EFEMÉRIDE: 14 de Fevereiro de 1961… Amade Mogne
Começou no futebol, nos campeonatos do caniço, jogando na Mafalala, 1º de Maio e em todo o sítio para onde fosse convidado. O futebol era a sua paixão, mas também fazia atletismo, em especial na especialidade de corta-mato, onde ganhou algumas medalhas. À noite jogava futebol de salão, na equipa da CETA.
Mas o basquetebol, claro, era a modalidade que dominava o seu tempo e que praticava com mais seriedade.
Chegou a Portugal para abraçar o profissionalismo no Benfica, no último dia das inscrições. Os “encarnados” já tinham os três lugares reservados a estrangeiros preenchidos. Foi “emprestado” ao Barreirense, para fazer tempo, jogando até a sua situação ficar esclarecida. Fez bons jogos à espera da “Carta Internacional de Desobriga” que nunca mais veio. E como quem espera desespera, acabou, com certa mágoa, por regressar à sua terra natal.
Regressou com uma certa mágoa e ficou a saber que afinal por cá, havia quem quizesse “luvas” exageradas pela sua transferência. E como não era futebol, tudo se tornava difícil. Sem motivação para permanecer muitos anos como jogador, traçou uma meta: a retirada em glória, com um título nacional, para fechar a sua carreira com chave de ouro. E isso aconteceu no ano de 1991, após brilhantes exibições nos Jogos Africanos do Egipto.
Ano de 1991 – Jogos Africanos no Egipto
Em cima: Horácio Martins, Amade Mogne, Ilídio Mueteque, Samuel Muandula, João Chirindza, Simão Mataveia e Delfim de Deus (Juju).
Em baixo: Jorge Daude, Sr. Ferrao (Massagista), Januário Mbeve , Ernesto Junior, Zaqueu Saranga (Ginho) e Noel Govene
Era pequenino, magrinho e o que gostava mesmo na escola era de futebol. Experimentou o mini-básquete e a paixão inicial começou a sofrer um revés. Diz-se que o basquetebol “estica”. Será? A verdade é que Amade Mogne cresceu e apareceu e em pouco tempo começou a “ditar leis”, do alto do seu metro e noventa. Tudo isso, acrescido a muito talento e não menos “ratice”, condições que o transformaram no maior basquetebolista moçambicano pós-independência.
A sua geração foi de ouro, apesar de um claro “déficit” no que toca ao peso e à altura. O Desportivo tinha como cinco-base, João Paulo Vaz, Nuno Narcy, Naimo Mogne, Paris e Amade, o mais alto da turma. A técnica e sincronização eram as suas armas, proporcionando noites emocionantes, sobretudo frente ao eterno rival, Maxaquene, que apresentava outro tipo de argumentos: Belmiro Simango, Claudino Dias e João Chirindza, todos de estatura bem mais avantajada.
AMADE… DIRIGENTE FEDERATIVO
Depois de deixar de jogar basquetebol federado dedicou-se aos “veteranos”, e também ao dirigismo, como membro da Federação Moçambicana de Basquetebol. Como escreveu o meu colega e amigo Renato Caldeira, “sempre na “trincheira que escolheu, o Amade continua a ser um dos ‘teimosos’ (julgo que me posso incluir nesse grupo) que após pendurar as botas, muito faz para enquadrar os mais novos. Os tempos por cá estão difíceis, infelizmente o desporto é considerado “uma coisa menor” nas prioridades, mas ele é um dos que não dão mostras de desanimar.”
Parabéns Amade, pelo teu quinquagésimo nono aniversário. Que contes muitos mais. Sempre com saúde.
Fonte: Jornal “A Verdade” e “A Enciclopédia” de autoria do jornalista Renato Caldeira.
João de Sousa – 14.02.2020
Um Comentário
Ildo ferreira
Tudo de bom pro meu Amigao Amade que continue sempre na luta levando os mais novos a levarem a modalidade muito a sério,porque poucos sabem da grandiosidade de Mocambique no basket,hoquei,futebol,é ai que a presença do Amade é relevante pra preservacao dessa mentalidade e atitude em relacao ao desporto principalmente no Basquet mo nosso pais,forca Mano pra frente sempre com essa preseveranca e dedicacao,Abração e que Deus te abençoe sempre.