Vamos recordar um pouco mais, e… como não há duas sem três, aqui está a terceira e última parte destas crónicas.
Melancolia; tristeza causada pela saudade da sua terra, ou de um lugar, ou saudade do passado, são as definições mais corretas para a palavra Nostalgia.
Se assim é, vamos nostalgicamente e imaginariamente viajar, através do éter, às memórias do nosso passado, aquelas que como já referi anteriormente, foram tão boas, tão boas, que marcaram para sempre a nossas vidas. E falar de coisas boas de Maputo, é um nunca mais acabar de acontecimentos.
Todas essas memórias boas foram “mais que muitas” e num só artigo não seria possível referir todas. Daí que estas Saudades da Saudade na sua terceira publicação.
Não sou jornalista de profissão, nem nunca tirei um curso semelhante. Gosto de escrever e trazer para o papel tudo de bom que sinto dentro de mim e que me marcou para sempre, o que, afinal, deve ser como à maioria das pessoas, senão mesmo, a todas as pessoas que leram as minhas crónicas.
Por outro lado e porque não tenho jeito nem experiência para estas coisas, é muito provável que os textos por vezes contenham algumas erros, muito embora sejam vistos, revistos, e corrigidos. Podem igualmente acontecer gralhas com a acentuação das palavras, já que o meu teclado não está preparado para a língua portuguesa.
Também, os bons comentários, e ajuda de amigos sobre situações lembradas, mas não referidas, ou até mesmo esquecidas, fizeram-me continuar para este Saudades da Saudade III.
Aliás, para se escrever não e necessário ter graduação académica alguma. Eu não tenho. Sou graduado, isso sim, pela Escola da Vida. Graduação que por vezes vale mais a pena que qualquer outra obtida em Universidades.
Mas porque é que L. Marques/Maputo tinha todo este feitiço e encanto que dificilmente a poderemos esquecer?
Ora vejamos:
Vista da Cidade de Maputo
Amizade: Pura
Camaradagem: Sã
Ambiente: “Maningue poreiro, pá!”… “Xi qui nem há Pai, pá”. Recordam-se estas frases tipicamente laurentinas?
Não nasci mas fui criado no popular bairro da Malhangalene, onde vivi até sair do País.
Rua do Porto, Malhangalene. A Cervejaria Sibéria à direita e mais abaixo à esquerda a Rua de Aveiro, onde eu morava.
Como tal a minha escolaridade iniciou-se ali, na Escola João Belo.
Fachada frontal da Escola João Belo, hoje Escola 7 de Setembro.
A forma em como a escola era conduzida no dia-a-dia, por certo que era igual a de todas as escolas primárias da capital.
Assim, para quem frequentou nos mesmos anos que eu, não será estranho o que conto a seguir.
Lembra-me na João Belo, da formatura a dois, e antes de iniciar o dia escolar, de cantar o Hino da então Mocidade Portuguesa, esse movimento juvenil criado pelo regime Salazarista.
“Lá vamos, cantando e rindo, levados, levados, sim….” Após o que se seguia ladeado pela nosso (a) Professor (a) para a sala de aulas.
Emblema da Mocidade Portuguesa
Uniforme da M. P.
E para quem teve Professoras como eu, não há dúvida que elas eram as nossas segunda Mãe.
Das carteiras de “sumapau”. Tão rijas que por vezes até nos fazia doer o rabo.
Dos tinteiros de porcelana branca, embutidos na madeira. Nos meus primeiros anos, e quem era do meu tempo, sabe perfeitamente que não havia esferográficas. Era aquela caneta com aparo que volta, não volta, lá tinha que ser molhado. Bem… não se molhava só o aparo, pois ás vezes também la se molhavam as pontas dos dedos também.
O que mais me embirrava era quando a meio da palavra, a tinta acabava-se. Lá tinha que molhar de novo, e quando retomava a escrita, era logo um borrão. Salvava-nos aquele papel de cor branca ou rosa que era o mata-borrão.
Eu ainda sou do tempo da ardósia.
Quanto à aritmética (matemática), era o “dois vezes um, dois”, “dois vezes dois, quarto” e por aí fora, e sempre a cantar a tabuada…
Calculadoras, não haviam. Contava-se com a ponta dos dedos, se eles não estivessem doridos por termos levados umas “reguadas”…
Lembram-se desta “coisa” (palmatória de cinco olhos) ?
Ai, que não doía, não… irra! As mãos algumas vezes até inchavam…
Do livro à palmatória…
E se os Pais soubessem pelo(a) professor(a) que o filho levou umas reguadas por mau comportamento, eles logo respondiam: “Na próxima vez, senhor Professor, dê –lhe mais”!
Hoje em dia quer com bom ou mau comportamento isso não existe. Pode até ser considerado ultrajante.
No final das aulas, lá fora havia o amendoim com açúcar,
o pirolito…
Tudo à venda debaixo das frondosas árvores jacarandá que ladeavam o recinto escolar.
Corria o ano de 1966, se não me engano, e a capital foi fustigada pela Depressão Tropical Claude. Uma semana de chuva intensa. A cidade toda alagada. Aluimento de terras abrindo autênticas crateras em alguns casos, na baixa, prejuízos sem conta e a saúde pública em risco.
O exército mobilizado 24/7 para ajudar. Os helicópteros Alloutte, para cima e para baixo a transportar pessoas e bens… com o desnível da terra, as condutas de água trazidas do Umbelúzi, não aguentaram. A cidade ficou temporariamente sem água, e penso que a Matola também. Socorríamos dos carros cisterna da Câmara e dos Bombeiros.
O piso de cimento vermelho, daquelas casas tipo colonial, chegaram a ficar toda a semana molhados devido a humidade. Para quem se lembre, esse piso era encerado com aquela cera vermelha de marca cobra que se comprava na cantina da esquina e que o empregado caseiro espalhava. Depois esfregava um meio coco seco, e para dar lustro com um pano de flanela ou até mesmo um pedaço de uma manta velha.
Esta de encerar também se aplicava ás casas que tinham parquet, só que a cor era amarelada. Lembram-se?
Apesar de todos os contratempos causados pela Depressão, o povo não se exaltou. Aceitou com calma e serenidade tudo que ia acontecendo, pois era nosso apanágio atuar assim.
Domingos à tarde: dia de matiné para uns, e de passeio para outros.
Logo de manhã, uma leitura no “Notícias”, página de espetáculos, para ver os filmes que corriam. Decidia-se então ir ver dois filmes de uma assentada. Aonde? No cinema Varietá, pois claro!
Mas por vezes o Gil Vicente também tinha sessão dupla.
Bilhete de Cinema (estudante)
Documentários: Atualidades de Moçambique por Melo Pereira, um outro da Lusomundo, e depois uns desenhos animados…
Os filmes foram muitos e bons ao longo dos tempos… recordo com saudade os filmes do “Cantinflas” – Mário Moreno,
o filme que rodou em 1966 “Bom, o Mau e o Feio”. Quem não se lembra desta musica?
O valor que se pagava pelo bilhete, valia a pena!
Para aqueles que optavam pelo passeio (como recordou o José Russel), o destino eram os pinheiros junto ao Zambi, com mesa e cadeiras de campismo. Na mala do carro, a geladeira portátil com umas bebidas frescas, e uns petiscos.
Restaurante Zambi
Os miúdos brincavam no capim, sim porque relva não havia. As mulheres juntavam-se em amena conversa.
Os homens, esses com o transístor sintonizado na Emissora Nacional, escutavam o relato que vem da “Metrópole” relativo ao derby Lisboeta: Benfica vs Sporting. De vez em quando os ânimos se exaltavam. Havia discussão e argumentos, porque o Carvalho devia ter defendido; porque o Pérides devia ter travado o Eusébio, ou porque o Águas ou José Augusto não souberam aproveitar aquela ocasião soberana de golo. Uma vez terminado o desafio, não haviam mais discussões, todos voltavam à primeira forma… Após o jogo, havia que regressar a casa, sim, porque “mundzuco” …é dia de trabalho.
Recordações das mais variadas peças de fruta:
banana maçã,
caju,
pera goiaba,
manga,
jaca,
lyches,
anona,
papaia,
eu sei lá…
Dos deliciosos bolos. Dos scones quentinhos referidos pelo Chico Velasco no grego do Hazis.
Mas mais bolos e bons também na Colmeia, Princesa, Ateneia, Djambo, Cortiço, e muitas mais…
Pastelaria Ateneia (Avª Fernão Magalhães)
Saudades do bife na frigideira de barro da Nacional, do prego trinchado do Tico-Tico…
Instalações da antiga Cervejaria Tico-Tico
Fumar, para além de se estar a iniciar um terrível vicio, o qual muitos de nós ainda hoje não estamos livres, fazia-nos sentir (erradamente) mais adultos, especialmente na presença das “tombazanas chonguilas” dos Liceus ou Escolas Secundárias, quando na realidade não passávamos de “mufanas”.
Naquele tempo como estudante, raramente tinha mesada, portanto não havia dinheiro que chegasse, (apenas e só para os gastos diários), havia que comprar cigarros avulsos que a mercearia nos vendia ás escondidas. Uma “quinhenta” 3 cigarros. E quais? Os mais baratos, e sem filtro, claro…
Quando tocava a campainha, havia que guardar a beata com cuidado, não fosse o tabaco deixar mancha no bolso da camisa, e a “velha” em casa, descobrir…
O meu local predileto e de muitos mais, era nas traseiras da Escola Industrial…
Escola esta que tantas saudades me deixou… onde lecionaram a Profa. Emília Madureira, o Prof. Rui Baptista, o Engo. Matos Garcia, os Mestres Borrego (Serralharia) e o “Fight” (Electricidade), entre outros…
Naquela altura, Maputo era rica em eventos de todos os tipos, quer esporádicos, ou periódicos. Desporto, entretenimento, música, economia, etc.
No desporto, além das competições de calendário, haviam aquelas que poderiam considerar-se periódicas, como sendo, o bem conhecido Rali do Malhangalene, soberbamente organizado e dirigido por Aurélio Grilo;
o quilómetro de Arranque que se realizava na ex-Craveiro Lopes junto da Monumental, e por vezes as corridas de fórmula I no autódromo da Costa do Sol.
Os combates de boxe e luta-livre no Malhangalene trazidos pelo empresário Manuel Gonçalves.
No entretenimento, o Luna Parque,
e o Circo Boswell.
Na música, as tardes dançantes dos Velhos Colonos.
Os concursos Yé-Yé no Malhangalene, com os Corsários; Cartolas; Night Stars
Conjunto Night Stars
Não deixe de ouvir: Conjunto Night Stars – Tsotsi (1966)
No Rádio Clube, a “emissão A” tocava Roberto Carlos, António Mourão, Tony de Matos, Cliff Richard, Beatles, Shadows, e a nossa querida Techa (Natércia Barreto) com os seus Óculos de Sol, entre outras canções…
No “programa B”, música estrangeira, com o seu famoso Hit Parade aos domingos à noite, e o Ob-La-Di Ob-La-Da dos Beatles semanas seguidas em primeiro lugar…
Para os que queriam mais relax, a “estação C” com música sinfónica, e a Hora Nativa, com as marrabentas e outros estilos africanos.
Para ver e ouvir, porque era transmitido em direto, o Programa de Variedades; a Orquestra Típica e Coro Feminino, e aos domingos meia hora com Renato Silva e o seu conjunto.
Conjunto Renato Silva e Madalena Iglésias no teatro Manuel Rodrigues em LM – 1964
Na economia, as edições da feira agro comercial industrial de Moçambique (FACIM).
Quem não se lembra da chamada “Casa da Mariquinhas”, e que não era mais do que a agência do BCCI na Avª D. Luís? Assim chamada por ter sido decorada com tabuinhas.
Do chocoleite fresquinho da Cooperativa de Criadores de Gado, ao preço de, “laurentinamente” falando, “mil e quinhenta”.
E as praias quer do sul, quer mais a norte? Com aquelas aguas límpidas…
A Ponta do Ouro,
S. Martinho no Bilene,
Tofo em Inhambane.
Viajava-se na sexta-feira à tarde ou logo pela manhã de sábado para se regressar no domingo ao final do dia… Andava-se cerca de 500 ou mais quilómetros, com a maior das calmas e sem sobressaltos. E nós fazíamos aquilo apenas num fim-de-semana…
Durante a minha juventude, deambulei por quase todos os bairros periféricos da capital, e um deles que agora gostaria de referir, é o de Xipamanine, pela diversidade de artigos à venda. Vendia-se de tudo: carvão, lenha, quinquilharia, alimentos, enfim, um nunca mais acabar de coisas…
Com aquele Mercado pequeno mas acolhedor, abarrotado de vendedores de tudo e mais alguma coisa, e como não havia lugar para todos, o Mercado estendia-se pelas zonas circundantes.
O machibombo no.7 na baixa Praça Mac Mahon (hoje Praça dos Trabalhadores), ou o 19 junto à Escola João Belo, levavam-me até lá ao Xipamanine.
Perante todas estas boas e gratas recordações, quem não tem SAUDADES DA SAUDADE?
Como acima referi, escrever sobre coisas boas que aconteceram em Moçambique (L. Marques/Maputo), é como dizem os Ingleses “endless”, ou seja, não tem fim. Bem poderíamos estar aqui, por muito mais tempo a recordar esse passado inesquecível. Todavia, esta é a última crónica sobre estas Saudades todas…
A todos aqueles que leram estas crónicas, que agora chegam ao final, aqui vai o meu reconhecido Kanimambo, e ao mesmo tempo Hambanine!
NOTA: Para ver ou rever as duas crónicas anteriores, basta clicar nos links seguintes (escritos a azul):
38 Comentários
jose alexandre russell
Mais uma vez descreveste com simplicidade com generalidade os nossos tempos em Moçambique. E lembraste ponto por ponto os lugares ícones. Parabéns amigo. Abraço.
Rosa
Obrigada Sr Fortunato Sousa. Adorei ler este maravilhoso voltar ao passado e de ver os vídeos do Luna Park . Obrigada 🙏
Silvino Costa
Meu caro Fortunato permita-me felicitá-lo pelo excelente trabalho realizado. Não li as anteriores edições mas esta foi mais que suficiente para me fazer recuar no tempo e abrir a janela da saudade. Foi o meu filho “cola-cola” que me enviou este seu trabalho. Para os dois um grande Kanimambo.
Manuel Martins Terra
Um rol de recordações que nos transportam a locais inesquecíveis, que fizeram parte do nosso quotidiano, onde as imagens para lá de todas as palavras, nos tocam profundamente porque nos foram tão familiares e marcos da nossa vida na entao LM. Com o passar do tempo, vamo nos tornando cada vez mais saudosistas no mais puro dos sentimentos e o passado é inapagavel , tal a forma como o vivemos intensamente. Enquanto tivermos voz e memória, jamais poderemos deixar de falar daquela maravilhosa terra e das suas gentes.
Parabéns ao Fortunato de Sousa.
João Paula
Parabéns pela reportagem.
Realmente são SAUDADES DA SAUDADE !
Maria de Lurdes Alexandre Ferreira
Linda cidade. Não nasci lá mas como Quelimane é, são, a minha cidade. Muitas noites antes de adormecer percorro as suas ruas.
Lurdes Alexandre
a
Fernando Maia dos Santos
Obrigado Fortunato por estas recordações.
Não tenho palavras para as descrever, apenas imensa saudade!!!!
Obg uma vez mais
Fernando Santos
João José Africano da Costa
Não há palavras para ilugiar esta fantástica reportagem. Natura da Ilha , mas crescido na Namaacha e ter andado nas escolas de Maputo(Loureço Marques) fez-me charar com uma grande saudade. Vivo nos Estados Unidos desde 1976 e já valtei a Moçambique em 2012 onde realmente matei saudades, mas esta reportagem merece um medalha de OURO. parabens amigo Souza e um BAYETE……
António Amorim Lopes
Caríssimo Fortunato Sousa mais uma vez um grande “kanimambo” por tudo que nos fez reviver com o extraordinário relato, eu diria pelo fantástico filme que nos apresentou, sobre a maravilhosa e feiticeira terra onde tivemos a dita de ter vivido durante vários anos. Fui maquinista dos Caminhos de Ferro de Moçambique e também sou de Tondela, para onde vim viver com a família quando a estadia ali se tornou impossível. Curiosamente não há dia nenhum que por diversos motivos não me lembre daquela extraordinária e bela Terra.
Mais uma vez os meus agradecimentos pelos seus relatos tão reais
José Carlos Maia
Kanimambo e…, Hambanini,. OBRIGADO
Augusto Martind
Como é tão pequena a palavra “OBRIGADO” para poder abarcar toda a gratidão que sinto pelo que me fizeste sentir ao ler este teu trabalho sobre a nossa TERRA.
Fico à espera que reconsideres a tua decisão de esta ser a última, porque a “NOSSA” cidade tem e merece muito mais.
Abração, para todos.
Rogério Machado
Eu vivi no paraíso… que NÃO EXISTE mais… acabaram com ele, assim, simples! Por inveja? Por burrice? Sei lá… acabaram com tudo…
Valentim dos Mártires
Uma reportagem muito boa… deu para mitigar alguma saudade…
Valentim Mártires
A R SUBTIL
GOSTEI SIM SENHOR ESTÁ UMA REPORTAGEM MUITO BEM FEITA ,FAZ-NOS RECORDAR OS BONS TEMPOS . O NOME DAQUELA BELA CIDADE FOI MUDADO AS RAZÕES NÃO INTERESSA SABER, MAS AINDA BEM POIS ASSIM CONTINUARÁ A SER A QUERIDA LÇO MARQUES
ANDEI NA CORREIA DA SILVA , NA J.J.MACHADO E NA INDUSTRIAL, BONS TEMPOS.
UM ABRAÇO A TODOS OS COCA-COLAS
A. R. SUBTIL
Mario Martins
Que bom ver tudo isto.
Se tivesse lá algo para viver, arrancava já!
Alguem que andou na escola Joaquim Machado em 75/76, contate-me. Eu estive na turma 1° 1 M e na 2° 1 M.
António Cruz
És o Mário Martins que morava ao pé do Guanabara ?
Mario Martins
Sim, EU vivi uns tempos antes de vir, no predio frente so Guanabara. E tu? Dá-me alguma dica.
José Rodrigues
Caro Mário Martins,
Andaste na Escola J Machado ou na Joaquim de Araújo?
Eu estive na turma 1º 1 M e na 2º 1 M mas na Joaquim de Araújo no ano 75/76.
Se for da J araújo fomos da mesma turma.
Ana Maria Ferreira Gomes Gonçalves
Muitos dizem que devemos esquecer que “aquilo” já não é o que era… para mim será sempre a terra da minha vida – lá nasci, cresci, fui feliz até ser obrigada a partir com uma mão à frente e outra atrás por causa dos tais iluminados que nada perderam e nunca foram chamados a responder pelos seus grandes erros…. “Exportada” para Portugal onde ali sim fui “colonizada”. Regressei a África pois ao fim de 14 anos a célebre Metrópole nada me dizia. Embora não tenha regressado à minha querida terra, mesmo no estado menos bonito em que hoje se encontra por causa do que os homens lhe fizeram, estou em África e ela tem um cheiro especial e diferente que nos entra na alma e nunca mais de lá sai. Obrigada pela visita guiada a todos os lugares que mexem comigo mesmo ao fim de 70 anos de vida. Vivia na Polana com meus pais, depois de casar no Bairro Silva Cunha na Machava e frequentei a Escola Primária Rainha Santa Isabel e a Escola Comercial de Lourenço Marques. Bem haja Moçambique!
madeira ramos
VOLTEI LÁ EM 2011! AQUELE PEDAÇO DO MUNDO SERÁ SEMPRE BELO, MAS FIZ O LUTO. JÁ NÃO ME DIZ NADA!
José Custódio Gracias Fernandes
Pôs meus parabéns e agradecimento ao autor desta memória dos meus tempos de jovem. Seria interessante tirar agora fotografias dos mesmos locais e com os mesmos ângulos para se ver a destruição atual. Que pena…
Lutaf Noorali
Apetece chorrar. O tempo passou tão depressa. Os bons velhos tempos.
antonio alves
as lembranças são enormes que quase nem sei como escrever, mas saudade é aquilo que há no coração daqueles que ficaram la e jamais se esqueceram tempos sim uma vida que vale sempre ser lembrada a minha quase 24 anos de saudade António Alves
Jose Freitas
Alguem se lembra do nome duma especie de leite coalhado, vendido pela Cooperativa de Criadores de Gado nuns frascos parecidos com os do chocoleite e que era geralmente bebido pelos negros? Seria Masse, ou parecido?
ROLAND ANTONIO CAMACHO DE OLIVEIRA
Muito bom poder rever esses lugares nos quais passamos ótimos momentos. Brasileiro eu, vivi os meus melhores 15 anos nessa saudosa Lourenço Marques. Saudades dos amigos que se espalharam por esse mundo e que não mais consegui contato. Antonio da Silva Portugal, os irmãos Pinheiros, Acílio e tantos outros.
Fortunato obrigado por tudo isso! E se algum desses amigos lerem esta mensagem e ainda se lembram do “Brasileiro” (Ronny) entrem em contato (rolandantonio1@gmail.com)
Meireles
Tão emocionado a ver e ler tudo isto, que fico sem palavras para comentar!!!!
Óh tempo volta para trás……
nem que seja por pouco tempo.
Tantas saudades¡!!!¡!!¡
Alcides Cardoso
Boas recordacoes Fortunato
Gostei imenso de ver estas belas recordacoes de Lourenco Marques.
So voltei uma vez a LM passados que foram 35 anos.
Se tu nao te lembras de mim o Joao de Sousa concerteza que se lembra pois trabalhei com ele quando ele fazia relatos de futebol para as Producoes Golo do Antonio Alves da Fonseca
ZÉ LEIRIA LICEU SALAZAR
SE RECORDAR É VIVER , VIVI EMOCIONADO O QUE ACABEI DE VER ´……….
Carlos Saraiva
Amigo Tondela, como vai essa saúde? Tenho tido notícias tuas através do Esteves, pois ele mora aqui perto. Em tempos ele disse-me que o ISAQUE residia ao pé de ti, será que tens o contacto dele (email) que me possas enviar? Já o procuro há imenso tempo. E tu quando vens a Portugal? Caso o faças avisa com alguma antecedência, pois fazemos uns almoços de vez enquado, com o Zé Adrião, Dado, Esteves, Moisés e o Elídio, recordas-te dele? Assim como a Odete (irmã do Monte) a Linda Leitão e mais algumas ex patinadoras. Por agora resta-me enviar-te um abraço ficando a aguardar notícias tuas.
ANSELMO DO CARMO GOMES (TONDELA)
Caro Fortunato: um abraco do tamanho do mundo. Nao tenho palavras para te agradecer pela belissima reportagem por ti descrita. As lagrimas verteram . A minha querida terra da minha alma que eu levarei comigo ate ir para o outro mundo. Tenho sempre contacto com o teu irmao. (o meu afilhado do casamento) . De vez em quando la vou ate a minha querida cidade. E sempre bom como diz o Oscar Soeiro “matar” saudades da saudade. O contacto esta feito. tudo do melhor para ti. Deste teu amigo e vizinho da nossa Malhangalene, o tal mais conhecido por Tondela . MUITO KANIMAMBO IRMAO.
Avelino José Fernandes
Muito, obrigado, por ter proporcionado momentos de rara saudade,gostei dever os conjuntos Night Star e Rensto Silva,dos quais conhecia todos os elementos.
Aquele abraço
Avelino Fernandes.
Virgilio Cruz Barbosa
Caro Avelino, ajude-me a clarificar. Você é o Avelino que andou na Escola Comercial Dr. Azevedo e Silva e na Tropa (Curso S.M.) 1962 (?). Se for tenho uma foto num acampamento da Mocidade Portuguesa no Xai-Xai. Eramos todos “putos”. Até lá um abraço.
Mário Raimundo
Avelino Fernandes, estvestes no acampamento do XAI Xai da mocidade portuguesa.e tu meu sacripantas Virgilio também lá estavas. gostaria do vosso contacto
Carlos Raminhos
Estimado Fortunato,
Um frémito de empolgamento emocionado foi o que percorreu o meu ser, ao ler estas tuas memórias !!
Tuas e minhas !!
Memórias inapagáveis, enquanto o coração pulsar !!
Kanimambo, por estes momentos de retorno à realidade que emoldurou a nossa mágica juventude !!
Infelizmente, apesar de tanta evolução tecnológica, não vai ser no nosso tempo que aparecerá a máquina que transporte o ser humano ao passado !!
Se ela chegasse a tempo, pois era de imediato que, com cartão de estudante ou sem ele, daria a necessária “quinhenta”, para fazer essa viagem, ao bom estilo daquele tempo quando, no final de mais um dia daqueles de beleza infinda naquelas paragens, tomávamos o “machimbombo” à porta da “comercial” ou do “liceu”, para se retornar a casa…
Um muito forte Abração para ti, Estimado Brother de percurso de vida por aqueles locais, cuja memória é imorredoira dentro de nós !!
Hambanine e, se possível, bebe, num destes entardeceres, uma Laurentina bem geladinha, acompanhada por uns lagostins grelhados, lá pela Catembe e tendo como pano de fundo a sempre nossa inesquecível LM !! Depois, vai até ao Scala, às 20.30, ver o “Bonnie Clyde”, não esquecendo que no “Manel” está, com som estereofónico de seis bandas magnéticas, o magnifico e esplendoroso “Lawrence da Arábia”. Mas esse fica para Sábado à noite, acompanhado por uns chocolates da Cadburys vendidos pelo mufaninha, no intervalo, que trajado a rigor vai deambulando entre as filas de cadeiras…
Fortunato Sousa
Oscar, que bom encontrar-te ao fim de cerca de 40 anos.
Ha muitas coisas para se dizer, por isso, envia-me o teu endereco de e-mail assim que puderes.
O meu eh: nelosousa2009@hotmail.com
Dave Adkins
De acordo. obrigado, reportage muito pessoal e emocional com fotos maravilhosas. . Sou aficionado do Cantinflas (Mario Moreno Keyes) e tenho coleção dos seus filmes em dvd -“El Analfabeto” é o meu preferido. Sabem que foi também atleta de pugilista e toureiro. Ele criou o seu nom já que ganhou a vida na sua carreria temprana nas cantinas – así – “na cantina tu te inflas” (de Laurentina e Dois M). . um gran talento. .
Oscar Soeiro
Meu Caro Sousa
É sempre bom “matar” saudades da saudade.
Não sei se te lembras de mim, mas fomos colegas na INCOL
Um abração
Fortunato Sousa
Oscar, envia-me o teu endereco de e-mail sff