefes de turma” na verificação/controle de presenças:
9. José Gouveia; Armando Marujo; Manek Patel; Manuela Gouveia; Miguel Portugal; Joaquim Carvalho e José Godinho
10. José Godinho; José Augusto Pinto; Victor Quaresma (Borracha); Adelino Carvalhana; Carlos Várzea; Armando Marujo e Joaquim Carvalho
11. Manuela Gouveia; Celeste Coelho; Teresa Meireles e… o Herculano Oliveira
12. Em cima: Victor Quaresma; Brito Gouveia; Adolfo Figueiredo; mulher do Fernando Picão; José Augusto Pinto; Manek Patel; Armando Marujo; Carlos Várzea; Alexandrino Baptista; Miguel Portugal; Manuela Gouveia; Cidália Baptista; Joaquim Carvalho, José Gouveia e Joaquina Quaresma. Em baixo: Fernando Picão e Adelino Carvalhana
4. Brito Gouveia; José Godinho; Paulo Carvalho e Joaquim Carvalho
5. Marazban Patel, António Almeida (Almeidinha); ???; Manuel Duarte Fonseca (Nelinho) e Alberto Ermitão “respondem à chamada”
6. Alexandrino e Cidália Baptista; Brito Gouveia
7. Teresa Meireles; Celeste Coelho; Fernando Picão e mulher e, Manuela Gouveia
8. Basílio Silva; José Miguel Portugal e Alberto Caetano
13. Manuela Gouveia e Teresa Meireles
No restaurante (almoço):
14. Alexandrino Baptista; Adalberto Ferreira e Brito Gouveia
15. Alexandrino Baptista; José Alberto Campos (Pulgão/Tita); Cidália Baptista e Adalberto Ferreira
16. José Domingues Costa (Casquinha); Manuela Roque (Faísca/Electricista) e Alberto Caetano
17. João Santos Costa; Armando Marujo; Alberto Caetano; Jorge Esteves (Cobra); Joaquim Carvalho; Rogério Picão; Manuel Ahfó; Luís Vilas e Brito Gouveia
18. Cidália e Alexandrino Baptista; Adalberto Ferreira; Brito Gouveia e Rogério Moreira
19. Adalberto Ferreira; Jorge Esteves (Cobra) e Antero do Monte (Sansão)
20. Victor Gonçalves Pinto; Jorge Leite; Pierre Vilbró; Matias Ferreira; Manuel Ahfó; Carlos Várzea; António Magalhães e Joaquim Carvalho
21. Manuel Domingues; Manuel Ahfó; ??? (Chefão); Augusto Martins e Carlos Corte Real
22. Brito Gouveia e Ana Maria Lima (Nicha)
23. Mulher e João Luís Bento; Zulficar Ali; Luís Jacinto Pereira
24. Mulher e Ilídio Freire; Rodolfo Rodrigues e José Faria
25. Ilídio Freire, Rodolfo Rodrigues, José Faria e Rogério Dias
26. Mulher do Carlos Rocha; Hilário Pereira; Carlos Rocha e o respeitável madala Augusto Lopes
27. Manuela Gouveia; Ermelinda Rodrigues; Eurydia Correia e Ana Maria Lima (Ticha)
28. Professora (Química) Hortense Meireles; Ferdinando Freitas (Fredi); Maria Helena Silva (Milena)
29. Virgínia Pinto; Isabel Pinto (mulher do Bébé/Píu-Píu); Gabriel Marques (Pingolino) e Domingues Costa (Casquinha)
30. Alberto Caetano; Jorge Russel e Armando Marujo
31. Celeste Coelho; Teresa Meireles; Aziz Noorali; Manuela Gouveia; Ermelinda Rodrigues
32. Celeste Coelho; Teresa Meireles e Aziz Noorali
33. Rosário Pinto, Professora Hortense Meireles e Ferdinando Freitas (Fredi)
34. João Santos Costa; Agostinho Natário; Manuel Lopes e José António Alvarez
35. Virgínia Pinto e Isabel Pinto
36. Rodolfo Rodrigues; José Faria e Rogério Dias
37. Jorge Moço; Américo Santos; Jorge Russel; Armando Marujo e amigo do Carvalhana
38. Vista geral da sala
39. Em pé: Alexandrino Baptista e Paulo Carvalho. Sentados: Zulficar Ali; Luís Jacinto e Rogério Picão
40. Adalberto Ferreira; Basílio Silva; Luís Vilas; José Russel; Virgínia Pinto; Isabel Pinto; Gabriel Marques; José Domingues (Casquinha) e ??? (Chefão)
41. Manuel Martins da Silva; José Russel e Joaquim Carvalho
42. Jorge Peres; Agostinho Évora; Domingos Lopes (Pico) e Vasco Coelho
43. Fernando Picão e mulher; Emanuel Pereira (Manolo); João Luís Bento; Zulficar Ali; Luís Jacinto Pereira e Fernando Picão
44. Mulheres dos irmãos Picão; familiares do Jacinto Pereira e do João Luís Bento
45. Augusto Martins; Casal Freire; Rodolfo Rodrigues; José Faria; Carlos Várzea e Walter Pericão Pinto
46. João Luís Bento; José Augusto Pinto; José Cruz; Jorge Leite e Carlos Várzea
46. João Luís Bento; José Augusto Pinto; José Cruz; Jorge Leite e Carlos Várzea
48. Idalécio Antunes e mulher
49. Carlos Várzea; Jorge Esteves (Cobra) e Walter Pericão Pinto
50. António Magalhães e mulher e, mulher do António Ricardo
51. António Ricardo e António Almeida (Almeidinha)
52. Zulficar Ali e Vasco Coelho
53. O intrometido e mal posicionado Fernando Picão; Celeste Coelho; Jorge Esteves (Cobra); Alberto Caetano; Rogério Picão e José Faria
54. José Cruz; Américo Santos; José Godinho; Alexandrino Baptista e Manuel Duarte Fonseca (Nelinho)
55. Pierre Vilbró; Carlos Corte Real; Alberto Martins; Martinho Gaiola e Arménio Jorge
56. José Lisboa; José Pestana; José Alberto Campos (Pulgão/Tita); e mulheres do José Lisboa e José Pestana
57. Vasco Coelho; Alberto Caetano; Rogério Picão; Manuel Fonseca (Nelinho); Francisco Castanheira (Bife); João Santos Costa e José Godinho
58. José António Alvarez e Brito Gouveia
59. Brito Gouveia; Carlos Corte Real; Alexandrino Baptista; Ilídio Freire; Domingues Lopes (Pico); Alberto Caetano; Amin Sultanali; José Gouveia; Alves Martins; José Lisboa; José Pestana e Rogério Moreira. À frente: Álvaro Simões
60. Zulficar Ali; Jorge Russel; Francisco Castanheira; Manuel Fonseca (Nelinho) e António Marques (Tonito do 1º de Maio)
61. Afonso Martins; Pierre Vilbró; António Magalhães e Joaquim Carvalho
62. Emanuel Pereira (Manolo); Pierre Vilvró e Martinho Gaiola
63. Victor Quaresma (Borracha); José Alberto Campos (Pulgão/Tita) e atrás de perfil o Manuel Lopes
64. Victor Gonçalves Pinto; Carlos Corte Real; Brito Gouveia e José Lisboa
65. Celeste Coelho; Pierre Vilbró; Jorge Esteves (Cobra) e Alberto Caetano
66. Fernando Picão; José Godinho; Alexandrino Baptista; Caetano Ferreira; Zulficar Ali e Vasco Coelho
67. José Nunes de Matos; Paulo de Carvalho; Fernando Picão; Arménio Jorge; Luís Jacinto; José Lisboa e José Pestana
68. Amin Sultanali; Luís Jacinto; Adalberto Ferreira; e Arménio Jorge
69. Carlos Corte Real; António Andrade Pires (Galinha); Zulficar Ali e Antero do Monte (Sansão)
70. Alberto Ermitão; Hilário Pereira e António Resende
71. Jorge Russel; Américo Santos; Luís Vilas; ???; Fernando Picão; Armando Marujo: Caetano Ferreira e Álvaro Simões. À frente: amigo do Adelino Carvalhana
72. José Godinho; Jorge Moço e José Cruz
73. Zulficar Ali e Lutaf Noorali
74. Manuela Roque (Faísca/Elecrticista) e Ana Maria Lima (Nicha)
75. Francisco Castanheira (Bife) e Isabel Pinto
76. Celeste Coelho; Teresa Meireles e Ferdinando Freitas (Fredi)
77. José Gouveia; Ermelinda Rodrigues; Eurydia Correia; Manuela Gouveia e Rogério Dias
78. Vasco Coelho; José Augusto Pinto e Marazban Patel
79. João Luís Bento; Álvaro Simões; Jorge Esteves (Cobra); José Godinho; Alexandrino Baptista; Brito Gouveia; Rogério Picão; Adelino Carvalhana e Bazílio Silva
80. Pierre Vilbró e José Gouveia
Sentados às mesas de um restaurante do Parque das Nações, em Lisboa, estava-se na Escola Industrial de Lourenço Marques, recuando-se no tempo para as décadas de 40, 50 e 60 do século passado.
Como vêm, foi assim que Maputo veio a Lisboa, devolvendo por umas horas a Escola Industrial de Lourenço Marques aos seus legítimos herdeiros.
Fica o acontecimento para exemplo, e o escrito para que a memória não se perca.
Fica também o registo visual, através das fotografias tiradas por alguns dos colegas presentes. A selecção e a legendagem das fotos é da autoria do José Godinho com a colaboração de António Brito Gouveia.
O BigSlam congratula-se com este magnífico convívio dos madalas da ESCOLA INDUSTRIAL DE LOURENÇO MARQUES (EILM).
Bem hajam!
Nota: Muitos antigos colegas têm solicitado esclarecimentos sobre os almoços de confraternização da Escola Industrial. Fica aqui a informação: No próximo dia 5 de maio (sábado), haverá o 7º Encontro da Escola Industrial Mouzinho Albuquerque (EIMA) que se realizará na Quinta do Paúl – Leiria – Ortigosa, num âmbito mais alargado de gerações.
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Comentários:
3 Comentários
Julio João da Conceição
Grande reportagem. Meus parabéns. Pena que não estão visíveis todas as fotos. Matei algumas saudades. Grande e velha Escola Industrial dos nossos tempos. Um abraço para todos.
Teresa Meireles
Mais uma vez kanimambo,aos organizadores pois como diz a canção “recordar é viver” no nosso caso é reviver uma adolescência feliz. Até dia 5 no Paul
FERNANDO PICÃO
Mais um encontro para poder encontrar ex-colegas e amigos alguns dos quais não víamos
há décadas,parabéns aos organizadores.
Aquele abraço a todos os jovens madalas.
Fernando Picão