Relatos de uma viagem por terras do Oriente (2) – Abu Dhabi
11 de fevereiro – Segunda-feira
Levantámo-nos cedo, pois a excursão para Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos, estava marcada para as 7H30.
A viagem durou cerca de 1H40 para percorrer os 140 Km de distância entre as duas mais importantes cidades dos EAU. É uma cidade que pode não ser tão famosa mundialmente quanto o Dubai, mas tem cada vez mais visibilidade pelo desenvolvimento de mega projetos na área do turismo, negócios, cultura e sustentabilidade.
O guia turístico que nos acompanhou nesta viagem, falava português e, questionado por nós, foi-nos explicando de como funcionam algumas das leis árabes.
Por exemplo: no casamento e poligamia, a maioria dos casamentos é monogâmico mas o Islão permite ter até quatro esposas, sendo que cada uma delas deve ter sua própria casa, presentes, atenção e joias e tudo deve ser do mesmo nível para todas. Ter várias esposas é um privilégio dos xeiques e dos ricos e, mas nem todos fazem questão disso.
A título de curiosidade:
A moeda oficial dos Emirados árabes Unidos é o dirham (AED). 1€ = 4,12 AED.
Nos Emirados Árabes Unidos, 88,4% da população são imigrantes. Ou seja, numa população total de 9,1 milhões, 8,09 milhões são estrangeiros! Recebem muitas pessoas vindas da Índia, Paquistão e Filipinas.
O território Emirados Árabes Unidos é subdividido em sete partes, considerados emirados. Os mais importantes são Abu Dhabi (ocupa uma área equivalente a 86,7% da área total do país, excluindo as ilhas) e Dubai, que concentram a maior parte da população e riquezas.
Os Emirados Árabes Unidos, no ranking mundial de países exportadores de petróleo, estão em 6.º lugar. Assim, a economia é bem desenvolvida. Mesmo com tanto petróleo, os Emirados Árabes foram um dos poucos que assinaram o Protocolo de Quioto, visando a redução de dióxido de carbono.
Este foi o percurso que fizemos a bordo do autocarro da empresa de turismo – Rayna.
Acabados de chegar a Abu Dhabi, fomos diretos à Grande Mesquita Sheikh Zayed, um dos símbolos da cidade e o maior centro religioso dos Emirados Árabes. Considerada a terceira maior mesquita do mundo com capacidade de acomodar 40.000 fiéis, perde em tamanho apenas para as mesquitas em Meca e Medina, cidades sagradas dos muçulmanos na Arábia Saudita. A sua construção é do tamanho de 5 campos de futebol.
A entrada na mesquita é gratuita, mas tanto aos homens como às mulheres, não é permitido o uso de roupas que mostrem as pernas. As mulheres têm que usar um lenço ou echarpe na cabeça durante todo o tempo e cobrir os ombros e braços.
Na mesquita, que foi inaugurada em 2007, tudo é grandioso. A entrada e saída é feita através desta cúpula em vidro,
no piso inferior abaixo do chão, faz-se o controlo das entradas
a malta do nosso grupo aguarda pacientemente pela sua vez.
Depois de passar o controlo, ainda tivemos que caminhar um bom bocado até chegar à Mesquita, mas ao longo do percurso havia vários tapetes rolantes que facilitaram imenso a caminhada,
assim como carros elétricos de circulação interna para os mais necessitados.
A mesquita é uma obra grandiosa e absolutamente deslumbrante. O edifício, que pode ser visto de longe, de várias partes da cidade, foi construído entre 1996 e 2007, a pedido do xeique Zayed bin Sultan Al Nahyan (1918 – 2004),
tido como o fundador do país, que governou os Emirados até sua morte, em 2004. Já não conseguiu assistir à inauguração desta grande obra.
A mesquita é toda revestida em mármore e com detalhes em ouro, cristais Swarovski e vidros de Murano. Mosaicos florais pavimentam o piso do pátio de 17 mil metros quadrados, que está decorado com mármore branco da Grécia.
Possui 1.048 colunas nas áreas externa, 96 colunas no salão principal, que são revestidas com mais de 20.000 painéis de mármore incrustado com pedras semipreciosas.
No seu interior, o salão principal da oração abriga um gigantesco lustre com 10 metros de diâmetro, 15 metros de altura e pesando 12 toneladas, com tecnologia de fibra ótica e milhares de cristais Swarovski, avaliados em 8,2 milhões de dólares.
Esta sala também tem o maior tapete artesanal do mundo, tendo sido todo feito à mão por 1200 artesãs iranianas, utilizando 30 toneladas de lã e 15 toneladas de algodão, tendo demorado cerca de 20 meses para ser concluído. O seu valor está estimado em 8 milhões de dólares. Um tapete persa inédito e fantástico!
Relógio muçulmano indicando o horário das rezas do dia na mesquita.
Tem vários lagos artificiais, totalizando 7.874 metros quadrados que contornam a mesquita, ampliando sua beleza.
Na imagem seguinte fica com uma ideia global desta magnífica obra.
Depois de chegarmos ao local de encontro previamente definido, todos (elas e eles) eram da mesma opinião: a visita à mesquita, tinha sido sem sombra de dúvida, um dos pontos altos da nossa viagem pelos Emirados Árabes Unidos.
Entrámos no autocarro que nos iria levar a visitar o Heritage Village e, ao longo do percurso, ficámos fascinados com a beleza das avenidas e passeios adjacentes…
Conhecemos de passagem o Etihad Towers, um complexo com cinco deslumbrantes arranha-céus, todos com arquitetura moderna.
com camelos, tendas de beduínos
simulação dos poços dos oásis,
e artesãos tradicionais que demonstram habilidades tradicionais, como trabalho de metal, cerâmica e tecelagem de tapetes.
Retratos que contam um pouco da história recente deste país.
No interior do forte
No local, existem ainda diversas barracas com souvenirs e produtos locais, ideal para comprar aquela lembrança especial como recordação.
Além disso, este local proporciona uma linda vista do extenso litoral de Abu Dhabi.
O tempo passou a correr e estava na hora do almoço.
Os pratos locais nos Emirados Árabes Unidos são chamados de Emirati e são difíceis de encontrar nos restaurantes. Têm na sua base peixe, carne e arroz.
O nosso guia deu-nos como sugestão irmos almoçar ao restaurante “Villa Beirut” de comida libanesa
um lugar simpático, situado no Marina Mall de Abu Dhabi.
A malta do grupo optou toda pelo menu “Kafta Platters”, um tipo de grelhada mista que estava muito saborosa ou, então, estávamos cheios de fome.
Momentos do almoço para mais tarde recordar…
Terminada a refeição, regressámos ao autocarro que nos levaria a fazer um tour pela cidade. Depois fomos visitar o Ferrari World, um parque temático dedicado à famosa marca Ferrari que está localizado na Ilha de Yas, uma ilha artificial perto de Abu Dhabi. O parque, inaugurado em 2010, possui uma cobertura de 86.000 metros quadrados coroada com um enorme logotipo da Ferrari que faz dele o maior parque temático coberto do mundo.
Como o tempo estava apertado, demos só um pequeno passeio pelo centro,
tendo visitado algumas lojas de produtos da marca, nas quais se pode entrar e comprar, sem necessidade de pagar o ingresso.
Regressámos ao Dubai já de noite.
Chegámos exaustos, mas muito satisfeitos pelo excelente dia passado na capital dos Emirados Árabes Unidos – Abu Dhabi.
A maioria do pessoal ainda quis ir ao Dubai Mall (o maior centro comercial do mundo), para jantar e ver de novo o show das águas dançantes…
No dia seguinte tínhamos pela frente uma viagem de 15 horas até Sydney…
NOTA: Para ver ou rever a anterior reportagem, basta clicar no link seguinte (escrito a azul):
1ª – Relatos de uma viagem por terras do Oriente (1) – Dubai.
Um Comentário
Manuel Alves
Parabéns! Excelente foto-reportagem assim como a info escrita complementar.
Conheço bem Abu Dhabi. Há muito que conheço a região.
E o Big Slam faz-me viajar no tempo qd seguia pela RCM e jornais os grandes jogos de basquetebol da Capital da longínqua capital de Cabo Delgado. Obgd!