BONIEK e companhia
Equipa de futebol da Polónia – 3ª classificada na Copa do Mundo de 1982
Em cima: Buncol. Majewski, Janas, Mlynarczyk, Zmuda, Lato;
Em baixo: Palasz, Smolarek, Boniek, Jalocha, Iwan
Os tempos de Boniek, Lato, Smolarek, Lubansky, Deyna e Szarmach são outros, assim como são outros os tempos de Bento, Carlos Manuel, Jaime Pacheco, Gomes ou Futre.
Independentemente das diferenças de ontem para hoje, com outros nomes, outras maneiras de encarar os desafios, outra motivação, esta Polónia de quinta-feira, no seu desafio com Portugal, pode fazer reviver pedaços de história que ligam as duas equipas, particularmente nos seus confrontos directos, com um pequeno ascendente para a equipa das quinas no que a vitórias diz respeito.
Para os portugueses as críticas chovem de todos os quadrantes. Ou porque Fernando Santos não reage aos momentos mais difíceis de cada jogo, ou porque Portugal, sem ter feito nada de especial em termos de qualidade de futebol, e, “sem saber ler nem escrever” já está nos quartos-de-final.
Esquecem-se que, também sem saber ler nem escrever, muitos outros, em anos anteriores, foram campeões.
Um tablóide que se publica em França vai mais longe.
Pela negativa refere-se a Portugal como tendo sido “ nojenta” a sua forma de jogar frente à Croácia, o que levou ao autor da frase a ser ameaçado de morte.
Nestes momentos, “quando a paixão entra nos caminhos irracionais” todos entendem de futebol. Começam a surgir como cogumelos, de entre adeptos, comentadores desportivos e jornalistas, treinadores de bancada.
A dança dos números e das tácticas surge num ápice. O 4x4x2 não serve para a característica da selecção. O melhor seria um 4x3x2x1. Ou nem uma coisa nem outra.
Uma “selecção” sem um C, para cumprir à risca o novo acordo ortográfico, que no dizer do escritor e jornalista Miguel de Sousa Tavares “é um acto colonial do Brasil”.
Faço o “zapping” na minha televisão e a história repete-se. Os comentadores são outros. As análises, quase sempre, são as mesmas. De permeio mistura-se política com futebol, tudo a propósito do “brexit”.
A Islândia provocou o “brexit” da Inglaterra no EURO 2016
Seja qual for a táctica, eu aposto na equipa das “quinas”. Que venham os “Bonieks” desta nova geração. Porque contra esses ainda há Renato Sanches. Ou João Mário. Ou Nani. Ou Quaresma. Ou Cristiano.
Como dizia um jornalista da nossa televisão pública (Televisão de Moçambique), “este mundial da europa” está a animar.
João de Sousa – 29.06.2016