EFEMÉRIDE: 10 de Fevereiro de 1948… Fu Manjate
A história do gosto musical de Fu é, segundo ele próprio me disse um dia, “uma história antiga”. Naquele tempo os nossos pais não tinham dinheiro para comprar brinquedos. Então, os meninos do bairro onde Fu nasceu inventavam coisas para ocupar o tempo livre. Eram os tambores feitos com pele de cabra, latas velhas, enfim, tudo o que servisse para fazer som.
O primeiro instrumento que Fu tocou foi harmónica de boca. Depois, e por influência do saudoso João Wate, foi arrastado para a bateria. Nunca pensou ser um profissional, porque, naquele tempo, “ser músico era sinónimo de vadio, bandido, alcoólatra, drogado”.
A família nunca aceitou bem a entrada de Fu para o mundo da música. Queriam que ele fosse doutor. O pai aceitou que ele tocasse apenas ao fim de semana. Mas quando o pai descobriu que o “hobbie” era exercido durante 7 dias, o facto já estava consumado. Quando foi para músico profissional, aí é que a porca torceu o rabo. Teve de provar ao pai (por a+b) que valia a pena ser músico.
Pode-se dizer que Fu teve influência familiar para ser músico. Os tios adoptivos tocavam bandolim e bateria. O pai “arranhava” uma coisitas na guitarra. A grande influência veio do tio Moisés Manjate, o timoneiro do conjunto “Djambo” numa altura em que o grupo detinha um record de audiência, provocado pela sua particlpação no programa radiofónico “Kety Kety” da “Hora Nativa”, produzido pelo falecido locutor e animador cultural Samuel Dabula.
Conjunto “Djambo”
O primeiro grupo onde Fu tocou não tinha nome. Era formado por ele, pelo João Wate, pelo Paulo Sazuze (dono dos instrumentos e do equipamento técnico) e posteriormente pelo José Carvalho. Este conjunto sofreu algumas alterações ao longo do tempo. Saiu o José Carvalho para entrar Maurício, um excelente pianista que foi um extraordinário jogador de futebol do Sporting de Lourenço Marques. É nessa altura que nascem “Os Flechas”.
Quando este grupo foi dissolvido Fu foi trabalhar para o “Luso” um clube nocturno da Rua Major Araújo na baixa da cidade de Lourenço Marques.
Clube nocturno na antiga Rua Major Araújo – O Luso
Aí tocou ao lado do saudoso Mundinho (Edmundo Luís Gomes), que era o pianista e chefe de orquestra. Foi nessa altura que se formou o conjunto “Storm”. Este grupo que era uma referência no panorama nacional, foi, infelizmente, sol de pouca dura. Fu envereda então pelo canto a solo. Participa nos programas das Produções “1001”, nomeadamente no “Xitimela”.
Em 1977 decide ir viver para Portugal. Trabalhou a solo mas depois integrou-se no “Sigma Band” (um grupo já desfeito que durante algum tempo foi o conjunto residente do Casino da Figueira da Foz)
Os “Sygma Band” em atuação no Casino da Figueira, com Pedro Abreu (teclas e piano) e os “moçambicanos” – Fu Manjate (vocalista), Carlos Alberto Silva (baterista), Zeca Carvalho (guitarra), José Violante (viola-baixo).
e actualmente trabalho com um trio que, consoante as circunstâncias pode ser um quarteto ou quinteto. São pessoas que não vivem em exclusivo da música. Exercem outras actividades na vida.
O meu amigo Fu Manjate, nasceu no dia 10 de Fevereiro de 1948. Completa hoje os seus 72 anos de idade. Parabéns. Que haja saúde para muitas mais comemorações.
Um cheirinho do Fu Manjate na qualidade de vocalista dos “Sygma Band”. Veja o vídeo seguinte:
João de Sousa – 10.02.2020
6 Comentários
Miza Luis
Os meus Parabens Sr.Fu Manjate, nao o conheco, mas ouvi a musica e gosteeeeeei de verdade. Felicidades e muitos anos de vida. Miza Luis
Augusto Martins
Parabéns, muita saúde, felicidade e muitos mais sucessos pessoais e profissionais.
Abraço
Mario Bertô
A vida tem musica. O sol tem musica. A chuva tem musica. o vento é musical. Mas o FU, todo ele é musica. Forte abraço e parabens por mais um dia de musica. Mario Bertô
António Amorim Lopes
PARABÉNS. FELIZ ANIVERSÁRIO QUE SE DESEJA REPETIDO POR LONGOS E ABENÇOADOS ANOS.
MARIA MANUELA ANTUNES GALVÃO DE ALMEIDA
Parabéns Fu Manjate!Feliz Aniversário!Que a Música seja sempre a tua e nossa companhia!Abraço do tamanho de Moçambique.
Henrique Ferreira
Ainda me lembro da turma de “reguilas” que passeavam os livros na Escola Industrial…
Saudades.
Abracão. PARABÉNS por este dia.
Henrique Lacrau.